Olhar Jornalístico

Missão evangélica

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Publicado em 09 junho 2022
  • transfobia e homofobia,
  • homofobia nas escolas
  • homofobia
  • Casa de criança trans é apedrejada na Bahia,
  • cidade de Poções
  • homofobia na Poções
  • Aliança Nacional LGBTI+

A conta bancária, por vezes, fala mais alto que as mensagens do Evangelho

 

Paus. Pedras. Perseguição.

Aconteceu na Bahia.

Casa de menino trans é apedrejada pela população.

Momentos de horror, diz a mãe.

Gritos. Ameaças. Pedras na vidraça.

Avarildo era pastor evangélico.

–Não tive nada a ver com isso.

Ele suspirou.

–Mas, num ato de boa vontade, faço questão de ir até o local.

A noite avançava em silêncio pelas ruas da cidadezinha.

Um grupo de ativistas religiosos já estava na frente da casa do menino.

Avarildo se apresentou.

–O que vocês estão fazendo aqui, meus irmãos?

–Acabar com essa aberração, pastor.

–Não tem polícia aqui?

O cabo da PM Erdoíldo mostrou o distintivo.

–Tem sim. E estamos aqui para arrebentar tudo.

Avarildo fez cara séria.

–Vamos seguir o que disse Jesus.

–O que é que ele disse, exatamente?

–Atira a primeira pedra, pô.

Não foi preciso dar segunda ordem.

A fachada da casa foi atingida por diversos projéteis.

De dentro, uma voz feminina pedia socorro.

Avarildo fez um gesto imperativo.

–Vamos parar um pouco, pessoal. Que eu vou falar com ela.

O pastor entrou na casa de forma respeitosa.

–A senhora… com esse seu filho… bom, eu não vou dizer nada…

–Hã.

–Mas eu tenho uma proposta.

A ideia era simples.

–A senhora me paga o dízimo. E aí tudo bem.

Ele olhou para as modestas dependências da casa ameaçada.

–Vai ver que é pouco…

Avarildo consultou o celular.

–Vamos fazer o seguinte. A senhora arrecada dinheiro para o movimento trans.

Ele ajeitou o nó da gravata.

–E metade fica para a minha igreja.

Avarildo já deu entrada num Audi do ano.

–Blindado, claro. Porque se tem coisa que eu detesto é levar pedrada.

A Bíblia permite muitas interpretações.

Mas com a conta bancária dá para lidar com mais clareza. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

No Dia Mundial dos Oceanos, ONU faz alerta sobre preservação: 'poluição plástica atingiu as ilhas mais remotas'

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Publicado em 08 junho 2022
  • Dia Mundial dos Oceanos,
  • poluição plástica atingiu as ilhas mais remotas
  • biodiversidade
  • Organização Meteorológica Mundial
  • Conferência dos Oceanos,

Órgão internacional realiza neste mês conferência sobre o tema em Lisboa, Portugal

Por O Globo; Agências Internacionais — Rio de Janeiro

A ONU divulgou nesta quarta-feira uma mensagem por ocasião do Dia Mundial dos Oceanos, data estabelecida para lembrar da importância sobre a preservação desse meio, que produz mais de 50% do oxigênio do planeta. Em comunicado, o secretário-geral Antônio Guterres criticou os níveis insustentáveis da pesca, a destruição dos recifes de corais e o aumento da poluição causada por plástico.

"No mês passado, a Organização Meteorológica Mundial revelou que quatro indicadores climáticos essenciais bateram novos recordes em 2021: subida do nível do mar; temperatura dos oceanos; acidificação e concentrações de gases com efeito de estufa. Torna-se evidente que a tripla crise de alterações climáticas, perda de biodiversidade e poluição ameaçam a saúde dos nossos oceanos, da qual todos nós dependemos", ressaltou.

Guterres destacou ainda que as indústrias que tem suas atividades baseadas nos oceanos empregam cerca de 40 milhões de pessoas, e , ainda assim, os recursos e a biodiversidade estão cada vez mais comprometidos por causa das atividades humanas.

"Mais de um terço dos estoques mundiais de peixes são colhidos a níveis biologicamente insustentáveis. Uma proporção significativa dos recifes de coral foi destruída. A poluição plástica atingiu as ilhas mais remotas e as trincheiras mais profundas nos oceanos. (...) Precisamos urgentemente de uma ação coletiva para revitalizar os oceanos. Trabalhar em conjunto com a natureza, e não contra ela, e construir parcerias inclusivas e diversificadas entre regiões, setores e comunidades para colaborar de forma criativa em soluções para os oceanos".

A ONU vai realizar ainda neste mês a Conferência dos Oceanos, em Lisboa, Portugal. Há expectativa para que o evento que ocorre entre os dias 27 de junho e 1 de julho estabeleça diretrizes do que precisa ser feito para reverter o declínio na saúde dos oceanos. Fonte: https://oglobo.globo.com

33 milhões de pessoas passam fome no Brasil, mais que há 30 anos, aponta pesquisa

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Publicado em 08 junho 2022
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  • 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil,
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Situação no país retrocedeu ao patamar dos anos 90, e 6 em cada 10 convivem com insegurança alimentar hoje. 

 

Tiago Bastos de Santana, 24 , pede ajuda em cruzamento no bairro da Mooca - Karime Xavier/Folhapress

Fernanda Mena

O ano de 2022 marca o retrocesso da segurança alimentar no Brasil a um patamar de fome ainda pior do que o registrado 30 anos atrás.

Atualmente, 33 milhões de pessoas passam fome no país, segundo resultado de uma nova pesquisa sobre o tema divulgada nesta quarta (8). Em 1993, eram 32 milhões de pessoas nessa situação, segundo dados semelhantes do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) —a população brasileira então era 35% menor que a de hoje.

Naquele ano, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou a Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida, a primeira grande campanha nacional da sociedade civil sobre o assunto.

"A gente regrediu literalmente 30 anos na luta contra a fome, o que nos assusta muito", diz o atual diretor-executivo da Ação da Cidadania, Kiko Afonso. "Mas o sentimento de indignação da sociedade brasileira hoje diante da fome de 33 milhões de brasileiros está muito aquém da indignação de 1993, diante da fome de 32 milhões. Estamos inertes como sociedade."

O levantamento divulgado nesta quarta, chamado 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, foi feito pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) e executado pelo Instituto Vox Populi. A margem de erro é de 0,9 pontos percentuais, para mais ou para menos.

A pesquisa mostrou que 6 a cada 10 brasileiros convivem com algum grau de insegurança alimentar. São 125,2 milhões de pessoas nesta situação, o que representa um aumento de 7,2% desde 2020 e de 60% na comparação com 2018.

 

O sentimento de indignação da sociedade brasileira hoje diante da fome de 33 milhões de brasileiros está muito aquém da indignação de 1993, diante da fome de 32 milhões. Estamos inertes como sociedade. Kiko Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania

 

"Não tem nada mais prioritário no Brasil do que combate à fome, independente de ideologia", avalia Afonso. "Sem alimento a pessoa não consegue procurar emprego, estudar ou sair de casa. E tem de se humilhar para sobreviver."

De acordo com a pesquisa, em 2022, 1 de cada 3 brasileiros já fez alguma coisa que lhe causou vergonha, tristeza ou constrangimento para conseguir alimento.

Esses novos indicadores da segurança alimentar apontam que 41% da população tem acesso estável a alimento em quantidade e qualidade adequados, índice que é superior entre brancos (53,2%) e inferior entre pretos e pardos (35%).

No outro extremo, a média dos brasileiros com fome é de 15%. Superam essa marca aquelas pessoas que residem nas regiões Norte (25,7%) e Nordeste (21%), na zona rural (18,6%), e em domicílios chefiados por mulheres (19,3%) ou por pessoas pretas e pardas (18,1%).

"Temos desigualdades históricas do país que nunca foram resolvidas: rural e urbana, homem e mulher, brancos e negros. E essas desigualdades se reproduzem na questão da fome", explica a médica sanitarista Ana Maria Segall, professora aposentada da Unicamp e pesquisadora da Rede Penssan.

"É como se 41% da população estivesse protegida das crises econômica e política que já vinham se arrastando nos últimos ano e também do impacto da pandemia da Covid a partir de 2020", analisa Segall.

"Por outro lado, quase 60% dos brasileiros vive numa situação de instabilidade que é muito afetada tanto pela crise quanto pela pandemia, que pegou essa população já numa condição desfavorável."

Segurança alimentar é a situação em que há acesso pleno e estável a alimentos em qualidade e quantidade adequados.

Já a insegurança é dividida em três categorias: leve (quando o temor de faltar comida leva a família a restringir a qualidade dos alimentos), moderada (sem qualidade, há alimentos em quantidade insuficiente para todos) e grave (quando ninguém acessa alimentos em quantidade suficiente e se passa fome).

A médica destaca que entre 2004 e 2013 houve um incremento "muito significativo" no acesso das famílias a alimentos.

