Olhar Jornalístico

Sexta-feira, 20 de outubro-2023. 28ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 19 outubro 2023
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1) Oração

Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 12, 1-7)

1Enquanto isso, os homens se tinham reunido aos milhares em torno de Jesus, de modo que se atropelavam uns aos outros. Jesus começou a dizer a seus discípulos: Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há escondido que não venha a ser conhecido. 3Pois o que dissestes às escuras será dito à luz; e o que falastes ao ouvido, nos quartos, será publicado de cima dos telhados. 4Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois disto nada mais podem fazer. 5Mostrar-vos-ei a quem deveis temer: temei àquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno; sim, eu vo-lo digo: temei a este. 6Não se vendem cinco pardais por dois asses? E, entretanto, nem um só deles passa despercebido diante de Deus. 7Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois. Mais valor tendes vós do que numerosos pardais.

 

3) Reflexão   Lucas 12,1-7  (Mt 10,28-31)

O evangelho de hoje traz uma última crítica de Jesus contra as autoridades religiosas do seu tempo.

Lucas 12,1ª: Milhares buscam Jesus

“Enquanto isso, milhares de pessoas se reuniram, de modo que uns pisavam nos outros”. Esta frase deixa transparecer a enorme popularidade de Jesus e o desejo do povo de encontrar-se com ele (cf. Mc 6,31; Mt 13,2). Deixa transparecer também o abandono em que se encontrava o povo. “São como ovelhas sem pastor”, dizia Jesus em outra ocasião quando via a multidão aproximar-se dele para ouvir a sua palavra (Mc 6,34).

Lucas 12,1b: Cuidado com a hipocrisia

“Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: "Tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”.  Marcos já falava do fermento dos fariseus e dos herodianos e sugeria que se tratava da mentalidade ou da ideologia dominante da época que esperava um messias glorioso e poderoso (Mc 8,15; 8,31-33). Aqui no nosso texto, Lucas identifica o fermento dos fariseus com a hipocrisia. Hipocrisia é uma atitude que inverte os valores. Esconde a verdade. Mostra uma casca bonita que encobre e disfarça a podridão dentro da casca. No caso, a hipocrisia era a casca aparente da fidelidade máxima à palavra de Deus que escondia a contradição da vida deles. Jesus quer o contrário. Quer a coerência que não deixa no escondido.

Lucas 12,2-3: O escondido será revelado

“Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. Pelo contrário, tudo o que vocês tiverem feito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que vocês tiverem pronunciado em segredo, nos quartos, será proclamado sobre os telhados".  É a segunda vez que Lucas fala deste assunto (cf. Lc 8,17). Em vez da hipocrisia dos fariseus que esconde a verdade, os discípulos devem ter a sinceridade. Não devem ter medo da verdade. Jesus os convida a partilhar com os outros os ensinamentos que dele aprenderam. Os discípulos não podem conservá-los só para si, mas devem divulgá-los. Um dia, as máscaras vão cair e tudo será revelado às claras, proclamado sobre os telhados (cf. Mt 10,26-27).   

Lucas 12,4-5: Não ter medo

“Pois bem, eu digo a vocês, meus amigos: não tenham medo daqueles que matam o corpo, e depois disso nada mais têm a fazer. Vou mostrar a quem vocês devem temer: tenham medo daquele que, depois de ter matado, tem poder de jogá-los no inferno. Eu lhes digo: é a este que vocês devem temer”. Aqui Jesus se dirige aos seus amigos, os discípulos e discípulas. Eles não devem ter medo daqueles que matam o corpo, que torturam, machucam e fazem sofrer. Os torturadores podem até matar o corpo, mas não conseguem matar neles a liberdade e o espírito. Devem ter medo, isto sim, de que o medo do sofrimento os leve a esconder ou a negar a verdade e, assim, os faça ofender a Deus. Pois quem se afasta de Deus se perde para sempre.

Lucas 12,6-7: Vocês valem mais que muitos pardais

“Não se vendem cinco pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. Até mesmo os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais”. Os discípulos não devem ter medo de nada, pois eles estão na mão de Deus. Jesus manda olhar os passarinhos. Dois pardais se vendem por poucos centavos e no entanto nenhum pardal cai no chão sem o consentimento do Pai. Até os cabelos na cabeça estão contados. Lucas diz que nenhum cabelo cai sem a licença do Pai (Lc 21,18). E caem tantos cabelos! Por isso, “não tenham medo. Você valem muito mais que muitos pardais”. É a lição que Jesus tirou da contemplação da natureza. (cf Mt 10,29-31)

A contemplação da natureza

No Sermão da Montanha, a mensagem mais importante, Jesus a tirou da contemplação da natureza. Eles diz: "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo, e odeie o seu inimigo!' Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês! Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos. Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu." (Mt 5,43-45.48). A observação do ritmo do sol e da chuva levaram Jesus e esta afirmação revolucionária: “Eu lhes digo amem os seus inimigos!” O mesmo vale para o convite de olhar os lírios do campo e as aves do céu (Mt 6,25-30). Esta surpreendente atitude contemplativa diante da natureza levou Jesus a criticar verdades aparentemente eternas. Seis vezes em seguida ele teve a coragem de corrigir publicamente a Lei de Deus: “Antigamente foi dito, mas eu digo...”. A descoberta feita na contemplação renovada da natureza tornou-se para ele uma luz muito importante para reler a história com outros olhos e descobrir nela luzes que antes não eram percebidas. Hoje está em andamento uma nova visão do universo. As descobertas da ciência a respeito da imensidão do macro-cosmo e do micro-cosmo estão sendo fonte de uma nova contemplação do universo, Já está começando a crítica de muitas verdades aparentemente eternas.

 

4) Para um confronto pessoal

1) O escondido será revelado. Tem em mim algo do qual tenho medo de que seja revelado?

2) A contemplação dos pardais e das coisas da natureza levaram Jesus a atitudes novas e surpreendentes que revelavam a bondade gratuita de Deus. Tenho costume de contemplar a natureza?

 

5) Oração final

 A palavra do Senhor é reta, em todas as suas obras resplandece a fidelidade: ele ama a justiça e o direito,da bondade do Senhor está cheia a terra. (Sl 32, 4-5)

Quinta-feira, 19 de outubro-2023. 28ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 19 outubro 2023
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1) Oração

Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 47-54)

Naquele tempo disse Jesus: 47Ai de vós, que edificais sepulcros para os profetas que vossos pais mataram. 48Vós servis assim de testemunhas das obras de vossos pais e as aprovais, porque em verdade eles os mataram, mas vós lhes edificais os sepulcros. 49Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, mas eles darão a morte a uns e perseguirão a outros. 50E assim se pedirá conta a esta geração do sangue de todos os profetas derramado desde a criação do mundo, 51desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e o templo. Sim, declaro-vos que se pedirá conta disso a esta geração! 52Ai de vós, doutores da lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar. 53Depois que Jesus saiu dali, os escribas e fariseus começaram a importuná-lo fortemente e a persegui-lo com muitas perguntas, 54armando-lhe desta maneira ciladas, e procurando surpreendê-lo nalguma palavra de sua boca.

 

3) Reflexão   Lucas 11,47-54

Novamente, pela enésima vez, o evangelho de hoje fala do conflito entre Jesus e as autoridades religiosas da época.

Lucas 11,47-48: Ai de vocês, que constroem túmulos para os profetas

“Ai de vocês, porque constroem túmulos para os profetas; no entanto, foram os pais de vocês que os mataram. Com isso, vocês são testemunhas e aprovam as obras dos pais de vocês, pois eles mataram os profetas, e vocês constroem os túmulos”. Mateus diz que se trata de escribas e fariseus (Mt 23,19). O raciocínio de Jesus é claro. Se os pais mataram os profetas e os filhos construíram os túmulos, é porque os filhos  aprovaram o crime dos pais. Além disso, todo mundo sabe que profeta morto não incomoda. Deste modo os filhos tornam-se testemunhas e cúmplices no mesmo crime (cf. Mt 23,29-32).

Lucas 11,49-51: Pedir contas do sangue derramado desde a criação do mundo

“É por isso que a sabedoria de Deus disse: 'Eu lhes enviarei profetas e apóstolos. Eles os matarão e perseguirão, a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário'. Sim, eu digo a vocês: pedirão contas disso a esta geração”. Comparado com o evangelho de Mateus, Lucas costuma oferecer uma versão abreviada do texto de Mateus. Mas aqui ele acrescentou a observação: “derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel”. Ele fez a mesma coisa com a genealogia de Jesus. Mateus, que escrevia para os judeus convertidos, começa em Abraão (Mt 1,1.2.17), enquanto Lucas vai até Adão (Lc 3,38). Lucas universaliza e inclui os pagãos, pois escreve o seu evangelho para os pagãos convertidos. A informação sobre o assassinato de Zacarias no Templo é dada pelo livro das Crônicas: “Então o espírito de Deus se apoderou de Zacarias, filho do sacerdote Joiada. Ele se dirigiu ao povo e disse: "Assim fala Deus: Por que é que vocês estão desobedecendo aos mandamentos de Javé? Vocês vão se arruinar. Vocês abandonaram Javé, e ele também os abandona!" Então eles se reuniram contra o profeta e, por ordem do rei, o apedrejaram no pátio do Templo de Javé”.  (2Cr 24,20-21). Jesus conhecia a história do seu povo até nas minúcias. Ele sabe que vai ser o próximo na lista de Abel até Zacarias. Até hoje a lista continua aberta. Muita gente é morta pela causa da justiça e da verdade.

Lucas 11,52: Ai de vocês, especialistas em leis

“Ai de vocês, especialistas em leis, porque vocês se apoderaram da chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e impediram os que queriam entrar". Fecham o Reino como? Eles pensam ter o monopólio da ciência a respeito de Deus e da lei de Deus e impõem o seu modo de ver aos outros, sem deixar margem para um pensamento diferente. Apresentam Deus apenas como juiz severo e em nome de Deus impõem leis e normas que não têm nada a ver com os mandamentos de Deus, falsificam a imagem do Reino e matam nos outros o desejo de servir a Deus e ao Reino. Uma comunidade que se organiza ao redor deste falso deus “não entra no Reino”, nem é expressão do Reino, e impede que seus membros entrem no Reino. É importante notar a diferença entre Mateus e Lucas. Mateus fala da entrada no Reino do céu e a frase é redigida na forma verbal do presente: "Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês fecham o Reino do Céu para os homens. Nem vocês entram, nem deixam entrar aqueles que desejam” (Mt 23,13). A expressão entrar no Reino do Céu pode significar entrar no céu depois da morte, mas é mais provável que se trate da entrada na comunidade ao redor de Jesus e nas comunidades dos primeiros cristãos. Lucas fala da chave da ciência e a frase é redigida na forma verbal do passado. Lucas simplesmente consta que a pretensão dos escribas de possuir a chave da ciência a respeito de Deus e da lei de Deus impediu a eles de reconhecer Jesus como Messias e impediu que o povo judeu reconhecesse Jesus como messias: Vocês se apoderaram da chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e impediram os que queriam entrar.

Lucas 11,53-54: Reação contra Jesus

A reação das autoridades religiosas contra Jesus foi imediata. “Quando Jesus saiu daí, os doutores da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos. Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa em qualquer coisa que saísse de sua boca”. Considerando-se os únicos intérpretes verdadeiros da lei de Deus, tentam provocar Jesus em torno da interpretação da Bíblia para poder pegá-lo de surpresa em qualquer coisa que saísse de sua boca. Assim, continua e cresce a oposição contra Jesus e cresce o desejo de elimina-lo (Lc 6,11; 11,53-54; 19,48; 20,19-20; 22,2).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Muitas pessoas que queriam entrar foram impedidos de entrar ou deixaram de crer por causa de atitudes ante-evangélicas de sacerdotes. Você tem experiência neste ponto?

2) Os escribas começaram a criticar Jesus que pensava e agia diferente deles. Não é difícil encontrar motivos para criticar quem pensa diferente de nós. Você tem experiência neste ponto?