"Depois de 2013, você tem um precipício, e derrocada da segurança alimentar ocorre de maneira muito rápida. Houve uma piora rápida e muito expressiva do acesso a alimentos que continua até hoje e é pior dentro dos grupos que já viviam em algum nível de insegurança alimentar", afirma ela, que fez parte do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), extinto pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

Em 2018, 5,8% dos brasileiros passavam fome. Em 2020, essa parcela subiu para 9% e, em 2022, chegou a 15,5%.

Isso quer dizer que, no intervalo de um ano, 14 milhões de brasileiros passaram a conviver com a fome em suas casas.

Para Francisco Menezes, consultor da ONG internacional ActionAid e ex-presidente do Consea (2004-2007), três das principais causas do aumento da fome no país são o empobrecimento da população, o desmonte de políticas sociais e de abastecimento, e a crise climática.

"Tivemos uma elevação muito forte do desemprego e um processo de precarização do trabalho com o crescimento da informalidade. Soma-se à perda de renda a inflação dos alimentos, que desde 2020 não arrefece, e atinge itens básicos como arroz, feijão e óleo de soja, além do gás e dos combustíveis", aponta ele, para quem uma política de estoques de alimentos, abandonada pelo governo, é crucial num momento desfavorável.

Ele critica o modelo de acesso a benefícios de transferência de renda, que requer acesso a internet e a um computador ou celular. "Extrema pobreza e aplicativo não são coisas que combinem."

O 2º Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar aponta que o maior percentual de pessoas em insegurança grave ou fome era entre quem solicitou mas não recebeu o auxílio emergencial aprovado pelo Congresso para o primeiro ano da pandemia (63%), seguido pelo grupo de quem sequer conseguiu solicitar o benefício (48,5%).

O levantamento mostra que há fome em 13,5% dos domicílios em que residem apenas adultos, enquanto entre as casas com três ou mais crianças ou jovens de até 18 anos o percentual sobe para 25,7%.

O dado é especialmente preocupante porque aponta para danos futuros. Estudos sugerem que o impacto da fome entre crianças e adolescentes tem efeitos deletérios imediatos na saúde e no bem-estar, com potencial comprometimento das potencialidades desses indivíduos.

Isso é o que mais mexe com Suelen Medeiros, 29, que mora com os quatro filhos na periferia sul da cidade de São Paulo. Desempregada e sem receber pensão do pai de seus filhos, ela conta que chega a ficar dias sem comer para privilegiar as refeições das crianças, que têm entre 2 e 12 anos.

"Eu aguento sentir fome, eles, não", lamenta. "Mas fico tão ansiosa por causa das crianças que até perco a fome", diz ela, que recebe uma cesta básica de doação mensalmente, mas que nem sempre é suficiente. "É muito difícil. Toda vez que meus filhos não têm o que comer, meu mundo desaba. Não ter condições de dar nem um pão de manhã a eles acaba comigo", afirma ela. "Não vejo a hora de arranjar um trabalho."

A pesquisa da Rede Penssan foi baseada em entrevistas realizadas em 12.745 domicílios de áreas urbanas e rurais de 577 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal. Trata-se de uma parceria das organizações Ação da Cidadania, ActionAid Brasil, Fundação Friedrich Ebert Brasil, Ibirapitanga, Oxfam Brasil e Sesc. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

A morte

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Publicado em 06 junho 2022
  • Quando eu morrer,
  • Morrer,
  • chacina no Rio de Janeiro,
  • Polícia Rodoviária Federal no Estado de Sergipe
  • Estado de Sergipe
  • ucranianos

A morte

O Brasil vive um período delicado. Um jogo político com a morte. A sociedade não pode pactuar com tal tipo de ‘brincadeira macabra’.

 

Denis Lerrer Rosenfield, O Estado de S.Paulo

A morte é o destino dos seres humanos, ao fim de um ciclo natural de vida, que se apresenta como uma espécie de enigma da condição humana. De toda maneira, as pessoas se acostumam gradativamente com essa ideia através da idade e de doenças sucessivas. Logo, passa a ser tida por normal, embora essa normalidade seja a do corpo inerte tomado por bactérias e vermes. A religião veio a ser uma forma de conforto, graças a ideias como a de “salvação”, “outro mundo” e “vida eterna”, entre outras acepções. Pascal, célebre filósofo católico, dizia que a vida era uma forma de “distração”, de “divertimento”, usufruída pelas pessoas procurando esquecer a morte inexorável.

Estados totalitários, aqui, inovaram. Tiraram a morte do seu ciclo natural e conferiram-lhe uma significação propriamente política, de poder, submetendo agrupamentos humanos por raça, religião ou mera diversidade à violência extrema. No nazismo, seres humanos, como judeus, homossexuais, ciganos e testemunhas de Jeová, considerados como “subumanos”, terminaram, por via de consequência, seus dias em câmaras de gás e nos crematórios. Extirpados da categoria dos humanos, a morte violenta lhes foi imposta.

Os comunistas não ficaram atrás, decretando a morte violenta pela fome orquestrada, imposta pela violência política a aproximadamente 3,2 milhões de ucranianos num evento que passou a ser denominado de Holodomor, morte por inação, num episódio da fome planejada pela polícia política stalinista nos anos 30 do século passado, com homens e mulheres esquálidos, cadáveres ambulantes, tendo o canibalismo como um de seus efeitos.

O processo civilizatório tem se caracterizado por prolongar a vida, por evitar a morte violenta, em sociedades que se organizam pela segurança pública, por sistemas de saúde públicos e privados, pelo avanço científico e tecnológico. As pessoas se sentem assim seguras, reconfortadas e evitam a morte, tida por uma forma arbitrária e injustificada de violência. Coisas tão simples como remédios e vacinas, além da integridade física que estaria ao abrigo do arbítrio, são manifestações deste progresso, considerado, então, como algo normal. O que ocorre, porém, se cenas de violência, patrocinadas inclusive por forças policiais, põem em xeque tal concepção?

Um cidadão normal, chamado Genivaldo, foi gasificado num porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal no Estado de Sergipe. O espetáculo do horror introduz a morte violenta patrocinada pelo Estado, cuja função – convém sempre lembrar – consiste em proteger a vida e o patrimônio dos cidadãos. Hobbes já dizia que essa é sua função essencial, sem a qual a sociedade recairia num estado de selvageria, denominado por ele de guerra de todos contra todos. A justificativa inicial utilizada pelo arbítrio foi a de um “mal súbito” sofrido pela vítima, expressão que só pode ser considerada como uma piada macabra. Mal, sim, existe, mas o de uma sociedade que começa a se acostumar com tal tipo de arbitrariedade. Súbito, sim, o descaramento e a ausência de compaixão.

A chacina no Rio de Janeiro, com forças policiais agindo impunemente, matando inocentes no máximo arbítrio, expõe essa faceta de uma sociedade que perde controle de si. A polícia, pilar da organização estatal, abandona sua função, fazendo com que pessoas pereçam pela morte violenta. A segurança dos cidadãos não é mais assegurada de uma forma aberta. Nem o disfarce é utilizado. Se o Estado não cumpre mais sua missão, o que podemos esperar, senão a irrupção da crueldade, da selvageria? Há justificativa para isso?

Em Pernambuco, mais de uma centena de pessoas foi vítima de inundações e desabamentos, em outro teatro do horror que apenas escancara o que já vem acontecendo em outras cidades. Nada disso é normal, na acepção de que seria inevitável. Calamidades naturais fazem parte do mundo, mas o que diferencia um Estado de outro são a prevenção e a forma de enfrentamento desse tipo de fenômeno. Sismógrafos foram inventados para prevenir as consequências desastrosas de terremotos, com operações de defesa civil e afastamento da população atingida para outras regiões. Habitações em zonas de risco podem ser solucionadas por políticas habitacionais e outras ações estatais. Foi mais uma vez desastroso o discurso presidencial, ao considerar as catástrofes como “naturais”. Seus efeitos não o são, se houver políticas sociais ancoradas na ciência e na tecnologia.

O Brasil vive um período particularmente delicado, pois estas formas de “morte social” passam a ser tidas por normais. Nem a compaixão se faz mais presente nas ações governamentais. Se o Estado não se impõe, protegendo os malfeitores e relegando os policiais honestos e conscientes, é porque se encaminha para formas autoritárias. Trata-se, na verdade, de um jogo político com a morte. A sociedade não pode pactuar com tal tipo de “brincadeira macabra”.

* PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS. E-MAIL: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br 

As mudanças climáticas, o joio e o trigo

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Publicado em 03 junho 2022
  • O joio e o trigo,
  • Banco Mundial,
  • mudanças climáticas,
  • Climático do IPCC,
  • aquecimento global,
  • Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

A evocação bíblica do livro de ‘Mateus’ serve de chamamento ao diálogo que deve ser estabelecido entre o conhecimento científico e as vontades políticas.

 

Diego Pereira, O Estado de S.Paulo

“Dormindo os homens, veio o seu inimigo e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio.” A parábola inscrita no livro de Mateus 13:24-30 serve de metáfora para a ação humana no impacto sobre o clima, intensificada a partir da Revolução Industrial, num período em que a atmosfera se transforma intensamente e que passa a se denominar Era do Antropoceno.

O inimigo do reino do céu assume, aqui, a feição humana que se mostra causadora do dano à natureza e tem sido a principal responsável pela mudança climática que culmina com o atual aquecimento global e suas consequências mais desastrosas, que recebem a alcunha de desastres ambientais.

Justamente a plantação de trigo, sensível às alterações climáticas, pegou o mundo de surpresa estes dias quando a Índia, segundo maior produtor da espécie, impôs restrições à exportação, já que nas últimas semanas o país tem registrado temperaturas que ultrapassam os 50ºC.

A atual onda de calor em regiões da Índia e do Paquistão tem sido objeto de diversos estudos que confirmam uma conexão direta do evento com o aquecimento global, a exemplo das pesquisas lideradas pelo Imperial College London.

O que tem acontecido na Índia, cuja população ultrapassa 1 bilhão de habitantes, serve de exemplo para o alerta contido no 6.º Relatório Climático do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (ligado à ONU), que deflagra uma preocupação urgente com a questão climática e a produção de alimentos no planeta, o que tende a agravar a situação da fome mundial, por conseguinte. Essa tem sido, também, uma preocupação do Banco Mundial e da ONU, constatada no recente Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Para além do aumento do número de mortes originadas desse desequilíbrio na temperatura e do clima da Terra, outros danos já estão sendo sentidos de forma mais urgente pela população em geral: inundações, enchentes, deslizamentos, ondas de calor, comprometimento no fornecimento de água e luz, perda de postos de trabalho, diminuição drástica na produção de alimentos e aumento significativo da fome.

Com a guerra na Ucrânia e a intensificação da escassez de alimentos no mundo, um ciclo desastroso parece a gênese de dias sombrios: aumento da fome no sul global e comprometimento de energia ao norte do planeta, que se vê prestes a abandonar todo um legado de política energética limpa.

Se em 2022 a Índia experimenta apagões de energia de mais de 15 horas, ausência de serviços médicos e de fornecimento de água, além da perda de cerca de 20% na produção de trigo; o Brasil do futuro, segundo dados do referido relatório do IPCC, pode contar com a perda na produção de trigo, arroz, soja, milho e carnes no geral. Até 2100 a produção de milho pode ser reduzida em mais de 70%, a pesca sofrerá perdas em torno de 30% até 2050 e moluscos e crustáceos podem ser totalmente extintos.

Nunca é demasiado lembrar a lógica que confirma que os mais impactados pela ação do clima são os que menos contribuem para as alterações ambientais. Num Estado comprometido com reduzir vulnerabilidades, isso se torna também aspecto central de políticas públicas que objetivam a diminuição da desigualdade e a construção de uma sociedade justa e solidária.

Na semana em que a Índia apontou ondas extremas de calor e o Brasil registrou temperaturas baixíssimas para o mês de maio, a reflexão que fica é no sentido de que a ciência tem feito sua parte, muito mais do que divulgando relatórios. Ela tem ofertado medidas propositivas à diminuição dos impactos do clima, seja por meio da mitigação ou adaptação climáticas.

O país que tem sua economia baseada na produção de alimento se vê atado a dilemas complexos como o aumento da fome e da insegurança alimentar em solo nacional e no mundo, e, ao mesmo tempo, temeroso das ações do clima que comprometem essa mesma produção alimentícia.

Em que pese os trabalhos desenvolvidos pela ciência serem orientações para a formulação de políticas públicas pelos tomadores de decisão, eles não assumem caráter de obrigatoriedade para a formulação de agendas políticas.

A evocação bíblica referida no início deste artigo serve de chamamento ao diálogo que deve ser estabelecido entre o conhecimento científico e as vontades políticas (extensível ao campo privado, obviamente), sob pena de a erva daninha do desenvolvimentismo comprometer, inclusive, a ideia de progresso que alavancou as economias baseadas nas grandes exportações de alimentos, como é o caso do Brasil.

Nesta semana do meio ambiente, fica a reflexão como um desafio de governos, de grandes produtores e da sociedade. Acima e antes de tudo, é necessário reconhecer e dar protagonismo ao conhecimento científico como mola propulsora de uma transformação que é emergente e necessária ao projeto de uma nação do futuro, comprometida com o desenvolvimento humano, includente e, sobretudo, menos desigual.

*

DOUTORANDO E MESTRE EM DIREITO (UNB), PROCURADOR FEDERAL (AGU), PROFESSOR, AUTOR DE ‘VIDAS INTERROMPIDAS PELO MAR DE LAMA’ (LUMEN JURIS), PESQUISA CLIMA, DESASTRES, MUDANÇA E JUSTIÇA CLIMÁTICAS  Fonte: https://opiniao.estadao.com.br

Quarta dose da vacina contra Covid será autorizada para pessoas a partir dos 50 anos, anuncia Ministério da Saúde

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Publicado em 02 junho 2022
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  • vacinas
  • vacinas contra a covid-19
  • Marcelo Queiroga,
  • Quarta dose da vacina contra Covid será autorizada para pessoas a partir dos 50 anos,
  • 4ª dose de vacina contra a Covid-19 para pessoas com 50 anos ou mais
  • 4ª dose de vacina contra a Covid-19

Algumas cidades já contemplam a faixa etária com a segunda dose de reforço.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta quinta-feira (2) que a pasta vai autorizar a oferta da 4ª dose de vacina contra a Covid-19 para pessoas com 50 anos ou mais.

Até agora, a pasta só havia dado autorização para que a quarta dose fosse aplicada em pessoas com 60 anos ou mais, além de imunossuprimidos.

Mesmo antes do anúncio do ministro, algumas cidades e estados já vinham anunciando que começariam a vacinar pessoas a partir dos 50 anos com a quarta dose: Macapá e Maceió, por exemplo, começaram na quarta-feira (1º).

No Distrito Federal, a previsão é de que a imunização desse público com a segunda dose de reforço comece na sexta-feira (3).

Em Manaus, a quarta dose para quem tem 50 anos ou mais está liberada desde o início de maio, e, no Piauí, foi liberada na mesma data para toda a população a partir dos 18 anos.

O Paraná também havia pedido autorização na semana passada para aplicar a 4ª dose em pessoas com menos de 60 anos. Fonte: https://g1.globo.com

Cidade que contratou show de Gusttavo Lima por verba milionária tem 38% da população em situação de pobreza

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Publicado em 02 junho 2022
  • Minas Gerais,
  • Cidade que contratou show de Gusttavo Lima
  • Mato Dentro
  • show do cantor Gustavvo Lima por R$ 1,2 milhão,
  • Compensação Financeira pela Exploração Mineral
  • show de Gusttavo Lima em Conceição do Mato Dentro

Cidade que contratou show de Gusttavo Lima por verba milionária tem 38% da população em situação de pobreza

 

A cidade de Conceição do Mato Dentro (MG) tem mais de 6 mil pessoas em extrema pobreza (renda de até R$ 100 por mês) e teve um show de Gusttavo Lima marcado por R$ 1 milhão

 

A cidade de Conceição do Mato Dentro, região central de Minas Gerais, tem 6.868 (38%) dos 17.908 habitantes em situação de extrema pobreza, segundo número do CadÚnico, fornecidos pelo Ministério da Cidadania. O município havia contratado um show do cantor Gustavvo Lima por R$ 1,2 milhão, mas cancelou o evento após denúncias de irregularidades. O Executivo municipal desviou dinheiro para o gasto com a apresentação do artista. Os valores chamam atenção porque o teto da Lei Rouanet para cachês de artistas individuais é de R$ 3 mil, conforme publicação do governo federal no Diario Oficial de fevereiro. Antes, o limite era de R$ 45 mil (diminuição de 93%). 

Localizada a 160 quilômetros da capital Belo Horizonte, Conceição do Mato Dentro tem 12.373 pessoas inscritas no CadÚnico, que reúne dados sobre famílias brasileiras de baixa renda. Ao todo, 6.868 são pessoas em situação de extrema pobreza, com renda até R$ 100 por mês, e 10% em situação de pobreza, com renda mensal de R$ 200.

De acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, publicada nesta quarta-feira (1), foi por meio da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) que a prefeitura conseguiu uma parte do dinheiro para o evento. O município brasileiro de maior arrecadação da CFEM é Parauapebas (PA) - recebeu R$ 1,48 bilhão em 2021. Conceição do Mato Dentro ocupa o terceiro lugar do ranking (R$ 387 milhões no ano passado).

O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) passou a investigar o contrato para o show de Gusttavo Lima em Conceição do Mato Dentro.

 

Prefeitura se pronuncia

O prefeito José Fernando Aparecido de Oliveira (MDB) afirmou ter recebido “com perplexidade" a notícia de que o evento estaria sendo pago com verba da saúde e da educação.