 

5) Oração final

O Senhor fez conhecer a sua salvação. Manifestou sua justiça à face dos povos. Lembrou-se de sua bondade e de sua fidelidade em favor da casa de Israel. Os confins da terra puderam ver a salvação de nosso Deus. (Sl 97, 2-3)

"Nós, Carmelitas de Jerusalém, em oração com esses dois povos em conflito"

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Publicado em 17 outubro 2023
  • Monte das Oliveiras,
  • Territórios Palestinos
  • Nazaré e Haifa
  • Mosteiro do Pai-Nosso,
  • Jerusalém

 

De seu claustro no Monte das Oliveiras, o testemunho das monjas que vivem no lugar onde, de acordo com uma tradição cristã muito antiga, Jesus ensinou o Pai-Nosso. "Ouvimos manifestações e tiros vindos do lado de fora de nossos muros: até gás lacrimogêneo chegou ao claustro.... Somente a justiça e o respeito podem levar a uma paz, difícil, mas duradoura. Todos os dias podemos colher suas sementes por meio de pessoas extraordinárias, tanto judias quanto palestinas"

 

Vatican News*

"Vivemos com os povos da Terra Santa, com seus altos e baixos, de nossa pequena realidade, oramos pela paz e pela justiça esta segunda e terça-feira". É o que escrevem as carmelitas do Mosteiro do Pai-Nosso, em Jerusalém, que, na clausura, dedicam suas vidas à oração em uma das fronteiras mais esquentadas entre os dois povos que, mais uma vez, estão lutando entre si, semeando morte, dor e destruição. Elas fazem isso no Monte das Oliveiras, no lugar que uma tradição cristã muito antiga vincula à oração ensinada por Jesus e às suas palavras sobre o perdão. Um lugar hoje imerso em uma área árabe da Cidade Santa, onde também nestas horas as tensões são muito altas. O que publicamos a seguir é uma carta que as carmelitas do Mosteiro do Pai-Nosso enviaram a seus amigos nesses dias tão dolorosos para a Terra Santa. E é fazendo nossos o olhar e as palavras desse testemunho que convidamos todos a vivenciar o Dia de Jejum e Oração pela Paz convocado para 17 de outubro pelo Patriarcado Latino de Jerusalém.

 

por Carmelitas do Mosteiro do Pai-Nosso

Nossa Senhora do Rosário: durante o Ofício das Laudes e a Eucaristia na manhã de sábado, 7 de outubro, o alarme soou quase ininterruptamente sobre Jerusalém... até por volta do meio-dia. Os sons abafados de foguetes sendo destruídos pelo Iron Dome nos fizeram entender que se tratava de um ataque. A surpresa foi total. Era um evento grave e surpreendente: um ataque a Jerusalém.

No último dia da festa judaica dos Tabernáculos (Sucôt ou Cabanas, ndr), as alegres canções da festa de repente deram lugar aos sons da guerra. Alarmes mais raros ressoaram nos dias que se seguiram: nesses momentos, cada uma permaneceu em seu lugar, imóvel, em silêncio, orando e esperando.

Jerusalém ficou paralisada, como se estivesse em um longo shabat: lojas fechadas, escolas fechadas, turistas e peregrinos desapareceram repentinamente, poucas pessoas nas ruas, o som abafado de aviões militares entrando e saindo da Faixa de Gaza, realizando pesadas represálias, podia ser ouvido. Nossa cidade é "protegida" por inúmeros postos de controle contra o "inimigo" que entrou em Israel e aqueles que gostariam de se juntar a ele.

Os Territórios Palestinos estão isolados, ninguém pode entrar ou sair, muitos trabalhadores são severamente penalizados por não poderem vir de Belém ou Jericó para seu trabalho diário...

Os ataques são realizados por indivíduos isolados. No domingo, isso aconteceu contra a delegacia de polícia perto da agência dos correios, onde temos de recolher nossas correspondências; esta segunda-feira, contra judeus comuns de passagem, ou em reação ao lançamento de pedras por jovens palestinos...

O governo palestino em Gaza realizou um terrível ataque contra os judeus que vivem perto de seu território, e os palestinos em outras áreas poderiam ou estão tentando fazer o mesmo: quando a noite cai em nosso bairro palestino, ouvimos manifestações e tiros vindos do lado de fora de nossos muros... Não é a primeira vez que isso acontece. Mas a experiência deste ano nos propiciou bombas de gás lacrimogêneo, nunca antes tínhamos visto essas pequenas granadas que recolhemos pela manhã nos claustros e no jardim: e nosso conhecimento está se expandindo, depois dos cartuchos inteiros de fogos, cartuchos de bala e água fétida...

Soubemos dos ataques às comunidades judaicas próximas à Faixa de Gaza, com os assassinatos inimagináveis, os feridos, os reféns e o número excessivo de mortos... e estamos igualmente tomadas de compaixão pelos habitantes da Faixa de Gaza, submetidos a intensos bombardeios, ao bloqueio e ao êxodo em massa. Nossos corações estão com a pequena comunidade cristã que se refugia na escola e na igreja, com suas poucas religiosas e seminaristas, e também com alguns muçulmanos.

Todavia, ainda estamos nos preparando para a celebração da Mãe de Deus de domingo (a festa de Santa Teresa de Ávila foi celebrada este domingo, ndr), com o 150º aniversário de nossa fundação. O mosteiro e suas monjas passaram por muitos períodos de hostilidade e viveram sob diferentes autoridades, otomanas, jordanianas, britânicas... Hoje, essas autoridades são israelenses, embora nosso bairro da Cidade Velha e do Monte das Oliveiras, com sua população palestina, continue sendo a área "disputada, ocupada e anexada" de Jerusalém Oriental.

Nossos carmelos em Belém, Nazaré e Haifa também estão sob ataque da Faixa de Gaza e, agora, também do sul do Líbano, que fica em frente e muito perto do Monte Carmelo. Somos solidárias... As embaixadas estão nos propondo repatriações, mas é claro que não se trata de ir embora!

Vivemos com os povos da Terra Santa, com seus altos e baixos, de nossa pequena realidade, oramos pela paz e pela justiça esta segunda e terça-feira. Essa guerra prova que muros e outras restrições ou proteções são inúteis a longo prazo. Somente a justiça e o respeito podem levar a uma paz, difícil, mas duradoura. Todos os dias podemos colher suas sementes por meio de pessoas extraordinárias, tanto judias quanto palestinas.

Para o nosso mosteiro, é o momento da colheita da azeitona, um período cansativo, mas sereno e alegre; a oração é a ordem do dia; a tensão é palpável. Obrigado a toda a Ordem pela comunhão de oração por aqueles que sofrem e por aqueles cuja tarefa é decidir. E também por aqueles que lutam em ambos os lados: que eles permaneçam humanos...

Para os cristãos da Terra Santa, a terça-feira, 17 de outubro, será um dia de jejum e oração pela reconciliação "porque Deus não é um Deus de desordem, mas de paz" (1 Cor 14,33). Convidamos vocês, irmãos e irmãs, a se unirem a nós em oração para que o Senhor realmente nos conceda a sua paz!

*(Fonte - AsiaNews). Fonte: https://www.vaticannews.va

Terça-feira, 17 de outubro-2023. 28ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita

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1) Oração

Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 37-41)

37Enquanto Jesus falava, pediu-lhe um fariseu que fosse jantar em sua companhia. Ele entrou e pôs-se à mesa. 38Admirou-se o fariseu de que ele não se tivesse lavado antes de comer. 39Disse-lhe o Senhor: Vós, fariseus, limpais o que está por fora do vaso e do prato, mas o vosso interior está cheio de roubo e maldade! 40Insensatos! Quem fez o exterior não fez também o conteúdo? 41Dai antes em esmola o que possuís, e todas as coisas vos serão limpas.

 

3) Reflexão   Lucas 11,37-41

No evangelho de hoje continua o relacionamento tenso entre Jesus e as autoridades religiosas daquele tempo. Apesar de tenso, havia algo de familiar entre Jesus e os fariseus. Convidado para jantar na casa deles, Jesus aceita o convite. Jesus não perde a liberdade diante deles, nem os fariseus diante de Jesus.

Lucas 11,37-38: Admiração do fariseu diante da liberdade de Jesus

“Enquanto Jesus falava, um fariseu o convidou para jantar em casa. Jesus entrou, e se pôs à mesa. O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tinha lavado as mãos antes da refeição”. Jesus aceita o convite para jantar na casa do fariseu, mas não muda o seu modo de agir, pois senta-se à mesma sem lavar as mãos. Nem o fariseu muda de atitude frente a Jesus, pois expressa a sua admiração pelo fato de Jesus não lavar as mãos. Naquele tempo, lavar as mãos antes das refeições era uma obrigação religiosa, imposta ao povo em nome da pureza, exigida pela lei de Deus. O fariseu estranhou o fato de Jesus não observar esta norma religiosa. Mesmo assim, apesar de totalmente diferentes, o fariseu e Jesus tinham algo em comum: a seriedade de vida. O jeito de viver dos fariseus era assim: cada dia, dedicavam oito horas ao estudo e à meditação da lei de Deus, outras oito horas ao trabalho para poder sobreviver com a família e oito horas ao descanso. Este testemunho sério da sua vida dava a eles uma grande liderança popular. Talvez seja por isso, que, apesar de totalmente diferentes, os dois, Jesus e os fariseus, se entendiam e se criticavam mutuamente, sem perder a possibilidade do diálogo.

Lucas 11,39-41: A resposta de Jesus

“Vocês, fariseus, limpam o copo e o prato por fora, mas o interior de vocês está cheio de roubo e maldade. Gente sem juízo! Aquele que fez o exterior, não fez também o interior? Antes, dêem em esmola o que vocês possuem, e tudo ficará puro para vocês”. Os fariseus observavam a lei ao pé da letra. Olhavam só a letra e, por isso, eram incapazes de perceber o espírito da lei, o objetivo que a observância da lei queria alcançar na vida das pessoas. Por exemplo, na lei está escrito: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Lv 19,18). E eles comentavam: “Devemos amar o próximo, sim, mas só o próximo, os outros não!” E daí nascia a discussão em torno da questão: “Quem é meu próximo?” (Lc 10,29) O apóstolo Paulo escreve na sua segunda carta aos Coríntios: “A letra mata, é o espírito que dá vida à letra” (2Cor 3,6). No Sermão da Montanha, Jesus critica os que observam a letra da lei mas transgridem o espírito da lei (Mt 5,20). Para ser fiel ao que Deus pede de nós não basta observar só a letra da lei. Isto seria o mesmo que limpar o copo e o prato por fora e deixar o interior cheio de sujeira: roubo e maldade. Não basta não matar, não roubar, não cometer adultério, não jurar. Só observa plenamente a lei de Deus aquele que, para além da letra, vai até à raiz e arranca de dentro de si os desejos de “roubo e de maldade” que possam levar ao assassinato, ao roubo, ao adultério. É na prática do amor que se realiza a plenitude da lei (cf. Mt 5,21-48).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Nossa Igreja hoje merece esta acusação de Jesus contra os escribas e fariseus? Eu mereço?

2) Respeitar a seriedade de vida dos outros que pensam diferente de nós pode facilitar o diálogo tão necessário e tão difícil hoje em dia. Como pratico o diálogo na família, no trabalho e na comunidade? 

 

5) Oração final

Desçam a mim as vossas misericórdias, Senhor, e a vossa salvação, conforme vossa promessa. Não me tireis jamais da boca a palavra da verdade, porque tenho confiança em vossos decretos. (Sl 118, 41.43)

Segunda-feira, 16 de outubro-2023. 28ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 17 outubro 2023
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1) Oração

Ó Deus, sempre nos preceda e acompanhe a vossa graça para que estejamos sempre atentos ao bem que devemos fazer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 11, 29-32)

Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas. 30Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração. 31A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão.32Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas.