"Referidas assertivas levianas e tendenciosas, demonstram absoluto desconhecimento sobre as formas de utilização dos recursos advindos da mineração, reguladas pela Lei Federal nº 13.540, que autoriza gastos com fomento econômico, bem-estar social, turismo, diversificação econômica, saúde, educação e outros", disse.

Sobre o motivo do cancelamento do show, a prefeitura respondeu que a razão foi a "conveniência da administração pública, súmula 473 STF”. Em relação ao pagamento da primeira parcela, estabelecido pelo contrato, a informação é de que ela não foi paga pois “procedimentos prévios ao pagamento" não foram supridos.

 

Mais contratos investigados

O Judiciário investiga contratos para shows de Gusttavo Lima em outros dois estados. Na cidade de São Luiz, Sul de Roraima, o artista teve um show marcado para dezembro, no valor de R$ 800 mil. Com apenas dois hotéis, o município tem um PIB de R$ 147,6 milhões, o segundo mais baixo do estado. 

No estado do Rio de Janeiro, o Ministério Público investiga a contratação do cantor para um show em Magé, a 100 quilômetros da capital fluminense, por R$ 1 milhão. Fonte: https://www.brasil247.com

Fome à brasileira

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Publicado em 02 junho 2022
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  • Na África 257 milhões de pessoas passam fome

Insegurança alimentar no Brasil cresce mais que no resto do mundo, como mostra a FGV; pandemia e guerra só aceleraram um problema que já vinha se agravando

Com a pandemia, a desigualdade, a pobreza e a fome aumentaram no Brasil. Também aumentaram no mundo, e foram agravadas pela guerra de Vladimir Putin e ainda mais por suas ações criminosas, como o bloqueio naval do Mar Negro, o confisco de grãos e maquinários ucranianos e a retenção de estoques na Rússia. O secretário-geral da ONU alerta para um “furacão da fome”.

O paralelo pode servir de desculpa para a resignação e, pior, de pretexto para a inação do poder público brasileiro. Afinal, o Brasil não existe no vácuo e é impotente para alterar o curso das grandes engrenagens planetárias.

Mas dados cotejados do Gallup World Poll pelo pesquisador Marcelo Neri, da FGV Social, comprovam que o problema é bem maior no Brasil. Ele antecede a pandemia, e os efeitos dela no País foram mais profundos.

Entre 2019 e 2021, a parcela de brasileiros a quem, no curso de 12 meses, faltou dinheiro para alimentar a si ou a família subiu de 30% para 36%. Durante a pandemia, a insegurança alimentar no Brasil subiu 4,48 pontos porcentuais a mais do que no resto do mundo.

Mas a pandemia só acentuou um mal que se alastrava. Entre 2004 e 2013, a proporção de famílias em insegurança alimentar caiu 35,2%. Em 2014 o Brasil saiu oficialmente do Mapa da Fome. Mas no mesmo ano, com o fim do superciclo das commodities e, sobretudo, com os desmandos da gestão Dilma Rousseff, a economia embicou para a pior recessão da história recente. Entre 2013 e 2018, as famílias em insegurança aumentaram 62,3%.

Assim, se em 2014 o Brasil estava com níveis de insegurança inferiores a 75% dos 141 países pesquisados pelo Gallup, em 2021 atingiu um nível menor que 52% deles e passou, pela primeira vez na série histórica iniciada em 2006, a ter níveis piores que a média global. Tudo somado, em 7 anos a fome no Brasil dobrou.

Mas além das medianas, o choque foi brutalmente desproporcional entre ricos e pobres. Entre 2014 e 2021, a insegurança alimentar entre os 20% mais pobres cresceu quase 40 pontos porcentuais (de 36% para 75%), ultrapassando a média global (48%) e chegando a um nível próximo a países com maior insegurança, como o Zimbábue (80%). Enquanto isso, entre os 20% mais ricos a insegurança caiu três pontos (de 10% para 7%), ficando um pouco abaixo do país com menos insegurança alimentar, a Suécia (5%).

Os dados revelam ainda uma “feminização da fome” na pandemia. Entre 2019 e 2021, enquanto a insegurança alimentar caía 1 ponto porcentual entre os homens (de 27% para 26%), ela aumentava 14 pontos entre as mulheres (de 33% para 47%), possivelmente porque as mulheres foram mais afetadas no mercado de trabalho, sendo mais demandadas em casa durante o isolamento social e o fechamento das escolas. A diferença entre gêneros no Brasil é hoje 6 vezes maior do que a média global.

A combinação dessas mazelas é catastrófica. A insegurança alimentar está mais concentrada em indivíduos de meia-idade, mulheres e pobres, que moram em domicílios com maior número de crianças. A fome é um sofrimento infernal para adultos e crianças. Mas a subnutrição infantil deixa sequelas físicas e mentais por toda a vida.

A desgraça é, antes de tudo, humanitária, mas também socioeconômica. Entre outros efeitos, os problemas de alimentação brasileiros estão associados à prevalência de doenças crônicas, baixo desempenho escolar e baixa produtividade no trabalho. A fome no presente depaupera o futuro.

A guerra deve agravar a inflação e a escassez de alimentos no mundo nos próximos meses. Mais uma vez, o problema tende a ser magnificado pelas precariedades econômicas peculiares do Brasil. A inflação de 12 meses chega a 12%, e para a classe mais baixa está 1,9% acima da mais alta. Os juros sobem e o desemprego persiste nos dois dígitos. A estagflação foi pior para os mais pobres e tende a piorar.

A tragédia é ainda mais chocante quando se considera que se passa no “Celeiro do Mundo”. Ou seja: não falta comida no Brasil. Faltam renda, emprego, programas emergenciais e solidariedade. Se há uma pauta primordial para as eleições, é a fome. Fonte: https://opiniao.estadao.com.br

Jornalista francês de 32 anos morre durante retirada em Severodonetsk

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Publicado em 30 maio 2022
  • Ucrânia,
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  • Luhansk,
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O jornalista francês Frederic Leclerc-Imhoff, de 32 anos, morreu durante um bombardeio russo nos arredores da cidade ucraniana de Severodonetsk, na região de Luhansk, nesta segunda-feira, 30, confirmaram fontes do governo e da emissora francesa BFM TV.

De acordo com a emissora de notícias francesa, Leclerc-Imhoff foi morto enquanto cobria “uma operação humanitária em um veículo blindado” perto de Severodonetsk. O jornalista trabalhou por seis anos para o canal de televisão francês.

A primeira informação sobre a morte do jornalista veio de autoridades ucranianas. Segundo o governador de Luhansk, Serhi Gaidai, o transporte blindado em que Imhoff estava foi atingido por estilhaços de um projétil russo, que teriam perfurado a blindagem do veículo.

O conselheiro do Ministério do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, disse que outro jornalista francês ficou ferido, assim como uma mulher ucraniana que os acompanhava.

Gaidai confirmou a versão francesa de que o jornalista acompanhava uma operação de retirada de civis do novo front da guerra na Ucrânia, no leste do país. As operações de retiradas foram suspensas em razão dos confrontos.

O presidente Emmanuel Macron prestou homenagem a Leclerc-Imhoff no Twitter. Ele “estava na Ucrânia para mostrar a realidade da guerra. A bordo de um ônibus humanitário, ao lado de civis forçados a fugir para escapar das bombas russas, ele foi morto a tiros’', tuitou Macron.

Macron expressou condolências à sua família, parentes e colegas e falou do “apoio incondicional da França” aos “que cumprem a difícil missão de informar nos palcos de operações”.

Antes da confirmação do nome do jornalista à imprensa, a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, já havia se manifestado e cobrado uma investigação sobre o caso. “A França exige que uma investigação seja realizada o mais rápido possível e com transparência sobre as circunstâncias desse drama”, disse Colonna em comunicado.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, classificou o caso como mais um “crime de guerra” russo contra profissionais da imprensa que trabalham na cobertura do conflito no país.

“As Forças Armadas da Rússia bombardearam um veículo que deveria participar da retirada de civis da zona de guerra perto de Severodonetsk. Um jornalista francês que cobria a missão foi morto. Nós condenamos enfaticamente essa morte. A lista dos crimes de guerra da Rússia contra trabalhadores da imprensa na ucrânia continua crescendo”, escreveu Nikolenko em uma publicação no Twitter repostada pelo perfil do ministério. Fonte: https://www.estadao.com.br 

CHUVAS EM RECIFE: Sobe para 56 número de mortos na RMR após fortes chuvas; outros 56 seguem desaparecidos

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Publicado em 29 maio 2022
  • CHUVAS EM RECIFE

 

O governo de Pernambuco atualizou no início da tarde deste domingo (29) o número de vítimas fatais após as fortes chuvas que castigaram o estado neste final de semana. Agora, de acordo com os registros da Central de Operações e do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), da última quarta-feira (25), até este domingo, 56 pessoas perderam a vida. 

Além disso, o balanço também contabilizou o desaparecimento de outras 56 pessoas nos municípios de Recife e Olinda. Em todo o estado, 3.957 estão desabrigadas, a maior parte delas nos municípios da Região Metropolitana e na Mata Norte. Apenas no Recife, 2.045 pessoas estão abrigadas em 35 equipamentos públicos espalhados em 22 bairros da capital pernambucana. 
Neste domingo (29), equipes formadas pelas forças de segurança estaduais, Exército e a Marinha estão atuando em 12 pontos de deslizamento, com o auxílio de cães farejadores e equipamentos. Até a madrugada deste domingo, o Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMAR) havia realizado o resgate de 593 vítimas ilhadas em várias localidades da RMR.  Desde a sexta-feira (27), foram registrados mais de 46 mil chamados ao 193. Fonte: https://www.diariodepernambuco.com.br

'Tivemos muitos momentos divertidos'; relembre Jesse e Shurastey, que morreram nos EUA

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Publicado em 25 maio 2022
  • mundo animal,
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  • influencer brasileiro

Dupla que viajava as Américas de carro sofreu acidente nos EUA

 

 

Jesse e Shurastey nos Estados Unidos - @shurastey_ no Instagram

 

SÃO PAULO

O influencer brasileiro Jesse Koz, 29, e o golden retriever Shurastey, 6, que morreram nesta segunda-feira (23) em consequência de um acidente de trânsito nos Estados Unidos, viajavam pelas Américas de carro desde 2017.

A meta era chegar em setembro ao Alasca. Jesse e Shurastey saíram de Balneário Camboriú e faziam o trajeto a bordo de um Fusca. Durante o percurso, dormiam em camping ou conseguiram abrigo até de pessoas desconhecidas.

Em conversas com a reportagem meses após pegar a estrada, Jesse ressaltava os amigos que faziam pelo caminho e a parceria com o cachorro. "O Shurastey me proporcionou momentos muito engraçados na viagem."

O primeiro desses momentos foi ainda em 2017, quando Shurastey foi perseguido por cavalos. "Estávamos acampando perto de Gramado, em uma fazenda, e ele foi perto de uns cavalos enquanto eu montava a barraca. Os cavalos não gostaram muito e saíram correndo atrás dele. Ele sumiu, e eu não conseguia parar de rir; e ele ia sumindo no horizonte... Desde então, quando eu falo 'ó o cavalo' ele se levanta dentro do Fusca", contou na ocasião.

Ainda nessa primeira etapa da jornada, outro momento foi marcante para o influencer: quando a dupla caminhava sobre um rio congelado em El Calafate (extremo sul da Argentina),mas Shurastey se afastou, o gelo quebrou e ele caiu na água gelada.

Isso, no entanto, não afetou a saúde do pet, que seguia a viagem "com muita saúde e disposição" e sempre tranquilo.

Jesse, na ocasião, disse que a receptividade era boa por onde passavam. "Uruguaios, argentinos, chilenos, paraguaios. Sempre nos receberam muito bem, e tivemos muitos momentos bacanas e divertidos."

O rapaz trabalhava como vendedor antes de decidir entrar no Fusca com o amigo peludo. O nome do golden foi inspirado na música "Should I Stay or Should I Go", da banda The Clash.

"Esse sempre foi o nome dele. Esse nome surgiu de uma brincadeira com alguns amigos, quando apareceu um cachorro de rua e ficamos discutindo qual seria o nome do cachorro e eu disse: Shurastey ou Shuraigow? A galera riu, e eu falei que quando tivesse um cachorro ele se chamaria Shurastey. Assim foi", contou Jesse à reportagem meses após o percurso.

No ano seguinte, quando a dupla cruzava o Brasil, o influencer disse que estava em busca de apoio para uma jornada despreocupada. Questionado se estava tudo bem com o Fusca 1978, chamado Dodongo, o rapaz reagiu: "Não, nunca está tudo bem com ele kkkkkkkk Sempre tem coisas pra fazer".

Pelas redes, Jesse compartilhava a rotina com Shurastey e fotos de paisagens e dos perrengues. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Brasileiro e cão que viajavam em fusca para o Alasca morrem em acidente nos EUA

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Publicado em 25 maio 2022
  • Curiosidades,
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MARCOS LEANDRO - ESPECIAL PARA O ESTADÃO

Jesse Koz e seu companheiro estavam a dois dias do destino

 

Conhecidos por viajar o mundo dentro de um fusca, Jesse Koz, de 29 anos, e o cachorro Shurastey estavam a caminho do Alasca quando sofreram um acidente em Oregon, nos Estados Unidos, e morreram nesta segunda-feira, 23.

De acordo com a imprensa local, Jesse tentou fugir de um engarrafamento, mas acabou perdendo o controle do veículo e batendo de frente com o carro de Eileen Huss, de 62 anos, na pista contrária. A mulher precisou ser levada ao hospital e a criança que estava com ela não sofreu ferimentos. 

Faltavam dois dias para a dupla chegar ao destino. Em seu Instagram, o influenciador compartilhava registros da viagem ao lado do seu parceiro. Na última foto do perfil, publicada há seis dias, eles estavam na ponte Golden Gate, em São Francisco, na Califórnia.

A viagem fazia parte de um projeto chamado "Shurastey or Shuraigow?", que era uma brincadeira com a música Should I Stay or Should I Go, da banda The Clash, que em tradução significa "Devo Ficar ou Devo Ir".

Os dois viajavam desde 2017 com o carro com placa de Balneário Camboriú que ganhou o apelido de Dodongo. Ao longo desse tempo, eles conheceram 16 países. Fonte: https://emais.estadao.com.br

Varíola dos macacos: sete mistérios que a ciência ainda tem que desvendar sobre o surto

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Publicado em 24 maio 2022
  • Vírus
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  • vírus monkeypox,
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Com número crescente de casos em países de diferentes continentes, autoridades de saúde direcionam esforços para entender por que o vírus passou a apresentar um comportamento inesperado

 

Por Bernardo Yoneshigue — Rio de Janeiro

Desde o início de maio, a varíola dos macacos, causada pelo vírus monkeypox, tem se tornado uma preocupação mundial enquanto ao menos 16 países fora das regiões da África Central e Ocidental – onde o vírus é endêmico – registraram casos da doença. O patógeno, semelhante à varíola que foi erradicada em 1980, embora mais raro e com quadros mais leves, costumava ser identificado nesses locais apenas em diagnósticos pontuais de pessoas que haviam viajado para o continente africano. Porém, pela primeira vez, uma série de nações relatam casos decorrentes de transmissão local, em um surto inesperado que não foi totalmente compreendido pela ciência ainda.

Os principais pontos que intrigam os especialistas são em relação à transmissão da doença, que até então era considerada limitada entre pessoas, e à identificação repentina de casos em todo o mundo, ao mesmo tempo. O cenário acende o alerta de autoridades de saúde, que monitoram de perto os casos que se multiplicam dia a dia. Ainda assim, especialistas ressaltam que a vacina para a varíola tradicional é até 85% eficaz para prevenir os casos da nova versão e que a doença não deve provocar uma situação como a da Covid-19.

Entenda em sete pontos os mistérios que envolvem o surto da doença:

 

1 – Mutação do vírus

A principal pergunta que intriga os especialistas é por que o vírus está se comportando de maneira diferente daquela esperada. Isso porque, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a transmissão acontecia de forma esporádica em regiões específicas da África, e de animais para pessoas. A contaminação entre seres humanos, embora possível, era considerada “limitada” pela instituição.

— Só que agora, nestes países, está havendo a confirmação de casos secundários, ou seja, em pessoas que não viajaram a áreas endêmicas se contaminando por outras pessoas. O que é um comportamento altamente inusitado para esse vírus, é a primeira vez que isso é relatado nesses lugares — explica o doutor em doenças infecciosas e parasitárias Marcelo Burattini, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Alguns especialistas sugerem que pode ter ocorrido uma mutação no vírus que teria afetado o seu comportamento. Pesquisadores de Portugal, onde já são mais de 30 casos detectados da varíola dos macacos, sequenciaram genomas de nove casos da doença. Os resultados, divulgados ontem, indicaram trocas de 50 bases nitrogenadas no código genético dos vírus, em comparação a amostras de 2018 e 2019. Embora seja pouca diferença em termos de genética, é “muito mais do que se esperaria considerando a taxa de substituição estimada para Orthopoxviruses”, dizem os cientistas.

— Talvez não tenham sido sequenciadas amostras suficientes em 2018 e essa variabilidade só não tinha sido detectada. Ou foram de fato mudanças e que aconteceram de forma rápida, em apenas quatro anos. Nesse caso seria muito surpreendente porque esse vírus tem DNA como material genético e, por isso, uma baixa taxa de mutação. A questão é entender se isso trouxe alguma consequência para o comportamento do vírus, o que não sabemos — explica o médico geneticista Salmo Raskin, diretor do laboratório Genetika, em Curitiba.