 

3) Reflexão Lucas 11, 29-32

O evangelho de hoje traz uma acusação muito forte de Jesus contra os fariseus e os escribas. Eles queriam que Jesus lhes desse um sinal, pois não acreditavam nos sinais e milagres que ele estava realizando. Esta acusação de Jesus continua nos evangelhos dos próximos dias (até sexta feira, 13 de outubro). Ao meditarmos estes evangelhos, devemos tomar muito cuidado para não generalizar a acusação de Jesus como se fosse dirigida contra todo o povo judeu. No passado, a ausência deste cuidado contribuiu, lamentavelmente, para aumentar em nós cristãos o anti-semitismo que tantos males trouxe à humanidade ao longo dos séculos. Em vez de levantarmos o dedo contra os fariseus do tempo de Jesus, é melhor olharmos no espelho dos textos para perceber neles o fariseu que vive escondido na nossa igreja e em cada um de nós, e que merece a mesma crítica da parte de Jesus.

Lucas 11, 29-30: O sinal de Jonas

“Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: "Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas”. O evangelho de Mateus informa que eram os escribas e os fariseus que pediram um sinal (Mt 12, 38). Queriam que Jesus realizasse para eles um sinal, um milagre, para que pudessem verificar se ele era mesmo o enviado de Deus conforme eles o imaginavam. Queriam que Jesus se submetesse aos critérios deles. Queriam enquadrá-lo dentro do esquema do messianismo deles. Não havia neles abertura para uma possível conversão. Mas Jesus não se submeteu ao pedido deles. O evangelho de Marcos diz que Jesus, diante do pedido dos fariseus, soltou um profundo suspiro (Mc 8,12), provavelmente de desgosto e de tristeza diante de tão grande cegueira. Pois não adianta mostrar uma pintura bonita a quem não quer abrir os olhos. O único sinal que lhe será dado é o sinal de Jonas. “De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração”. Como será este sinal do Filho do Homem? O evangelho de Mateus responde: “Assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites no seio da terra” (Mt 12,40). O único sinal será a ressurreição de Jesus. Este é o sinal que, futuramente, vai ser dado aos escribas e fariseus. Jesus, por eles condenado à morte de cruz, será ressuscitado por Deus e continuará ressuscitando de muitas maneiras naqueles que nele acreditarem. O sinal que converte não são os milagres, mas sim o testemunho de vida!

Lucas 11,31: Salomão e a rainha do Sul

A alusão à conversão do povo de Nínive associou e fez lembrar a conversão da Rainha de Sabá: “No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra esta geração, e a condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão". Esta evocação quase ocasional do episódio da Rainha de Sabá que reconheceu a sabedoria de Salomão, mostra como se usava a Bíblia naquele tempo. Era por associação. A regra principal da interpretação era esta: “A Bíblia se explica pela Bíblia”. Até hoje, esta é uma das normas mais importantes para a interpretação da Bíblia, sobretudo para a Leitura Orante da Palavra de Deus.

Lucas 11,32: Aqui está quem é maior do que Jonas

Depois da digressão sobre Salomão e a Rainha de Sabá, Jesus volta a falar do sinal de Jonas: “No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração, e a condenarão. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar”. O povo de Nínive se converteu diante do testemunho da pregação de Jonas e vai denunciar a incredulidade dos escribas e dos fariseus. Pois “aqui está quem é maior do que Jonas”. Jesus é maior que Jonas, maior que Salomão. Para nós cristãos, ele é a chave principal para a escritura (2Cor 3,14-18).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Jesus criticou os escribas e os fariseus que chegavam a negar a evidência, tornando-se incapazes de reconhecer o apelo de Deus nos acontecimentos. E nós cristãos hoje, e eu: merecemos a mesma crítica de Jesus?

2) Nínive se converteu diante da pregação de Jonas. Os escribas e fariseus não se converteram. Hoje, os apelos da realidade provocam mudança e conversão nos povos do mundo inteiro: ameaça ecológica, urbanização que desumaniza, consumismo que massifica e aliena, injustiças, violência, etc. Muitos de nós cristãos vivemos alheios a estes apelos de Deus que vem da realidade.

 

5) Oração final

Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre. (Sl 112, 1-2)

Padre Egídio usava notas frias do Hospital Padre Zé para comprar imóveis e bancar vida de luxo

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Publicado em 16 outubro 2023
  • Arquidiocese da Paraíba,
  • Ministério Público da Paraíba
  • Hospital Padre Zé
  • Indignus
  • Jannyne Dantas e Amanda Duarte,
  • padre Egídio de Carvalho Neto

 

O material analisado pelos investigadores inclui 33 documentos e notas que sustentam as acusações de corrupção

O Ministério Público da Paraíba investiga compras de imóveis, veículos e passagens aéreas utilizando recursos do Hospital Padre Zé desde agosto deste ano, envolvendo o uso de notas frias. A denúncia, recebida anonimamente pela promotoria de saúde, expõe um amplo esquema de corrupção envolvendo não apenas a unidade de saúde, mas também o Instituto São José e a Ação Social Arquidiocesana. O material analisado pelos investigadores inclui 33 documentos e notas que sustentam as acusações de corrupção.

Diante dessas evidências, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a operação “Indignus”, voltada para a investigação do padre Egídio de Carvalho Neto e duas ex-funcionárias do Hospital Padre Zé, Jannyne Dantas e Amanda Duarte, esta última ocupando o cargo de ex-tesoureira.

Segundo a apuração da investigação, os desvios vêm ocorrendo desde que o Padre Egídio assumiu a direção da unidade de saúde, há aproximadamente 12 anos. As verbas desviadas eram destinadas a uma série de finalidades questionáveis, incluindo o custeio de passagens aéreas para amigos do religioso, reformas suntuosas e aquisições luxuosas para a igreja na qual Egídio atuava como pároco, localizada no bairro Jardim Cidade Universitária.

A operação também revelou a compra de um veículo de alto padrão com fundos destinados ao combate à Covid-19.

 

Principais Acusações:

-Pagamento de passagens aéreas para amigos utilizando recursos do hospital;

-Compra excessiva e frequentemente sobrevalorizada de passagens aéreas, custeadas pelo hospital;

-Aquisição de um sistema de som em São Paulo, em nome do hospital, avaliado em mais de R$ 300 mil;

-Compra de luminárias de alto padrão com dinheiro do hospital para imóveis do padre;

-Reforma completa da paróquia, incluindo luminárias, imagens religiosas, pisos e decoração, financiada pelo hospital;

-Aquisição de uma camioneta S10 com verbas destinadas ao combate à Covid-19, em valor atualizado de R$ 234.360,00.

Além disso, uma nota fiscal em nome do padre Egídio detalha gastos com iluminação superiores a R$ 90 mil.

 

Patrimônio de Luxo em Diferentes Localidades:

A denúncia expõe a existência de 16 imóveis registrados em nome do padre Egídio e terceiros, suspeitos de serem laranjas, com transferências que totalizam R$ 200 mil, provenientes do Hospital Padre Zé. Entre esses bens, destaca-se uma propriedade na praia do Cabo Branco, adquirida com “600 mil reais entregues em mãos pela funcionária, com verbas da Ação Social Arquidiocesana e do hospital”.

Para dissipar os fundos das entidades, eram emitidas notas fiscais fictícias, alegando aquisição de alimentos e insumos que nunca foram entregues. Fonte: https://www.portalnoticiaja.com

Pastor resgatado em Israel diz que Lula não tem 'nada a ver' com repatriação

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Publicado em 16 outubro 2023
  • conflito entre Israel
  • Felippe Valadão
  • Igreja Batista Lagoinha em Niterói,

Felippe Valadão ficou preso em Jerusalém com mais de 100 fieis. Em lives e cultos, líder religioso de igreja deu crédito da volta ao país ao deputado Áureo Ribeiro

 

 

O pastor Felippe Valadão em live e em culto na Igreja Lagoinha — Foto: Reprodução

 

Luísa Marzullo 

— Rio de Janeiro

Após ter sido resgatado de Israel, onde ficou preso em Jerusalém com um grupo de 103 fiéis, o pastor Felippe Valadão tem dito em cultos e transmissões ao vivo nas suas redes sociais que o presidente Lula (PT) "nada tem a ver" com a sua repatriação. Valadão chegou ao Brasil na última quarta-feira em um voo comercial. No entanto, toda a operação de resgate em Israel, desde o início do conflito com o grupo terrorista Hamas, envolve a coordenação do Itamaraty junto ao Ministério da Defesa.

De acordo com o pastor que lidera a Igreja Batista Lagoinha em Niterói, na região metropolitana do Rio, o responsável por esta repatriação é o deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), e não governo federal.

— Eu falei meu amigo, eu nunca pedi nada. Eu só peço a você arrumar um avião. Tira a gente daqui, pelo amor de Deus, dá um jeito. Esse cara (em referência ao deputado Áureo) não dormiu enquanto ele não movimentou o Itamaraty e a FAB para buscar. Quem foi a pessoa que ativou tudo lá dentro foi esse homem. Obrigado meu irmão, obrigado de coração — disse o pastor, durante uma celebração na Lagoinha.

Na campanha eleitoral de 2022, o pastor André Valadão, um dos líderes da Lagoinha, apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), ao mesmo tempo que intensificou críticas ao então candidato Lula. Já Felippe Valadão chegou a declarar em postagem no início do ano passado, que votaria em Bolsonaro por falta de opção, pois o “resto é tudo lixo do mesmo que já tinha antes”.

Além das falas dentro da igreja, no Instagram, o líder religioso repetiu a mesma versão em uma transmissão ao vivo:

—Vou deixar claro que Lula não tem nada a ver com o envio da Força Aérea Brasileira para nos resgatar em Israel. Fomos escolhidos, a nossa caravana, para ir no primeiro voo da FAB. A gente tinha o direito, mas como muita gente perdeu o voo e não tinha condição financeira de comprar outra passagem, a gente optou por deixar que as outras pessoas fossem primeiro — afirmou.

Quando os ataques começaram em Israel, no último dia 7, o grupo de Felippe Valadão ficou preso sem poder sair do hotel, que ficava localizado no Centro de Jerusalém. Os fieis deixaram o estabelecimento apenas no dia 10, quando seguiram para o aeroporto e conseguiram retornar ao Brasil. Fonte: https://oglobo.globo.com

Aborto sim. Aborto não

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Publicado em 14 outubro 2023
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  • Presidente do STF,
  • Liberação do aborto,
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  • STF
  • arcebispo Dom Odilo Scherer,
  • Estado laico,
  • direito ao aborto

Aborto sim. Aborto não

O Estado é laico e a questão deve ser tratada sem a interferência da religião? Suponho que o Estado laico se deve pautar por princípios altos de ética e de humanidade

 

Dm Odilo Pedro Scherer

Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, escreve mensalmente na seção Espaço Aberto

No Supremo Tribunal Federal (STF) está em pauta a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n.º 442/2017, que pleiteia o aborto legal até a 12.ª semana de gestação. Em palavras pobres, os ministros do STF deverão se pronunciar se até o 3.º mês da gestação de um ser humano a Constituição (“preceito fundamental”) pode ser descumprida. A questão levanta novamente o debate em torno da delicada questão do aborto, que não tem conseguido passar pela aprovação do Congresso Nacional e, agora, demanda uma decisão complexa dos ministros da Suprema Corte.

Há quem afirme que até o 3.º mês de gestação ainda não se pode afirmar que há um ser humano vivo, o que só seria possível a partir da formação do sistema nervoso central. Portanto, antes disso, o feto seria comparável ao adulto em estado vegetativo, que não tem reações neurológicas, não sente nem responde a estímulos. Minha consideração é se, do ponto de vista da ciência, isso pode ser afirmado a respeito do feto até o 3.º mês de gestação.

Há uma diferença fundamental entre um feto em desenvolvimento e um adulto em estado vegetativo. Neste, trata-se da vida em fase terminal, enquanto no feto a vida está num desenvolvimento ordenado em vista do amadurecimento da gestação e do nascimento. Fazer um aborto até a 12.ª semana de gestação não é o mesmo que desligar os aparelhos que mantêm alguém vivo mecanicamente.