Ainda assim, ontem, um executivo sênior da OMS afirmou que a organização não tem evidências de que o vírus da varíola de macacos tenha sofrido mutação e que são necessários mais sequenciamentos genômicos para compreender a doença.

 

2 – Velocidade na disseminação

Um índice utilizado para medir a velocidade de transmissão de determinado vírus é o R0. Ele indica quantas pessoas devem ser infectadas por cada paciente contaminado. Se está acima de 1, portanto, mostra que a doença está em crescimento naquela população. Porém, ainda não se sabe qual é R0 durante o surto que está sendo registrado em diversos países do mundo, uma vez que os casos ainda são muito recentes.

— Esse é um dos maiores mistérios, o número inesperado de casos e a dispersão rápida por diferentes países e continentes. Essa é uma doença que não deveria ter esse comportamento — explica Burattini.

 

3 – Tempo de contaminação

As informações sobre o tempo em que uma pessoa permanece infectada e contaminando outras pessoas também não são definitivas. Embora estimativas sugerem que a infecção pode durar de 2 até 6 semanas, contando com o tempo de incubação do vírus, não se sabe exatamente em que momentos desse período a pessoa pode infectar outras.

— O problema é que o tempo de incubação (período entre infecção e surgimento de sintomas) pode durar até três semanas. Nesse tempo, a pessoa estaria transmitindo? É o caso também de pessoas infectadas que têm quadros clínicos muito leves ou até mesmo assintomáticos, não sabemos se elas poderiam transmitir — pontua Raskin.

Ainda assim, a Bélgica estipulou uma quarentena obrigatória de 21 dias para os contaminados, tempo também considerado pelo Reino Unido em sua recomendação de isolamento para infectados.

 

4 –Transmissão pelo ar

Até então, se sabia que o vírus poderia ser transmitido por gotículas, mas era necessário um contato muito próximo, cara a cara, com uma carga viral muito alta e por bastante tempo, o que torna esse meio de contaminação ainda mais raro.

Porém, o aumento repentino no número de casos entre pessoas que não se conheciam pode estar ligado a uma maior facilidade nas formas de infecção. Não se sabe ainda se é o caso de uma transmissão por vias respiratórias como acontece com a Covid-19, mas autoridades de saúde pelo mundo investigam a possibilidade.

— Em tese, isso seria possível no caso de uma mutação, mas o que estamos observando são casos que pessoas que contraíram pelo contato físico muito próximo. Não há relatos, por exemplo, de pessoas que se infectaram por estarem num mesmo avião, que teria a circulação pelo ar — diz Raskin.

 

5 – Transmissão sexual

Na Espanha, a maioria dos casos foram ligados a um estabelecimento destinado a relações sexuais. Em outros países, relatos também indicam que a grande maioria dos diagnósticos está ocorrendo em homens gays, bissexuais e homens que fazem sexo com outros homens (HSH).

Apesar de as informações indicarem uma transmissão via sexo, não se sabe ainda se o vírus está presente em locais do corpo como fluidos genitais e no sêmen. Apenas nesse caso ele seria caracterizado como uma infecção sexualmente transmissível, explica Burattini. No entanto, o perfil de contaminação intriga cientistas.

— As investigações estão em andamento. Isso é compatível com uma doença que é transmissível por secreção corporal, mas nunca foi relatado esse tipo de comportamento, então ainda tem muitas interrogações a respeito — diz o infectologista.

 

6 – Quem é o caso zero

Embora o primeiro caso registrado pelo Reino Unido, no início do mês, tenha sido em um homem que viajou à Nigéria, os demais diagnósticos, todos por transmissão local, não apresentaram relação com o paciente. Além disso, um dos casos identificados em Portugal foi em uma amostra coletada anteriormente ao relato britânico. Por isso, apesar de os países terem começado a anunciar registros da doença no mesmo período, não se sabe ainda se há de fato relação entre eles e qual é a origem exata do surto.

Raskin explica que a expectativa é de que a infecção nos diferentes países sejam sim relacionadas, devido à extrema coincidência, mas que isso só vai ser confirmado com o sequenciamento genômico dos diagnósticos.

— Eventualmente é possível mapear esse ponto de origem por meio da genética. Com uma comparação desses sequenciamentos dos genomas de todos os casos, em breve vamos conseguir descobrir a relação entre eles, se de fato vieram todos do mesmo lugar — explica o geneticista.

 

7 – Quem se infecta

O perfil dos infectados nos países tem sido majoritariamente de homens jovens que fazem sexo com outros homens. Porém, não se sabe ainda se há algum fator atípico influenciando esse comportamento, uma vez que o contato íntimo é uma via de transmissão conhecida que pode afetar a todos.

— A transmissão é fundamentalmente por contato direto, por meio da secreção das vesículas, que são essas espécies de bolhas que surgem na pele, ou por contato muito próximo — explica Burattini.

Ainda assim, o perfil dos infectados levou o diretor-geral adjunto da OMS para intervenções de emergência, Ibrahima Socé Fall, a afirmar que se trata de “uma nova informação que devemos estudar adequadamente para compreender melhor a dinâmica (do contágio)”. Isso porque, embora reconhecida, a transmissão entre pessoas não era comum, especialmente ligada ao ato sexual.

Outro ponto relacionado à população que passa por investigação é saber se quem recebeu a vacina da varíola tradicional há mais de 40 anos, que é eficaz para essa versão, estaria protegido. Isso porque a ciência não sabe por quanto tempo essa imunidade dura, e ela deixou de ser aplicada após a erradicação em 1980.

— Existem estudos que indicam pelo menos 20 anos de proteção, outros menos. Como a varíola foi extinta, deixou-se de investir nesse tipo de estudo. Até porque sem a doença, não tem como averiguar a eficácia na prática. É uma das perguntas que precisa ser respondida — afirma Raskin. Fonte: https://oglobo.globo.com

 

Anvisa sugere máscara e isolamento para adiar chegada de varíola

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Publicado em 24 maio 2022
  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária
  • Anvisa
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  • desequilíbrio ambiental
  • monkeypox
  • a varíola dos macacos,

Argentina registrou os primeiros casos suspeitos neste domingo

 

Roberta Jansen, O Estado de S.Paulo

RIO - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está pedindo reforço de medidas não farmacológicas, como distanciamento, uso de máscara e higienização frequente de mãos, em aeroportos e aeronaves, para retardar a entrada do vírus da varíola dos macacos no Brasil. Desde o início do mês, ao menos 120 ocorrências da doença foram confirmadas em 15 países. O Ministério da Saúde instituiu ontem uma sala de situação para monitorar o cenário da monkeypox no Brasil. 

A rara doença pode chegar nos próximos dias, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão. No domingo foram registrados casos suspeitos na vizinha Argentina. A varíola dos macacos é, na verdade, doença original de roedores silvestres, mas isolada inicialmente em macacos. É frequente na África, mas de ocorrência muito rara em outros continentes.  

Cientistas acreditam que o desequilíbrio ambiental esteja por trás do atual surto, mas não veem razão para pânico. “Acho muito difícil que (a doença) não chegue aqui”, afirmou o presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaez. “Mas se trata de uma doença considerada benigna.” Além disso, existem tratamento e vacinas. Fonte: https://saude.estadao.com.br

Frio com fome é um inferno

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Publicado em 23 maio 2022
  • A Fome,
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  • Frio

Claudio Considera

A surpreendente onda de frio dos últimos dias – que chegou até a cidades quentes, como Goiânia, Cuiabá e Rio de Janeiro –, demonstrou, mais uma vez, como nossa desigualdade socioeconômica é cruel e crônica.

Multiplicaram-se vídeos de crianças de pés descalços e sem agasalhos, idosos em casas com portas e janelas precárias, grávidas tremendo de frio e fome.

Sem emprego nem salários, não há comida, roupas quentes e muito menos moradias dignas para enfrentar queda de temperaturas. Além disso, o consumo dos pobres e de classe média baixa, a maior parte da população, nunca foi considerado mercado prioritário por aqui. Na maioria das vezes, pagamos caro por produtos de má qualidade.

Se o desequilíbrio ambiental nos obrigar a conviver com extremos de calor e de frio, a desigualdade ficará muito pior. A solidariedade ajuda, é claro, e há muitos bons exemplos disso.
Mas o que resolveria mesmo seria uma mudança estrutural que gerasse trabalho e renda, ainda longe de nosso horizonte como nação. https://oglobo.globo.com

 

Facebook amplia medidas de transparência para anúncios sobre temas sociais nas eleições

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Publicado em 20 maio 2022
  • Facebook,
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A ação, que entrará em vigor no fim de junho, também vale para o Instagram

 

Levy Teles

O Meta, empresa responsável pela gestão do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou, nesta quinta-feira, 19, a expansão das políticas de transparência em anúncios sobre temas sociais no Brasil, mais uma medida da plataforma para as eleições de 2022 no Brasil.