De maneira até mais radical, há quem diga que até a 12.ª semana de gestação ainda não se pode falar propriamente de um ser humano, mas de um conjunto de células e funções que, depois, podem se tornar um ser humano. Aqui, entramos na complexa discussão antropológica sobre o início do ser humano.

Deixando de lado considerações acadêmicas, penso que a questão possa ser resolvida de maneira adequada a partir do bom senso e da ciência. Por que duvidar de que, quando se unem óvulo e espermatozoide e se inicia a multiplicação celular, já se tem o início de um novo ser humano? Não vale o mesmo quando se trata de outros mamíferos? Não é minimamente razoável pensar que, até certo momento da gestação, haveria no útero da mulher algo indefinido que, só depois, viria a se definir como um ser humano. Eis porque, também desde o primeiro instante da existência de um novo ser humano, este deve ser respeitado, protegido, especialmente quanto ao seu direito de existir e de viver.

O aborto seria um direito e uma livre escolha da mulher, única senhora do seu corpo? Esse argumento não leva em conta que, na gravidez, não há apenas o corpo da mulher, mas também o de um outro, que está abrigado e sendo formado dentro dela. O embrião, feto ou bebê, embora dependa inteiramente do corpo da mãe que o gera, não é parte do corpo dela, como são seus braços ou seu fígado. Portanto, na decisão de abortar, é preciso levar em conta este outro e o primeiro de todos os direitos dele: o de existir e de viver. Sendo este outro ainda frágil e indefeso, ele deve ser tutelado pela mãe e também pela sociedade, por meio de leis do Estado, sem relegar essa decisão ao arbítrio individual de quem quer que seja.

Uma gravidez indesejada dá o direito ao aborto? Muitas gestações iniciam sem terem sido planejadas ou desejadas e a mulher pode enfrentar situações difíceis. No entanto, a gravidez é resultante de um curso da natureza, que pode ser controlado mediante a vontade e a vida regrada. Mas o recurso ao aborto, neste caso, é sobrepor a vontade de alguém adulto sobre o direito à vida de um inocente e indefeso. Não é boa solução resolver um problema criando um outro ainda maior.

A gravidez indesejada pode ser prevenida. Mas a perda da vida de outro ser humano é irreparável. Mesmo não planejado ou desejado no início, o filho é sempre um bem em si mesmo e pode ser acolhido e amado. Além disso, se os bebês indesejados puderem ser eliminados, o que impede, nessa mesma linha de raciocínio, concluir que certas pessoas indesejadas por nós ou pela sociedade também possam ser eliminadas? Alguns regimes autoritários já fizeram isso e merecem a execração geral de quem preza a dignidade da humana condição.

Já existem muitos pobres e famintos pelo mundo e não se deveria fazer nascer ainda mais outros? Sinceramente, seguindo essa lógica, pais pobres não deveriam gerar filhos e pobres não deveriam ter o direito de nascer. Não é preciso argumentar. Aborto é questão de saúde pública? Ora, seria boa política de saúde pública tornar legal a supressão de inocentes e indefesos? Há quem argumente: o aborto já é feito por muitos. Por que não legalizar? Seria bom legalizar o roubo, só porque há muitos ladrões?

O Estado é laico e a questão deve ser tratada sem a interferência da religião? Suponho que o Estado laico se deve pautar por princípios altos de ética e de humanidade. O papa Francisco observou recentemente que o aborto não é, antes de tudo, questão de religião, mas de humanidade. Em todo caso, os religiosos também são cidadãos e têm o direito de se manifestar.

*CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO. Fonte: https://www.estadao.com.br

Por que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, é negra?.

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Publicado em 12 outubro 2023
  • Nossa Senhora Aparecida,
  • Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida,
  • 300 Anos de Nossa Senhora Aparecida,
  • imagem de Nossa Senhora
  • pescadores no Rio Paraíba do Sul,
  • povos negros,

Imagem foi encontrada no fundo do Rio Paraíba há mais de 300 anos e existem versões distintas sobre processo de enegrecimento da Santa, que originalmente era branca.

 

 Nossa Senhora Aparecida é celebrada em 12 de outubro por fiéis — Foto: Thiago Leon/ Santuário Nacional de Aparecida

 

Por g1 Vale do Paraíba e região

Encontrada no fundo do rio por três pescadores há mais de 300 anos, Nossa Senhora Aparecida se tornou símbolo de fé e carrega o título de Padroeira do Brasil.

Por não haver registros em documentos oficiais da época, existem muitas dúvidas sobre o episódio de encontro da imagem. Uma das principais delas é: por que a padroeira do Brasil é negra?

Apesar de não haver comprovação oficial, historiadores têm duas principais hipóteses para isso. O único consenso é de que se tratava originalmente de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que é branca e passou por um processo de enegrecimento.

 

Velas

A historiadora Tereza Pasin, autora do livro ‘História de Nossa Senhora Aparecida’, afirma que uma das principais hipóteses para a Santa ter o tom escurecido - mais precisamente cor de canela ou castanho escuro, segundo ela - são as velas que sempre cercaram a imagem.

Ela conta que a imagem original se tratava de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal. Por isso, no Brasil Colônia foram produzidas muitas imagens de Conceição.

Pasin afirma que a confecção da imagem encontrada aconteceu em um mosteiro de Santana de Paranaíba, no interior de São Paulo, com barro paulista, por volta de 1.650, cerca de 70 anos antes de ter sido encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul, em 1.717.

“Ela ficava nos altares de fazendas e oratórios, cercada por velas, que foram escurecendo-a. A fuligem das velas é uma das principais hipóteses para ter deixado a cor negra”, explica a historiadora.

Ainda de acordo com ela, a energia elétrica só foi chegar ao país perto de 1.880, ou seja, até mesmo depois de ter sido encontrada, a imagem passou muito tempo em contato com velas.

“Ficava o tempo inteiro sem proteção, cercada por velas, que eram primitivas e tinham uma fumaça muito escura. Isso com certeza escureceu o tom.”

 

Tempo embaixo d’água

Não se sabe quanto tempo exatamente a imagem de Nossa Senhora ficou submersa no Rio Paraíba do Sul e nem como ela foi parar lá - a principal hipótese, nesse caso, é que tenha sido descartada por alguém por estar quebrada.

Apesar disso, o fato do encontro ter acontecido no rio sustenta um outro motivo atribuído ao escurecimento da imagem. Segundo a historiadora e devota Rachel Abdala, o contato com a água fez a confecção perder boa parte da tinta.

“Não sabemos quanto tempo a imagem ficou no rio, mas é certo que foram anos. E todo esse tempo fez com que o contato direto com a água apagasse parte da tinta e a imagem voltasse à cor original do barro”, conta.

Apesar de não ter sido algo intencional, a imagem negra foi aceita pelo país, formado por muitas pessoas negras, que se sentiram identificadas. Com isso, Nossa Senhora Aparecida acabou se tornando também o símbolo de acolhimento.

"A cor mais propriamente de canela foi muito aceita principalmente pelos povos negros, como os quilombos. Então ela nunca foi pintada e acabou mantida dessa maneira", diz Abdala.

"Desde sempre se soube que a imagem de Nossa Senhora Aparecida era negra. Não foi algo descoberto. Não há dúvidas de que ela é negra. A imagem está ali, no nicho do Santuário Nacional, e fala por si só," completa Tereza Pasin. Fonte: https://g1.globo.com

Terça-feira, 10 de setembro-2023. 27º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 10 outubro 2023
  • Casa Santa Marta,
  • Artigos do Frei Carlos Mesters,
  • Frei Carlos Mesters,
  • lectio divina,
  • LECTIO DIVINA DO EVANGELHO DO DIA,
  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • EVANGELHO DO DIA-LECTIO DIVINA,
  • Lectio Divina com Frei Carlos Mesters,

 

1) Oração

Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis no vosso imenso amor de Pai mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Lucas 10,38-42)

38Jesus entrou num povoado, e uma mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. 39Ela tinha uma irmã, Maria, a qual se sentou aos pés do Senhor e escutava a sua palavra. 40Marta, porém, estava ocupada com os muitos afazeres da casa. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda pois que ela venha me ajudar!” 41O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. 42No entanto, uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.

 

3) Reflexão   Lucas 10, 38-42

O evangelho de hoje traz o episódio de Marta e Maria, as duas irmãs de Lázaro. Maria, sentada aos pés de Jesus escutava a sua palavra. Marta, na cozinha, ocupada nos afazeres domésticos. Esta família amiga de Jesus é mencionada somente nos evangelho de Lucas (Lc 10,38-41) e de João (Jo 11,1-39; 12,2).

Lucas 10,38: A casa amiga em Betânia

“Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa”.  Jesus está a caminho para Jerusalém, onde será preso e morto. Ele chega na casa de Marta que o recebe. Lucas não diz que a casa de Marta ficava em Betânia. É João que nos faz saber que a casa de Marta ficava em Betânia, perto de Jerusalém. A palavra Betânia significa Casa da Pobreza. Era um povoado pobre no alto do Monte das Oliveiras, perto de Jerusalém. Quando ia a Jerusalém Jesus costumava passar na casa de Marta, Maria e Lázaro (Jo 12,2)

É impressionante verificar como Jesus entrava e vivia nas casas do povo: na casa de Pedro (Mt 8,14), de Mateus (Mt 9,10), de Jairo (Mt 9,23), de Simão o fariseu (Lc 7,36), de Simão o leproso (Mc 14,3), de Zaqueu (Lc 19,5). O oficial reconhece: “Não sou digno de que entres em minha casa” (Mt 8,8). O povo procurava Jesus na casa dele (Mt 9,28; Mc 1,33; 2,1; 3,20). Os quatro amigos do paralítico tiram o telhado para fazer baixar o doente dentro da casa onde Jesus estava ensinando o povo (Mc 2,4). Quando ia a Jerusalém, Jesus parava em Betânia na casa de Marta, Maria e Lázaro (12,2). No envio dos discípulos e discípulas a missão deles é entrar nas casas do povo e levar a paz (Mt 10,12-14; Mc 6,10; Lc 10,1-9).

Lucas 10,39-40: A atitude das duas irmãs

“Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e ficou escutando a sua palavra. Marta estava ocupada com muitos afazeres”. Duas atitudes importantes, sempre presentes na vida dos cristãos: estar atenta à Palavra de Deus e estar atenta às necessidades das pessoas. Cada uma destas duas atitudes exige atenção total. Por isso, as duas vivem em tensão contínua que se expressa na reação de Marta: "Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!". Expressa-se também na reação dos apóstolos diante do problema que surgiu na comunidade de Jerusalém. O serviço à mesa das viúvas estava tomando todo o tempo deles e já não podiam dedicar-se inteiramente ao anúncio da Palavra. Por isso, eles reuniram a comunidade e disseram: “Não é correto que deixemos a pregação da palavra de Deus para servir às mesas” (At 6,2).

Lucas 10,41-42: A resposta de Jesus

"Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada."  Marta queria que Maria sacrificasse sua atenção à palavra para ajuda-la no serviço da mesa. Mas não se pode sacrificar uma atitude em favor da outra. O que é preciso é alcançar o equilíbrio. Não se trata de escolher entre vida contemplativa e vida ativa, como se aquela fosse melhor que esta. Trata-se de encontrar a justa distribuição das tarefas apostólicas e dos ministérios dentro da comunidade. Baseando-se nesta palavra de Jesus, os apóstolos pediram à comunidade que escolhesse sete diáconos (servidores). O serviço das mesas foi entregue aos diáconos e assim os apóstolos podiam continuar a sua atividade pastoral: “dedicar-se inteiramente à oração e ao serviço da Palavra” (At 6,4). Não se trata de encontrar nesta palavra de Jesus um argumento para dizer que a vida contemplativa nos mosteiros é superior à vida ativa dos que labutam na pastoral. As duas atividades tem a ver com o anúncio da Palavra de Deus. Marta não pode exigir que Maria sacrifique a atenção à palavra.  Bonita é a interpretação do místico medieval, o frade dominicano Mestre Eckart que dizia: Marta já sabia trabalhar e servir às mesas sem prejudicar em nada sua atenção à presença e à palavra de Deus. Maria, assim ele diz, ainda estava aprendendo junto de Jesus. Por isso, ela não podia ser interrompida. Maria escolheu o que para ela era a melhor parte. A descrição da atitude de Maria diante de Jesus evoca a outra Maria, da qual Jesus dizia: “Felizes os que ouvem a Palavra e a colocam em prática” (Lc 11,27).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Como você equilibra na sua vida o desejo de Maria e a preocupação de Marta?

2) À luz da resposta de Jesus para Marta, os apóstolos souberam encontrar uma solução para o problema da comunidade de Jerusalém. A meditação das palavras e gestos de Jesus me ajuda a iluminar os problemas da minha vida?

 

5) Oração final

As obras de suas mãos são verdade e justiça, imutáveis os seus preceitos, irrevogáveis pelos séculos eternos, instituídos com justiça e eqüidade. (Sl 110, 7-8)

Sexta-feira, 6 de setembro-2023. 26º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do Dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 06 outubro 2023
  • Reflexão do Evangelho do Dia,
  • EVANGELHO DO DIA,
  • Artigos do Frei Carlos Mesters,
  • Frei Carlos Mesters,
  • Biblista Frei Carlos Mesters,
  • LECTIO DIVINA DO EVANGELHO DO DIA,
  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • EVANGELHO DO DIA-LECTIO DIVINA,
  • REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA,
  • Corazim e Betsaida

 

1) Oração

Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  - Lucas 10,13-16  (Mt 11,20-24)

13 Ai de você, Corazin! Ai de você, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas. 14 Pois bem: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia terão uma sentença menos dura que vocês.   15 Ai de você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada no inferno, isso sim!  16 Quem escuta vocês, escuta a mim, e quem rejeita vocês, rejeita a mim; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou."

 

3) Reflexão   Lucas 10,13-16  (Mt 11,20-24)

O evangelho de hoje dá continuidade ao envio dos setenta e dois discípulos e discípulas (Lc 10,1-12). No final deste envio Jesus falava de sacudir o pó dos sapatos quando os missionários não fossem bem recebidos (Lc 10,10-12). O evangelho de hoje acentua e amplifica as ameaças aos que se recusam de receber a Boa Nova.

Lucas 10,13-14: Ai de você Corazin e Betsaida!

O espaço por onde Jesus andou durante aqueles três anos da sua vida missionária era pequeno. Abrangia uns poucos quilômetros quadrados ao longo do Mar da Galiléia em torno das cidades Cafarnaum, Betsaida e Corazin. Foi neste espaço tão pequeno que Jesus realizou a maior parte dos seus discursos e milagres. Ele veio salvar a humanidade inteira, e quase não saiu do limitado espaço da sua terra. Tragicamente, Jesus teve que constatar que o povo daquelas cidades não quis aceitar a mensagem do Reino e não se converteu. As cidades se fixaram na rigidez das suas crenças, tradições e costumes e não aceitaram o convite de Jesus para mudar de vida. “Ai de você, Corazin! Ai de você, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no meio de vocês, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre cinzas”. Jesus compara as duas cidades com Tiro e Sidônia que, no passado, foram inimigos ferrenhos de Israel, maltrataram o povo de Deus. Por isso, foram amaldiçoadas pelos profetas (Is 23,1; Jr 25,22; 47,4; Ez 26,3; 27,2; 28,2; Jl 4,4; Am 1,10). E agora, Jesus diz que estas mesmas cidades, símbolos de toda a malvadeza feita ao povo no passado, já teriam feito conversão se nelas tivessem acontecido tantos milagres como em Cozain e Betsaida.

Lucas 10,15: Ai de você Cafarnaum!

“Ai de você, Cafarnaum! Será erguida até o céu? Será jogada no inferno, isso sim!”  Jesus evoca a condenação que o profeta Isaías lançou contra a Babilônia. Orgulhosa e prepotente, Babilônia pensava: ”Vou subir até o céu, vou colocar meu trono acima das estrelas de Deus; vou sentar-me na montanha da Assembléia, no cume da montanha celeste. Subirei até as alturas das nuvens e me tornarei igual ao Altíssimo" (Is 14,13-14). Pensava! Mas enganou-se redondamente. Aconteceu o contrário. Diz o profeta: “Agora, aí está você precipitado na mansão dos mortos, nas profundezas do abismo” (Is 14,15). Jesus compara Cafarnaum a esta terrível Babilônia que destruiu monarquia e o templo e levou o povo para o cativeiro do qual nunca mais se recuperou. Como Babilônia, Cafarnaum pensava ser alguma coisa, mas foi parar no inferno mais profundo. O evangelho de Mateus compara Cafarnaum com a cidade de Sodoma, símbolo da pior perversão, que foi destruída pela ira de Deus (Gn 18,16 a 19,29). Sodoma teria feito a conversão se tivesse visto os milagres que Jesus fez em Cafarnaum (Mt 11,23-24). Hoje continua o mesmo paradoxo. Muitos de nós, que somos católicos desde criança, temos tantas convicções consolidadas, que ninguém é capaz de nos converter. E em alguns lugares, o cristianismo, em vez de ser fonte de mudança e de conversão, tornou-se o reduto das forças mais reacionárias da política do país.

Lucas 10,16: Quem rejeita vocês, rejeita a mim!

“Quem escuta vocês, escuta a mim, e quem rejeita vocês, rejeita a mim; mas quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou."  A frase acentua a identificação dos discípulos com Jesus enquanto rejeitado pelas autoridades. Em Mateus a mesma frase de Jesus, colocada em outro contexto, acentua a identificação dos discípulos com Jesus enquanto acolhido pelo povo (Mt 10,40). Tanto num como noutro, é na doação total de si que os discípulos se identificam com Jesus e que se realiza o encontro deles com Deus, e que Deus se deixa encontrar por quem o procura.

 

4) Para um confronto pessoal

1) Minha cidade e meu país merecem a advertência de Jesus contra Cafarnaum, Corazim e Betsaida?

2) Como me identifico com Jesus?

 

5) Oração final

Protege-me, ó Deus: em ti me refugio. Eu digo ao Senhor: “És tu o meu Senhor, fora de ti não tenho bem algum”. O Senhor é a minha parte da herança e meu cálice. Nas tuas mãos, a minha porção. (Sl 15, 1-2.5)

Padre pede dispensa da Igreja Católica ao saber que vai ser pai em Franca, SP

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Publicado em 06 outubro 2023
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  • Diocese de Franca
  • padre Ferdinando Henrique Pavan Rubio
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  • Cúria Diocesana de Franca
  • São José da Bela Vista

Santa Sé ainda precisa aprovar o pedido, mas o pároco Ferdinando Henrique Pavan Rubio já deixou funções. Direito Canônico proíbe relacionamentos amorosos e casamentos de religiosos.

 

Padre Ferdinando Henrique Paiva Rubio pediu dispensa da Igreja Católica após informar a Diocese de Franca (SP) que vai ser pai — Foto: Reprodução/Pastoral Vocacional de Franca

 

Por g1 Ribeirão Preto e Franca

A Diocese de Franca (SP) informou nesta quinta-feira (5) que dispensou um padre das obrigações sacerdotais e do celibato depois que o religioso informou que vai ser pai.

De acordo com a entidade, o pedido de dispensa partiu do próprio padre Ferdinando Henrique Pavan Rubio. O g1 falou com o religioso, mas ele preferiu não comentar o assunto.

"A causa foi o envolvimento com uma pessoa, que resultou numa gravidez. A Igreja orienta que o sacerdote assuma a sua obrigação de paternidade", comunicou a Diocese, em nota.

No início de setembro, a Cúria Diocesana de Franca publicou comunicado informando que o bispo Dom Paulo Roberto Beloto havia acolhido o pedido de dispensa do padre Ferdinando das obrigações clericais e de celibato, mas não informou o motivo.

“Mediante isso, acima de quaisquer especulações, unamo-nos em oração por este nosso irmão, a fim de que ele seja feliz nesta nova etapa de sua vida”, publicou a Diocese em seu perfil oficial no Instagram.

Com a dispensa, padre Ferdinando já deixou todas as funções que exercia à frente da Paróquia Santa Luzia em Franca.

Agora, ele deve recorrer ao Vaticano para validar a dispensa. Segundo o Direito Canônico, que rege a Igreja Católica, padres não podem ter relacionamentos amorosos nem se casar.

"Ele deixou de exercer o ministério sacerdotal e as suas funções pastorais. Está suspenso de Ordens, até que obtenha o rescrito [nome dado a um ato administrativo baixado por escrito pelo Papa] proveniente da Santa Sé."

Ferdinando é natural de São José da Bela Vista (SP) e foi ordenado padre há oito anos. Ele era um dos líderes espirituais da Paróquia Santa Luzia, no bairro São Joaquim, desde janeiro de 2023. Antes, ele havia passado pelas paróquias São Pedro, no bairro Vila Europa, e Santa Gianna, em Franca. Ele também foi reitor do Seminário Propedêutico. Fonte: https://g1.globo.com

Pastor chama Nossa Senhora Aparecida de 'Satanás fantasiado de azul'

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Publicado em 05 outubro 2023
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Líder da igreja Vida Nova criticava estátua colocada na entrada de Bastos (SP)

 

Estátua de Nossa Senhora Aparecida na entrada de Bastos (SP) - Divulgação

 

Anna Virginia Balloussier

SÃO PAULO

Contrariado com a instalação de uma estátua de Nossa Senhora Aparecida na entrada de Bastos, cidade do interior paulista a 550 km da capital, um pastor evangélico chamou um dos maiores símbolos do catolicismo nacional de "Satanás fantasiado de azul".

Líder na igreja Vida Nova, Sérgio Fernandes se disse "indignado com usarem dinheiro público" na escultura. O episódio de intolerância religiosa, registrado em vídeo, aconteceu durante um culto no domingo (1º).

"Colocaram uma imagem de escultura na entrada da nossa cidade que não nos representa", disse em sua pregação. "Não tem nada a ver com a gente."

A fé evangélica não admite a veneração de santos, equiparada à idolatria. Para esse segmento cristão, o único mediador da humanidade com Deus é Jesus Cristo. Fiéis poderiam, então, admirar Maria e outros nomes canonizados pela Igreja Católica, sem lhes atribuir santidade.

O pastor afirmou que até entenderia uma homenagem à comunidade japonesa, vasta no município. Mas não o ícone católico.

"Quando a pessoa entra em Bastos e olha lá a bandeira do Brasil, a bandeira do Japão, o obelisco, beleza, é cultura japonesa, parabéns. Põe ovo, põe galinha, põe o que quiser, mas não vem pôr o Satanás fantasiado de azul na entrada da cidade. Não traz maldição para a nossa cidade. Aquilo é ponto de contato com o inferno. Ora, porque o espírito de idolatria não vai ficar aqui. Eu não aceito."

Numa rede social, Fernandes se retratou pelos "excessos cometidos" e disse que, ao seu ver, "verbas públicas devem ser guardadas pela laicidade do Estado, não promovendo nenhuma vertente religiosa".

Ataques similares, no passado, já desgastaram a relação entre os dois maiores blocos religiosos do Brasil. O auge da animosidade foi em 1995, quando um bispo da Igreja Universal desferiu pontapés numa estátua de Aparecida. Sérgio Von Helder a descreveu, na ocasião, como "um bicho tão feio, tão horrível, tão desgraçado".

Conhecido como "chute na santa", o arroubo dominou o noticiário de um Brasil ainda predominantemente católico e chegou a motivar ataques a templos da Universal.

Uma das representações de Maria, a mãe de Jesus, Aparecida foi instituída padroeira do Brasil em 1931, pelo pouco religioso Getúlio Vargas —que, em sua formatura na faculdade de direito, fustigou a moral cristã como "contrária à natureza humana". Os ataques do pastor de Bastos vieram a duas semanas do 12 de outubro, dia dedicado à santa no calendário nacional.

O prefeito de Bastos, Manoel Rosa (MDB), reagiu à fala do líder religioso. "Não precisava polêmica nenhuma diante de uma situação pra nós tão normal", afirma, apontando que a maioria dos municípios brasileiros "têm homenagens aos santos, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo".