Perfis e páginas que quiserem veicular anúncios nas áreas de direitos civis e sociais, crime, armas, economia, educação, política ambiental, saúde, valores políticos e governança, imigração, segurança e política externa precisarão passar por um processo de autorização e as publicações terão um rótulo que indica quem está pagando por aquele anúncio. As medidas entrarão em vigor em junho.

Os rótulos já estão em atividade para anúncios de cunho político ou de eleições desde 2018 e passaram a ser obrigatórios em 2020. Como mostrou o Estadão, o recurso é usado por deputados federais e pré-candidatos à Presidência da República.

Qualquer usuário pode ter acesso às informações na biblioteca de anúncios, que armazena as publicações. É possível ter acesso a dados sobre a faixa etária, gênero e localidade do público alcançado nesses conteúdos.

“Mais transparência gera interações mais autênticas e anúncios mais autênticos”, disse a gerente de programas de resposta estratégica do Meta, Debs Delbart. “Entendemos que quando mais transparência na plataforma, mais as pessoas vão utilizar os nossos serviços de forma responsável, porque os dados estarão disponíveis para a consulta de todos.”

Quando a medida entrar em vigor, qualquer anúncio que passe sobre temas sociais, política e eleições no Facebook e Instagram e não tiver um dos rótulos poderá ser removido e ficará arquivado na biblioteca de anúncios durante sete anos.

Segundo Debs Delbart, a lista de categorias sociais não foi ainda divulgada para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e adiciona que os temas da lista podem passar por ajustes à medida que avançar o ano eleitoral.

A plataforma terá a ajuda de inteligência artificial e de uma equipe baseada no Brasil e um grupo internacional dedicados à regulação desse conteúdo. Usuários também podem fazer denúncias. A nível global, informa Delbart, a ferramenta já foi usada nas eleições das Filipinas, que ocorreram em maio deste ano, no México e Chile. Fonte: https://politica.estadao.com.br

Fotógrafo diz sofrer ataques virtuais após denunciar igreja evangélica por homofobia em Aracaju

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Publicado em 19 maio 2022
  • Violência em Sergipe,
  • homofobia
  • Igreja Presbiteriana Renovada de Aracaju,
  • João Pedro Poderoso
  • IGREJA PRESBITERIANA RENOVADA DO BRASIL

Instituição religiosa  se recusou a batizar João Pedro Poderoso no dia da cerimônia por ser casado com outro homem; caso está sendo investigado 

 

Fotógrafo João Pedro Poderoso e o marido Jadson Santana. Foto: Reprodução / Arquivo pessoal

 

Júnior Moreira Bordalo

O fotógrafo João Pedro Poderoso usou suas redes sociais no último final de semana para acusar a Igreja Presbiteriana Renovada de Aracaju, na capital de Sergipe, de homofobia. A vítima alegou que a instituição evangélica se recusou a batizá-lo por causa de sua orientação sexual e que, desde então, vem recebendo ataques de ‘fieis fervorosos’, que os acusam de tentar mudar as regras da religião. O sergipano é casado com o cabeleireiro Jadson Santana.  

A celebração estava marcada desde o início de abril, mas o fotógrafo só teria sido avisado do “veto” diante da igreja lotada no domingo, 15. Em entrevista ao Estadão, Poderoso garantiu que participou de um curso preparatório de seis semanas e em nenhum momento foi informado que não poderia se batizar. “ Assisti o culto; deu-se início a cerimônia de batismo e uma moça subiu ao altar; falou com a filha do pastor, trocou as folhas, e, em seguida, o líder da igreja me chamou dizendo que o pastor queria falar comigo”. 

“Fui para essa sala, chegando lá estava o pastor auxiliar. Trancou a porta e disse: ‘devido a um erro de comunicação, você não poderá se batizar por ser gay e casado com outro homem”, narrou. Ele contou que ficou em “choque” com a situação. “Como o pastor só veio saber [do meu matrimônio] agora se a filha e esposa dele frequentam o salão do meu esposo? Sem contar que nosso casamento foi algo com muita repercussão na cidade”, relembrou. Juntos há dois anos, Poderoso oficializou o relacionamento com Jadson no dia 30 de abril deste ano. 

De criação católica, o fotógrafo explicou que passou a frequentar a Família Renovada justamente por causa do — então — namorado, que já congregava no espaço há dois anos. “Como estávamos juntos e acreditamos que um casal tem que seguir o mesmo caminho, decidi ir com ele. Não tinha como a igreja não saber da nossa relação”, indicou.

Após o relato, o caso ganhou repercussão na internet e, um dos pastores da igreja, Jeter Andrade, veio a público reforçando que a instituição está na cidade há 40 anos com a “convicção baseada na Bíblia. “Não somos guiados por discriminação, desrespeito e temos provado isso em cada ano”, falou. 

“Em um dos cursos da nossa igreja, o Primeiros Passos, começamos a ensinar verdades básicas sobre a palavra de Deus. Na terceira lição, falamos sobre família e sexualidade, o que acreditamos de acordo com a palavra de Deus […] Todos são muito bem vindos à Família Renovada, mas nós não abrimos mãos dos princípios e valores da palavra de Deus”, prosseguiu o religioso.

Poderoso registrou um Boletim de Ocorrência no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) do município. “Espero que a justiça seja feita; que eles possam de algum modo responder por tudo isso; pelo constrangimento que me fizeram passar”. Com a situação, eles decidiram deixar de frequentar o espaço. “Não podemos estar em lugar que não somos aceitos. Acreditávamos fazer parte, era só ilusão”. 

Nesta quarta-feira, 18, ele se reuniu com um defensor dos direitos humanos para pedir auxílio, já que, desde a divulgação, disse estar enfrentando a pressão da igreja e ataques nas redes sociais. “Fieis dizendo que quero mudar as regras; destruir o que já está posto. Jamais quis isso. Estão a todo custo tentando me colocar como culpado da situação”, lamentou. “Fiquei altamente abalado. Não precisávamos dessa exposição, temos nossa vida estável. Só queríamos seguir com o alinhamento que defendíamos”, confessou. 

 

 

COM A PALAVRA, A IGREJA PRESBITERIANA RENOVADA DE ARACAJU

A Igreja Renovada de Aracaju divulgou uma nota alegando que comunicação feita com o fotógrafo a respeito da impossibilidade de seu batismo se deu de modo reservado, em espaço privativo, na secretaria da igreja, sem publicitação das razões do impedimento, com o objetivo a evitar qualquer tipo de constrangimento. Confira: 

“A Igreja Presbiteriana Renovada de Aracaju (IPRA) vem, através da presente Nota Pública, com respeito aos fatos ocorridos no domingo, 15, ao final da celebração dominical da manhã, informar que:

1 – A IPRA é uma igreja presente na sociedade sergipana há 40 anos, servindo ao Senhor acima de todas as coisas e amando ao próximo, conforme a Palavra de Deus nos ensina;

2 – Em todo este tempo, temos dado testemunho do amor de Cristo, recebendo e acolhendo a todos aqueles que nos procuram, sem qualquer distinção ou discriminação. Por nossos cultos, ao longo de todos esses anos, passam milhares de pessoas, sendo vidas impactadas, transformadas e restauradas. Grande parte dos que nos visitam, semanalmente, são membros ativos da IPRA, vinculados aos princípios e preceitos dos nossos Estatutos e principalmente da Bíblia Sagrada. Outros, congregam, mas não tomam parte da membresia da Igreja, sendo visitantes, frequentadores, todos com livre acesso e acolhidos com amor e cuidado;

3 – Para ser batizado e, posteriormente, membro da igreja, seguindo o que está definido em nosso Estatuto e nas Sagradas Escrituras, é necessário o atendimento de certos requisitos, conforme cada congregado ou visitante aprende no curso ‘Primeiros Passos’, onde se tem a oportunidade de conhecer profundamente os ensinamentos da Palavra de Deus e as normas da nossa IPRA;

4 – Neste domingo, um congregado, candidato ao batismo, por não estar apto, segundo as normas internas da IPRA e nossa regra máxima de fé e prática, a Bíblia Sagrada, não pôde participar do ato batismal”.

 

COM A PALAVRA, A IGREJA PRESBITERIANA RENOVADA DO BRASIL

Em nome de suas Diretorias Executiva e Administrativa, a Igreja Presbiteriana do Brasil tornou público o “apoio e solidariedade” à Igreja Presbiteriana Renovada de Aracaju. Em nota, a ordem justificou que a “A Igreja e o seu pastor Marcos Pereira de Andrade têm o respaldo da Constituição Federal, do Código Cil do Estatuto e Regimento interno da IPRB e do Acórdão do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO 26, sendo que a Constituição Federal o imperativo princípio da liberdade religiosa”.

“A IPR de Aracaju, subordinada ao Estatuto e Regimento Interno da IPRB, tem a Bíblia Sagrada como única regra de fé e prática, seus valores e princípios, sendo contrária a quaisquer atos de intolerância, discriminação, preconceito ou desrespeito, cuja mensagem precípua é o compromisso de amor a Deus sobre todas as coisas e o próximo”. Fonte: https://politica.estadao.com.br

Fidelidade.