A estátua que enervou Fernandes foi colocada num gramado bastense na semana passada. Rosa diz que alguns evangélicos, reclamando que até há uma praça da Bíblia na cidade, porém pequena demais, propuseram um tributo ao livro sagrado do cristianismo.

E de fato o pedido foi atendido: além de Aparecida, há na chegada a Bastos a escultura de uma Bíblia e de uma pomba branca, representação do Espírito Santo.

"Tentamos fazer o melhor possível num espaço ecumênico por entendermos que as religiões podem e devem conviver pacificamente", afirma o prefeito. Ele ressalta ter sofrido ameaças judiciais em razão da imagem católica. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Conheça a "Laudate Deum" do Papa: eventos on-line e a leitura pública em livrarias

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Publicado em 04 outubro 2023
  • São Francisco de Assis
  • Laudate Deum
  • continuação da Laudato si' sobre os cuidados com a casa comum de 2015
  • Movimento Laudato si
  • Laudate Deum: vozes e testemunhos sobre a crise climática
  • vozes e testemunhos sobre a crise climática

 

A segunda parte da Laudato si' sobre os cuidados da casa comum será publicada nesta quarta-feira, 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis e de encerramento do Tempo Ecumênico da Criação. O novo documento intitulado "Laudate Deum" será comentado por especialistas em evento on-line para o mundo inteiro a partir das 15h, horário de Brasília. Na Itália, 12 livrarias de 12 cidades irão as abrir as portas para uma leitura pública gratuita do novo texto do Papa Francisco.

 

Andressa Collet - Vatican News

O 4 de outubro no Vaticano é de abertura da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, mas também de publicação da nova exortação apostólica do Papa Francisco "Laudate Deum" (Louvai a Deus""), apresentada como uma continuação da Laudato si' sobre os cuidados com a casa comum de 2015. Em 4 de outubro a Igreja Católica também celebra a festa litúrgica de São Francisco de Assis e encerra o Tempo Ecumênico da Criação deste ano - iniciativa que mobilizou Igrejas e comunidades cristãs de todo o mundo.

O Pontífice chegou a antecipar sobre a segunda parte da Laudato si' ainda em 21 de agosto ao receber uma delegação de advogados de países membros do Conselho da Europa. Em 30 de agosto, ao final da Audiência Geral, Francisco anunciou a publicação do novo documento em 4 de outubro com a intenção de uma maior união entre os irmãos cristãos "no compromisso de salvaguardar a criação como um dom sagrado do Criador". A revelação do nome "Laudate Deum" veio em audiência com reitores de universidades públicas e privadas da América Latina e do Caribe em 21 de setembro no Vaticano, quando chegou a explicar que a nova exortação é "um olhar sobre o que aconteceu e dizer o que precisa ser feito". 

 

Apresentação on-line da "Laudato Deum"

Uma oportunidade para conhecer em primeira mão o conteúdo da “Laudate Deum” é participar de uma iniciativa on-line do Movimento Laudato si': a partir das 20h na Itália, 15h no horário de Brasília, cientistas, religiosos e leigos irão compartilhar as mensagens mais importantes da nova exortação para ajudar a compreender a importância do novo texto para a nossa vida diária. Basta se inscrever no link oficial: https://laudatosimovement.org/pt/.

 

Leitura pública em 12 livrarias da Itália

A partir das 16h na hora italiana deste 4 de outubro, 12 livrarias de 12 cidades italianas irão abrir as portas para uma leitura pública da "Laudato Deum": de Sassari a Bassano, de Rieti a Assis, de Palermo a Vicenza, serão encontros gratuitos para reunir leitores, prefeitos, escritores, livreiros, bispos e grupos de leitura. A iniciativa é promovida pela Livraria Editora Vaticana (LEV) que irá colocar as obras à disposição do público interessado para incentivar o conhecimento do novo texto.

Antes da leitura, o programa prevê uma apresentação em vídeo da "Laudate Deum", por Andrea Tornielli, diretor editorial do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, que irá ilustrar brevemente o documento de Francisco.

O responsável editorial da LEV, Lorenzo Fazzini, comenta que "o tema ecológico é a questão de hoje. Francisco nos estimula a pensar e agir para o bem comum". E acrescenta: "há uma grande expectativa em relação a esse documento do Papa Francisco, que ele mesmo associou à Laudato si', a encíclica que articulou de forma abrangente o que significa a ecologia integral. 

Já existe muito entusiasmo entre as livrarias que irão participar desse evento conjunto. Lucio Rossetto, responsável pela Livraria São Paulo de Vicenza, comenta que será "uma pequena experiência de compartilhamento entre livrarias, que por uma noite se tornam uma comunidade, reunida para ampliar o convite do Papa Francisco para cuidar da nossa casa comum".

 

Evento destinado a jornalistas 

Já a Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou que será realizada uma coletiva reservada a jornalistas credenciados na próxima quinta-feira (5), intitulada "Laudate Deum: vozes e testemunhos sobre a crise climática". O encontro presencial começa às 10h na Itália, no Largo della Radio, em frente à Palazzina Leone XIII, no Vaticano, mas também será transmitida ao vivo pelo canal do Youtube do Vatican News, conectando-se ao site https://www.youtube.com/c/VaticanNews. O credenciamento de jornalistas e operadores de mídia deve ser feito pelo sistema on-line da Sala de Imprensa: https://press.vatican.va/accreditamenti. A tradução simultânea estará disponível em português, italiano, inglês, francês, espanhol e alemão.

Para a oportunidade, farão parte da mesa, entre outros: o Prêmio Nobel de Física de 2021, Giorgio Leonardo Renato Parisi; a cientista e ambientalista Vandana Shiva; o escritor Jonathan Safran Foer; o gastrônomo e sociólogo Carlo Petrini; além de Ridhima Pandey, protagonista do filme "The Letter: a Message for Our Earth" (A Carta: uma mensagem pela nossa terra) sobre a Laudato si'.

 

Filme A Carta

A propósito da obra cinematográfica, o Movimento Laudato si' convida a se preparar para a nova exortação apostólica assistindo ao filme - com legenda disponível em português - que conta a história de uma viagem a Roma de líderes da linha de frente nessa temática para discutir a carta encíclica “Laudato Si” com o Papa. O diálogo exclusivo com Francisco, incluído no filme, oferece uma visão reveladora sobre a história pessoal do Pontífice e histórias nunca vistas desde que ele se tornou bispo de Roma. Fonte: https://www.vaticannews.va 

Sínodo testa legado do papa e pode abrir espaço para mulheres na Igreja Católica

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Publicado em 04 outubro 2023
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  • Assembleia do Sínodo dos Bispos,
  • Sínodo da Sinodalidade
  • Assembleia-Geral

Encontro de religiosos e laicos do Vaticano começa nesta quarta com chance de reformar a instituição ou aprofundar divisões

 

Michele Oliveira

MILÃO

A cúpula do catolicismo se prepara para dias agitados. Começa nesta quarta (4), no Vaticano, a 16a edição da Assembleia do Sínodo dos Bispos, convocada pelo papa Francisco para debater o futuro da Igreja Católica. Após uma consulta que pretendeu ouvir fiéis do mundo todo, e que durou quase dois anos, esta etapa é a última e mais delicada: caberá à assembleia discutir e sintetizar visões sobre as prioridades indicadas pelos católicos.

Pelas próximas três semanas, 464 participantes, entre bispos, cardeais, religiosos e laicos, vão se debruçar sobre temas como a maior participação das mulheres, inclusive o acesso delas ao diaconato, e como se aproximar de grupos marginalizados, como divorciados em segundo casamento e pessoas LGBTQIA+. Também tratarão da ordenação de homens casados e de prevenção de abusos sexuais e de poder por parte do clero.

Na hierarquia católica, os diáconos ocupam o primeiro degrau. Acima, estão padres e bispos. Embora tenham autorização para pronunciar sermões durante a missa e oficiar batizados, casamentos e funerais, os diáconos, hoje apenas homens, não estão autorizados a celebrar a eucaristia, ouvir a confissão dos fiéis ou realizar a unção dos enfermos (extrema-unção).

Considerado o mais ambicioso processo de escuta da história recente do catolicismo, o Sínodo da Sinodalidade –a palavra vem do grego e remete a "caminhar junto"– tem potencial tanto para levar a uma reforma dentro da Igreja, na visão dos mais progressistas, quanto para resultar em divisões, segundo a ala mais conservadora. Seja qual for o desfecho, o encontro pode significar um dos maiores legados do papado de Francisco, 86.

"Há muita expectativa porque é um grande momento do pontificado dele e da Igreja. E há também bastante tensão, porque existem grupos que se opõem ao sínodo e outros que esperam uma mudança significativa", afirma Christopher Lamb, vaticanista em Roma para o jornal católico inglês The Tablet.

Respostas concretas ou mesmo propostas não são esperadas após o fim desta assembleia, no dia 29. Por duas razões. A primeira porque a fase final do sínodo foi dividida em duas, com uma assembleia conclusiva em outubro de 2024 –a ideia é que após o trabalho das próximas semanas, os participantes tenham tempo para discernir itens que provocaram divergência.

A outra é porque a reunião de bispos não tem função deliberativa, mas sim consultiva. Diretrizes para os católicos, baseadas no conteúdo das assembleias, costumam ser dadas pelo papa meses após o fim dos trabalhos, em um documento chamado de exortação apostólica.

Isso não quer dizer que essa assembleia esteja isenta de faíscas. Nas últimas semanas, católicos ultraconservadores foram incisivos na contrariedade ao processo sinodal de Francisco –e com participação especial de uma instituição brasileira.

Em agosto, dois autores do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, que homenageia o fundador da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade), lançaram, em vários países e idiomas, o livro "Caminho Sinodal – Uma Caixa de Pandora", com perguntas e respostas que, segundo eles, "desmascaram" o sínodo.

Mais que o conteúdo, chamou a atenção internacional o texto de introdução, assinado pelo cardeal americano Raymond Burke, que tenta se colocar como sucessor de Bento 16 na liderança do campo conservador. Para Burke, os termos "sinodalidade" e "sinodal" se tornaram "slogans por trás dos quais uma revolução está em ação para mudar radicalmente a autocompreensão da Igreja". O risco, diz, é de uma cisão.

Do outro lado, grupos reformistas e em defesa da igualdade de gênero organizam eventos paralelos nas próximas semanas em Roma, como forma de pressionar. O Spirit Unbounded (espírito ilimitado) realiza um "sínodo laico", focado em direitos humanos, enquanto a Women's Ordination Conference (conferência de ordenação de mulheres) faz atos pela inclusão feminina.

A questão das mulheres promete ser um dos tópicos mais controversos. Segundo a pauta de trabalho, que concentra os temas citados na fase de escuta e serve de base para a reunião, "todas as assembleias continentais" pedem que seja abordada a questão da participação das mulheres em todos os níveis da Igreja, incluindo a tomada de decisões.

Além disso, mostra que "a maior parte" das etapas continentais do sínodo e "numerosas" conferências episcopais pedem que seja considerada a questão do diaconato feminino. O documento lança a pergunta: "Como se pode encarar essa questão?".

O diaconato é o primeiro grau dentro da hierarquia eclesiástica e tem a função de auxiliar o padre e o bispo. Ele exerce papel pastoral e pode batizar, fazer casamento, celebrar liturgias, mas não confessar nem administrar a comunhão.

Segundo Phyllis Zagano, professora de religião da Hofstra University, nos EUA, evidências mostram que o diaconato para as mulheres vigorou em grande parte do Ocidente até o século 12. Depois disso, se tornou um passo para a ordenação de padres, vetando o acesso a elas.

"Está claro que a Igreja universal pede a restauração das mulheres ao diaconado ordenado. Se a Igreja precisa do verdadeiro ministério dos diáconos, então precisa recuperar a tradição das diaconisas", afirma Zagano.

Certo é que, ao menos neste sínodo, as mulheres podem celebrar a conquista de uma participação mais decisiva, algo que foi alvo de protestos no Sínodo da Amazônia, em 2019. Por decisão de Francisco, elas poderão votar para aprovar o relatório final da assembleia, que será entregue ao papa. Dos 464 participantes, 81 são mulheres –destes, 365 têm direito a voto, sendo 54 mulheres. Será o primeiro sínodo com voto feminino.

 

ENTENDA O SÍNODO

 

O que é um sínodo e para que serve? O Sínodo dos Bispos é uma reunião episcopal de especialistas que serve de mecanismo de consulta do papa. Os convocados têm a função de debater e de fornecer material para que ele dê diretrizes ao clero, no documento chamado exortação apostólica. As exortações costumam ser publicadas meses depois da assembleia.

 

O que este sínodo vai debater?

a maior participação de mulheres, inclusive na tomada de decisões; a possibilidade de elas serem ordenadas diaconisas, podendo, então, celebrar batizados e casamentos (mas não eucaristia nem confissão) ordenação de homens casados como padres como se aproximar de grupos marginalizados pela Igreja, como divorciados em segundo casamento e pessoas LGBTQIA+ abusos sexuais e de poder dentro da instituição

 

O que é a Assembleia-Geral? Após a fase de escuta e síntese, a Assembleia-Geral reúne bispos, cardeais, religiosos de outros graus e leigos de 4 a 29 de outubro, no Vaticano. Eles têm como base de trabalho um resumo dos assuntos levantados pelos fiéis em todo o mundo. Ao fim de três semanas, um relatório deverá ser aprovado. A assembleia continua em outubro de 2024, para a conclusão dos trabalhos

Quem são os participantes? São 464 ao todo, sendo 365 com direito a voto no relatório final, incluindo o papa. Há 81 mulheres, das quais 54 podem votar. É o primeiro sínodo com voto feminino.

 

O encontro tem poder decisório? Não. As diretrizes são dadas somente pelo papa.

O que dizem grupos pró e contra o sínodo? Alas católicas mais progressistas veem este sínodo como possibilidade de uma reforma da Igreja. Grupos mais conservadores afirmam que o processo de escuta pode mudar tão profundamente a Igreja a ponto de acentuar divisões. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Oito pessoas morrem em acidente com ônibus de excursão religiosa em SP

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Publicado em 02 outubro 2023
  • Oito pessoas morrem em acidente com ônibus de excursão religiosa
  • rodovia Deputado Cunha Bueno
  • Tambaú é uma cidade de turismo religioso,
  • Prefeitura de Monte Alto,
  • Santuário Nossa Senhora Aparecida
  • Beato Donizetti

No acidente, pelo menos 15 turistas ficaram feridos, sendo 9 em estado grave

Ônibus depois de capotamento em rodovia no interior de São Paulo - Reprodução/TV Globo

Cristina Camargo

SÃO PAULO

Oito pessoas morreram e ao menos 15 ficaram feridas em um acidente no final da tarde deste domingo (1) na rodovia Deputado Cunha Bueno (SP-253), em Guatapará (SP), no interior de São Paulo.

Dos feridos, nove estão em estado grave, segundo a polícia rodoviária estadual. Outras seis sofreram ferimentos leves —entre elas, duas crianças.

O ônibus onde estavam as vítimas capotou. O veículo retornava de Tambaú para Monte Alto, na região de Ribeirão Preto.

Tambaú é uma cidade de turismo religioso, com atrações como o caminho da fé, a casa, o mausoléu e a estátua do padre Donizetti, igrejas, parque e santuário.

A Polícia Rodoviária Estadual afirmou, na manhã desta segunda-feira (2), que as causas do acidente estão em apuração.

Entre os feridos há crianças e idosos. Eles foram levados para hospitais de Sertãozinho, Pradópolis, Jaboticabal, Ribeirão Preto e Monte Alto.

Durante a noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira (2), moradores e autoridades da região se mobilizaram para reconhecer os mortos e providenciar o velório coletivo.

A Prefeitura de Monte Alto, cidade das vítimas, montou uma base de operações em um centro de convivência da cidade.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Felipe Nunes, divulgou informações sobre os feridos ao longo da noite. Houve momentos de desespero no local por parte de pessoas que não sabiam se os familiares haviam sobrevivido.

Segundo o prefeito de Tambaú, Leonardo Spiga Real (PSDB), os passageiros do ônibus participaram de uma missa no Santuário Nossa Senhora Aparecida do Beato Donizetti neste domingo.

"Que o beato Donizetti acolha a alma desses fiéis", disse.

O vice-prefeito de Monte Alto, Joaquim Roberto de Oliveira, afirmou em entrevista ao jornal o Imparcial que muitas vítimas estavam sem documentos e isso dificulta a identificação.

Padre Donizetti morou durante 35 anos na casa visitada por devotos em Tambaú, cidade onde morreu e foi sepultado. Religiosos atribuem a ele milagres e conversões. O sacerdote foi beatificado pela Igreja Católica em 2019. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Teto de igreja desaba no México durante missa e mata 10

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Publicado em 02 outubro 2023
  • México,
  • Cidade do México,
  • Teto de igreja desaba e mata 10
  • estado de Tamaulipas,
  • desabamento do teto durante missa
  • padre Ángel Vargas,

Vítimas incluem três crianças; autoridades trabalham com hipótese de suposta falha na estrutura da construção

 

Igreja de Santa Cruz, em Ciudad Madero, no México, após desabamento do teto durante missa - Reprodução

 

CIDADE DO MÉXICO | AFP

Ao menos dez pessoas morreram e 40 ficaram feridas, neste domingo (1º), após o desabamento do teto de uma igreja durante uma missa na localidade de Ciudad Madero, no estado de Tamaulipas, a cerca de 340 km da Cidade do México, informou o governador local, Américo Villarreal.

Questionado sobre a causa do desabamento, o político respondeu que, segundo o padre responsável pela paróquia de Santa Cruz, onde a tragédia aconteceu, não foram detectadas irregularidades na construção de 50 anos.

As autoridades, porém, trabalham com a hipótese de uma suposta falha na estrutura às 14h18 locais (17h18 de Brasília), momento em que 70 pessoas assistiam a uma cerimônia de batizado.

Segundo Villarreal, as vítimas são cinco mulheres, dois homens e três crianças. Provavelmente não há mais vítimas, de acordo com o governador, já que as autoridades localizaram todas as pessoas que estavam desaparecidas. Ainda não foi possível recuperar o corpo de uma mulher dos escombros.

O governador acrescentou que quase 60 pessoas receberam atendimento médico e 23 continuam hospitalizadas. "Duas estão com ferimentos graves. Suas vidas podem estar em perigo", disse ele.

Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o momento em que a igreja começa a desabar e colapsa em meio a uma espessa nuvem de poeira. Após o incidente, a área ficou cercada de ambulâncias, policiais e militares, e várias pessoas chegaram em busca de notícias de familiares.

"Todos morremos no momento em que Deus quer", declarou ao site 4C News o padre Ángel Vargas, que rezava a missa no momento da tragédia. "Alguns partiram e outros ficaram. Os que se foram, agora descansam em paz. Aqueles que ficaram certamente sofrerão a vida toda."

Emocionado, o sacerdote afirmou que todos os domingos eram especiais devido aos batizados, nos quais famílias inteiras compareciam. "Neste momento, o trabalho necessário está sendo realizado para extrair as pessoas que ainda estão sob os destroços", disse Alvarez em mensagem gravada e divulgada em redes sociais. "Hoje vivemos um momento muito difícil."

Imagens da emissora de TV Milenio mostraram dezenas de pessoas tentando conter com suportes parte da estrutura colapsada enquanto outras abriam caminho em meio aos destroços, em busca de sobreviventes. Socorristas erguiam os punhos para o alto, pedindo silêncio para poder ouvir pedidos de socorro das pessoas presas. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br 

Sábado, 30 de setembro-2023. 25ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 30 setembro 2023
  • EVANGELHO DO DIA,
  • Artigos do Frei Carlos Mesters,
  • Frei Carlos Mesters,
  • Biblista Frei Carlos Mesters,
  • lectio divina,
  • LECTIO DIVINA DO EVANGELHO DO DIA,
  • Evangelho do Dia com Frei Carlos Mesters,
  • CarLectio Divina,
  • Mensagem do Frei Carlos Mesters,
  • 25ª Semana do Tempo Comum
  • Lectio Divina do Frei Carlos Mesters,

 

1) Oração

Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna.

Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 9,43b-45)

43Todos ficaram pasmados ante a grandeza de Deus. Como todos se admirassem de tudo o que Jesus fazia, disse ele a seus discípulos: 44Gravai nos vossos corações estas palavras: O Filho do Homem há de ser entregue às mãos dos homens! 45Eles, porém, não entendiam esta palavra e era-lhes obscura, de modo que não alcançaram o seu sentido; e tinham medo de lhe perguntar a este respeito.

 

3) Reflexão   Lucas 9,43b-45  (Mc 9,30-32)

O evangelho de hoje traz o segundo anúncio da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Os discípulos não entendem a palavra sobre a cruz, porque não são capazes de entender nem de aceitar um Messias que se faz empregado e servidor dos irmãos. Eles continuam sonhando com um messias glorioso.

Lucas 9,43b-44: O contraste.

“O povo estava admirado com tudo o que Jesus fazia. Então Jesus disse aos discípulos: "Prestem atenção ao que eu vou dizer: o Filho do Homem vai ser entregue na mão dos homens”. O contraste é muito grande. De um lado, a vibração e a admiração do povo por tudo que Jesus dizia e fazia. Jesus parece corresponder a tudo aquilo que o povo sonho, crê e espera. Por outro lado, a afirmação de Jesus de que será preso e entregue na mão dos homens. Ou seja, a opinião das autoridades sobre Jesus é totalmente contrária à opinião do povo.

Lucas 9,45: O anúncio da Cruz.

“Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. Isso estava escondido a eles, para que não entendessem. E tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto”. Os discípulos o escutam, mas não entendem a palavra sobre a cruz. Mesmo assim, não pedem esclarecimento. Eles têm medo de deixar transparecer sua ignorância! 

O título Filho do Homem

Este nome aparece com grande freqüência nos evangelhos: 12 vezes em João, 13 vezes em Marcos, 28 vezes em Lucas, 30 vezes em Mateus. Ao todo, 83 vezes nos quatro evangelhos.  É o nome que Jesus mais gostava de usar. Este título vem do AT. No livro de Ezequiel, ele indica a condição bem humana do profeta (Ez 3,1.4.10.17; 4,1 etc.). No livro de Daniel, o mesmo título aparece numa visão apocalíptica (Dn 7,1-28), na qual Daniel descreve os impérios dos Babilônios, dos Medos, dos Persas e dos Gregos. Na visão do profeta, estes quatro impérios têm a aparência de “animais monstruosos” (cf. Dn 7,3-8). São impérios animalescos, brutais, desumanos, que perseguem, desumanizam e matam (Dn 7,21.25). Na visão do profeta, depois dos reinos anti-humanos, aparece o Reino de Deus que tem a aparência, não de um animal, mas sim de uma figura humana, Filho de homem. Ou seja, é um reino com aparência de gente, reino humano, que promove a vida. Humaniza. (Dn 7,13-14). Na profecia de Daniel a figura do Filho do Homem representa, não um indivíduo, mas sim, como ele mesmo diz, o “povo dos Santos do Altíssimo” (Dn 7,27; cf Dn 7,18). É o povo de Deus que não se deixa desumanizar nem enganar ou manipular pela ideologia dominante dos impérios animalescos. A missão do Filho do Homem, isto é, do povo de Deus, consiste em realizar o Reino de Deus como um reino humano. Reino que não persegue a vida, mas sim a promove! Humaniza as pessoas.

Apresentando-se aos discípulos como Filho do Homem, Jesus assume como sua esta missão que é a missão de todo o Povo de Deus. É como se dissesse a eles e a todos nós: “Venham comigo! Esta missão não é só minha, mas é de todos nós! Vamos juntos realizar a missão que Deus nos entregou, e realizar o Reino humano e humanizador que ele sonhou!” E foi o que ele fez e viveu durante toda a sua vida, sobretudo, nos últimos três anos. Dizia o Papa Leão Magno: “Jesus foi tão humano, mas tão humano, como só Deus pode ser humano”. Quanto mais humano, tanto mais divino. Quanto mais “filho do homem” e tanto “filho de Deus!” Tudo que desumaniza as pessoas afasta de Deus. Foi o que Jesus condenou, colocando o bem da pessoa humana como prioridade acima das leis, acima do sábado (Mc 2,27). Na hora de ser condenado pelo tribunal religioso do sinédrio, Jesus assumiu este título. Perguntado se era o “filho do Deus” (Mc 14,61), ele responde que é o “filho do Homem: “Eu sou. E vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso” (Mc 14,62). Por causa desta afirmação foi declarado réu de morte pelas autoridades. Ele mesmo sabia disso pois tinha dito: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate para muitos” (Mc 10,45).

 

4) Para um confronto pessoal

1) Como você na sua vida combina sofrimento e fé em Deus?

2) No tempo de Jesus havia o contraste: povo pensava e esperava de um jeito, enquanto as autoridades religiosas  pensavam e esperavam de outro jeito. Existe hoje o mesmo contraste

 

5) Oração final

A tua palavra, Senhor, é estável como o céu. Mantenho os meus passos longe dos caminhos do mal, para guardar a tua palavra. (Sl 118)

Quinta-feira, 28 de setembro-2023. 25ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.

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Publicado em 28 setembro 2023
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1) Oração

Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho  (Lucas 9,7-9) (Mc 6,14-16)

7O tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que Jesus fazia e ficou perplexo. Uns diziam: É João que ressurgiu dos mortos; outros: É Elias que apareceu; 8e ainda outros: É um dos antigos profetas que ressuscitou. 9Mas Herodes dizia: Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais coisas? E procurava ocasião de vê-lo.

 

3) Reflexão

O evangelho de hoje traz a reação de Herodes diante da pregação de Jesus. Herodes não sabe situar Jesus. Ele já tinha matado João Batista e agora quer ver Jesus de perto. Ameaças aparecem no Horizonte.

Lucas 9,7-8: Quem é Jesus?

O texto começa com um balanço das opiniões do povo e de Herodes sobre Jesus. Alguns associavam Jesus com João Batista e Elias. Outro o identificavam como um Profeta, isto é, como alguém que fala em nome de Deus, que tem a coragem de denunciar as injustiças dos poderosos e que sabe animar a esperança dos pequenos. É o profeta anunciado no Antigo Testamento como um novo Moisés (Dt 18,15). São as mesmas opiniões que o próprio Jesus vai colher dos discípulos quando perguntou: "Quem dizem as multidões que eu sou?" (Lc 9,18). As pessoas procuravam compreender Jesus a partir das coisas que elas mesmas conheciam, acreditavam e esperavam. Tentavam enquadrá-lo dentro dos critérios familiares do Antigo Testamento com suas profecias e esperanças, e da Tradição dos Antigos com suas leis. Mas eram critérios insuficientes. Jesus não cabia lá dentro. Ele era maior!

Lucas 9,9: Herodes quer ver Jesus

“Então Herodes disse: "Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?" E queria ver Jesus”. Herodes, homem supersticioso e sem escrúpulo, reconhece ser ele o assassino de João Batista. Agora ele quer ver Jesus. Lucas sugere assim que ameaças começam a aparecer no horizonte da pregação de Jesus. Herodes não teve medo de matar João. Também não terá medo de matar Jesus. Por outro lado, Jesus, também não tem medo de Herodes. Quando lhe disseram que Herodes procurava prendê-lo, mandou dizer: “Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho” (Lc 13,32). Herodes não tem poder sobre Jesus. Quando na hora da paixão, Pilatos manda Jesus para ser investigado por Herodes, Jesus lhe dá nenhuma resposta (Lc 23,9). Herodes não merecia resposta.

De pai para filho

Às vezes se confundem os três Herodes que viveram naquela época, pois os três aparecem no Novo Testamento com o mesmo nome: 1) Herodes, chamado o Grande, governou sobre toda a Palestina de 37 a 4 antes de Cristo. Ele aparece no nascimento de Jesus(Mt 2,1). Matou as crianças de Belém(Mt 2,16). 2) Herodes, chamado Antipas, governou sobre a Galiléia de 4 antes a 39 depois de Cristo. Ele aparece na morte de Jesus(Lc 23,7). Matou João Batista(Mc 6,14-29). 3) Herodes, chamado Agripa, governou sobre toda a Palestina de 41 a 44 depois de Cristo. Aparece nos Atos dos Apóstolos(At 12,1.20). Matou o apóstolo Tiago(At 12,2).

Quando Jesus tinha mais ou menos quatro anos, morreu o rei Herodes. Aquele que matou as crianças de Belém (Mt 2,16). O território dele foi dividido entre os filhos. Arquelau, um dos seus filhos, recebeu o governo sobre a Judéia. Ele era menos inteligente que o pai, mas mais violento . Só na tomada de posse dele, foram massacradas em torno de 3000 pessoas na praça do Templo! O evangelho de Mateus informa que Maria e José, quando souberam que este Arquelau tinha assumido o governo da Judéia, tiveram medo de voltar para lá e foram morar em Nazaré, na Galiléia (Mt 2,22), governada por um outro filho de Herodes, chamado Herodes Antipas (Lc 3,1). Este Antipas ficou mais de 40 anos. Durante todos os trinta e três anos que Jesus viveu nunca houve mudança de governo na Galiléia.

Herodes o Grande, o pai de Herodes Antipas, tinha construído a cidade de Cesaréia Marítima, inaugurada em no ano 15 antes de Cristo. Era o novo porto de escoamento dos produtos da região. Devia competir com o grande porto de Tiro no Norte e, assim, ajudar a desenvolver o comércio na Samaria e na Galiléia. Por isso, já desde os tempos de Herodes o Grande, a produção agrícola na Galiléia começava a orientar-se não mais a partir das necessidades das famílias como era antes, mas sim a partir das exigências do mercado. Este processo de mudança na economia continuou durante todo o governo de Herodes Antipas, mais de quarenta anos, e encontrou nele um organizador eficiente. Todos estes governantes eram subservientes. Quem mandava mesmo na Palestina, desde 63 antes de Cristo, era Roma, o Império.

 

4) Para um confronto pessoal

1) É perguntar sempre: quem é Jesus para mim?  

2) Herodes quer ver Jesus. Era curiosidade mórbida e supersticiosa. Outros querem ver Jesus porque querem encontrar um sentido para a vida. E eu qual a motivação que me empurra para ver e encontrar Jesus?

 

5) Oração final

Cumulai-vos desde a manhã com as vossas misericórdias, para exultarmos alegres em toda a nossa vida. Que o beneplácito do Senhor, nosso Deus, repouse sobre nós. Favorecei as obras de nossas mãos. Sim, fazei prosperar o trabalho de nossas mãos (Sl 89, 14.17)

Histórias de uma santa negra no Brasil que é digna de filme

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Publicado em 28 setembro 2023
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  • Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas
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Livro de Luiz Mott resgata vida da africana Rosa Maria Egipcíaca, presa pelo Santo Ofício

 

Tom Farias

Jornalista e escritor, é autor de "Carolina, uma Biografia" e do romance "Toda Fúria"

Santa, embusteira ou demente? São três perguntas para uma personagem tão grande e complexa de nossa história. E, certamente, ainda não sabemos como respondê-las. Estamos falando de Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, ou simplesmente Rosa Egipcíaca (1719-1771), uma mulher negra, africana, escravizada, que se tornou mística e deu muito trabalho para a igreja e as autoridades eclesiásticas em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e, por fim, em Lisboa, onde foi presa pelo Santo Ofício.

 

É sobre essa biografia cheia de aventuras religiosas e requintes de riqueza e artimanha que se debruça o antropólogo Luiz Mott no excelente livro "Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil", que é publicado agora em uma segunda edição, revista e ampliada.

O livro de Mott é o caminho mais seguro para a compreensão da história dessa mulher nascida na Costa da Ajudá, então Reino do Benin, que aos seis anos é capturada e traficada para o Brasil, vivendo até os 13 anos no Rio de Janeiro, na altura da igreja da Candelária. Embora ainda criança, seu senhor, José de Sousa de Azevedo, de origem portuguesa, segundo a própria revela, "a deflorou e tratou com ela torpemente", ou seja, pela violência e pelo sexo.

Vendida para Minas Gerais, foi parar na região do Inconfeccionado, perto de Mariana, comprada pela família de Ana Garcês de Morais, a mãe de Santa Rita Durão, frei e poeta colonial, autor do poema épico "O Caramuru", tido como o primeiro a tratar dos indígenas como heróis nacionais.

É nas Minas, como se dizia, "até suas primeiras manifestações diabólicas", a partir de 1733, que Rosa vai viver exclusivamente da prostituição –período, portanto, de 15 anos—, até sua conversão religiosa, em 1748.

O livro de Luiz Mott, bem documentado e com boas descrições, esmiúça de forma excepcional o ambiente colonial vivido pela "santa africana", no pior período da escravidão brasileira, sobretudo nas regiões de mineração, onde "a imoralidade e a prostituição vicejavam sôfregas e indomáveis", lado a lado com o comércio negreiro e a exploração de riquezas naturais, como ouro e pedras preciosas.

Rosa vai viver assim até conhecer o padre Francisco Gonçalves Lopes, também conhecido como Xota-Diabos, apelido que ganhou pela "dedicação ao ministério de expulsar demônios do corpo dos endiabrados". A relação dos dois, como a biografia nos revela, é a de violação e desvio.

Foi assim que se tornou o anjo da guarda de Rosa, e esta, após encerrar sua vida de meretriz, vendeu tudo o que tinha e doou para os pobres, passando a viver como beata, a frequentar cultos e missas nas igrejas, onde intervinha e causava confusão, possuída pelo demônio. Por essas e outras, foi presa, açoitada e perseguida.

Com seu padre Xota-Diabos, foge para o Rio de Janeiro, onde intensifica seus desatinos religiosos, se nomeando Deus e criando um recolhimento, destinado a acolher mulheres como ela, oriundas da escravidão e da prostituição. Rosa Maria então acrescenta ao nome o Egipcíaca da Vera Cruz, se autoalfabetiza e escreve o livro "Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas", destruído pela Inquisição, mas considerado "o mais antigo livro escrito por uma mulher negra na história do Brasil".

No ano de 1763, foi presa e enviada para prestar contas dos seus desatinos e embustices religiosas para o Tribunal do Santo Ofício, em Lisboa. Seu processo é peça das mais completas e ricas de informações sobre os feitos de uma mulher negra afro-brasileira até hoje.

O trabalho de Mott, no entanto, é obra primorosa do ponto de vista da reconstituição histórica de uma mulher escravizada no Brasil. Trancafiada a ferros nos cárceres de Lisboa, a "santa africana" morreu sem ter seu processo concluído, ao contrário do seu antigo padre, o Xota-Diabos, humilhado publicamente, condenado e deportado para o interior do país.

Como revela a nova edição do livro, Mott traz documento inédito sobre a biografada: o seu "auto de falecimento", atestando que, mesmo sem ter seu processo concluído, Rosa Egipcíaca continuou a viver na prisão da Inquisição, onde faleceu "no Cárcere da Cozinha", a 12 de outubro de 1771 —ou seja, depois de escravizada e liberta, violentada e presa, continuou seus últimos dias a ser explorada, como mulher e negra, pela Justiça dos homens.

A vida de Rosa foi enredo no último Carnaval da Escola de Samba Unidos do Viradouro, quando foi vice-campeã, 30 anos após a publicação da história por Luiz Mott e do romance "Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz: a Incrível Trajetória de uma Princesa Negra entre a Prostituição e a Santidade", este de 1997, escrito por Heloísa Maranhão.

Agora temos nova oportunidade de rever uma história afro-brasileira digna de um belo filme. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

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