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Publicado em 18 maio 2022
  • fidelidade,
  • adultério
  • infidelidade,
  • fidelidade conjugal
  • o salário do pecado é a morte
  • não cometerás adultério

Seres humanos gostam de criar normas, porém possuem um prazer maior em quebrá-las

 

Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

Nossos códigos morais e jurídicos defendem a fidelidade conjugal. A tradição prega a construção de uma muralha ao redor de um casal. A norma proclama e a natureza reclama. Quase todo mundo percebe que corpo e alma não falam a mesma língua. 

No livro do Deuteronômio (5,18), está dado como mandamento: não cometerás adultério. Gosto também da tradução antiga: não fornicarás. No inglês formal do século 17, a Bíblia do Rei James repete: Neither shalt thou commit adultery. O “neither” relembra que a lista de interditos começou antes, inclusive a proibição de matar no versículo precedente.

A norma funciona como todo princípio, solene ou trivial: fala do ideal. Descendo ao cotidiano, a nutricionista diz tudo que faz bem ao meu corpo e percebo que meu paladar parece me afastar do caminho correto. Aparentemente, fidelidade é água, alface, rúcula e sopa de chuchu; adultério é doce de leite, pastel frito, picanha e uma garrafa de bom vinho. A Bíblia também diz que o salário do pecado é a morte (Rom 6,23). Da mesma forma, a consequência da mesa livre é a gordura no fígado, o sobrepeso e o desgaste crescente da articulação do joelho...

Seres humanos gostam de criar normas, porém, acima de tudo, possuem um prazer maior em quebrá-las. Regras seduzem para a contravenção. Basta meu exame de sangue exigir um jejum que toda a fome do mundo me assalta naquela noite. Minha experiência com grupos: anuncie que, devido às características daquela estrada no interior da Mongólia, não poderemos parar para banheiro com 20 minutos. Pronto! Todos são atacados de cistite galopante e parece que tomaram diuréticos aos litros. Surge o desespero e necessitamos de boas soluções em pleno deserto de Gobi. Sim, os degredados filhos de Eva continuam focados na única árvore proibida e ignoram o vasto pomar a sua frente. 

Quem dá aula sabe que toda norma contém, dialeticamente, seu pedido de exceção em sala de aula. Grupos de três? Pode quatro? Pode! E cinco? Como verifiquei ao vivo, aumentar as regras de uma prova provoca novos problemas. Respondam em ordem? Surge a pergunta: crescente ou decrescente? Mesmo princípio dos casamentos: sejam fiéis, casais! Pode ser grupo de três?

Seria nossa natureza? Machado de Assis coloca na boca de Deus a opinião: “Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição humana”. Nos seres humanos eu tenho esperança média, porém em Machado deposito toda a minha confiança futura em melhorar minha maneira de escrever. Fonte: https://cultura.estadao.com.br

Internet, entre a benção e a maldição

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Publicado em 12 maio 2022
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Documentário do Funcas reflete como o treinamento é essencial para evitar o "lado negro" da rede

 

CERVOS WATSON

Diz a psicóloga Julia Brailovskaia, do Centro de Pesquisa e Tratamento em Saúde Mental da Ruhr-Universität Bochum, que o smartphone e o restante dos dispositivos de acesso à internet são “uma bênção e uma maldição”. Segundo relatório da FAD Youth Foundation, é uma ferramenta fundamental e diária de comunicação (84,1%), busca de informações (83,6%) e lazer (79,9%). Mas, como qualquer ferramenta, ela precisa de um manual de instruções que, se ignorado, pode levar ao estresse, vício, imagens irreais, frustração, perda de autoestima, redução da atividade física, isolamento e desinformação que condiciona a visão de mundo e a tomada de decisão . De acordo com os especialistas que participaram do documentário Gosto / não gosto, produzido pelo centro de pesquisas econômicas e sociais Funcas e Deer Watson Films, a tecnologia está aí e a solução não é ignorá-la, mas saber usá-la.

Brailovskaia, principal autor de um estudo no Journal of Experimental Psychology: Applied, aponta uma primeira medida: “Não é necessário abrir mão do celular para se sentir melhor. Deve haver um uso diário ideal.” De acordo com os resultados deste estudo, quem reduz a sua utilização em pelo menos uma hora por dia regista melhorias no bem-estar.

Mas a redução do tempo de uso é uma solução obviamente temporária, parcial, insuficiente e ineficaz, pois o uso da Internet é inalienável. O mais importante é que, quando usado, se saiba como funciona e quais efeitos produz. Uma equipe da Universidade de Yale publicou um estudo na Science Advances no qual identifica um mecanismo perverso das redes sociais pelo qual, segundo Molly Crockett, do Departamento de Psicologia e coautora do trabalho, “as plataformas refletem o que está acontecendo na sociedade , mas também criam incentivos que mudam a forma como os usuários reagem ao longo do tempo.”

Desta forma, a pesquisa reflete como as redes podem ser uma fonte de bem social, motivando a cooperação, estimulando a mudança ou promovendo a recriminação de certas atitudes (como o machismo ou a xenofobia). Mas também, segundo os autores, “ tem um lado sombrio , contribuindo para o assédio de grupos minoritários, a disseminação de desinformação e a polarização política”.

O efeito perverso que carrega de um lado para o outro, segundo este estudo, baseia-se no fato de que os usuários cujas opiniões são mais compartilhadas ou recebem mais "curtidas" são aqueles com um discurso menos construtivo. Os usuários detectam esse viés e, de acordo com Crockett, "grupos moderados podem se radicalizar com o tempo".

Outro experimento nesse sentido, realizado pela Universidade de Nova York e publicado na Nature Communications, simulou uma rede social e descobriu que quem recebia mais reações tendia a postar mais. “Nossas descobertas podem ajudar a entender melhor por que as redes sociais dominam a vida cotidiana de tantas pessoas e também podem fornecer pistas para lidar com o comportamento excessivo online”, diz Björn R Lindström, da Universidade de Amsterdã e principal autor do estudo. Artigo.

Com estas duas experiências, antecipam-se as causas da maior dependência das redes e como isso condiciona o que se publica, que persegue mais adesões e reações do que a comunicação convencional e mesmo que não seja real.

Nesse sentido, a atriz Marta Etura, que já participou do documentário Curtir/não gostar sem filtros e com a imagem mais natural, explica: “As redes sociais têm uma parte que não gosto: mostrar apenas o que é bonito. A sociedade tende a classificar os sentimentos como bons ou ruins, bonitos ou feios e nos convida a criar uma realidade paralela que não é real e pode causar confusão quando se está em um lugar vulnerável ou em fase de desenvolvimento, como é o caso dos adolescentes”. Fonte: https://elpais.com/tecnologia

Prevenir a obesidade

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Publicado em 10 maio 2022
  • obesidade
  • A obesidade
  • World Obesity Federation
  • organização voltada para prevenção da obesidade

 

País deve mirar avanço da condição, que pode atingir 30% dos adultos em 2030

 

Nas duas últimas décadas, o aumento do sobrepeso e da obesidade na população brasileira vem configurando uma tendência tão consistente como preocupante.

Em 2006, quando a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico foi realizada pela primeira vez, 43% dos adultos encontravam-se acima do peso, isto é, com IMC (índice de massa corporal, peso dividido pelo quadrado da altura) entre 25 e 30, e 12% eram obesos (IMC acima de 30).

Hoje tais percentuais são de 57% e 22%, respectivamente.

A seguir nessa toada, o Brasil deverá ter, em 2030, cerca de 30% da população adulta obesa, segundo projeção da World Obesity Federation (organização voltada para prevenção da obesidade), tornando-se, em números absolutos, a quarta nação do mundo com mais pessoas com excesso de peso, depois de EUA, China e Índia.

É particularmente alarmante o ritmo de aumento da obesidade entre crianças e adolescentes. Esta deve crescer, em média, 3,8% ao ano, de 2010 a 2030, alcançando um total de 7 milhões de jovens —número classificado como muito alto pelo órgão internacional.

Esse enorme contingente tende a, no futuro, permanecer nessa condição, podendo vir a desenvolver alguns dos diversos males associados ao excesso de peso, como hipertensão e diabetes —para nada dizer do risco aumentado de complicações e mortes por Covid-19, como se constatou.

Atualmente, cerca de 9% da população com mais de 18 anos convive com diabetes e 26% apresenta hipertensão, num crescimento de 11,5% e 7,5%, respectivamente, ante o período anterior à pandemia.

Além de problemas individuais, o aumento da obesidade acarreta ainda uma série de impactos econômicos, tanto de forma direta, nos gastos do sistema hospitalar, como indiretas, caso da redução de capacidade produtiva.

Esse custo, calculado pela World Obesity Federation para o Brasil em US$ 39 bilhões, poderia mais que quadruplicar até 2060, chegando a US$ 181 bilhões. Mas as cifras, quaisquer que sejam, importam menos que a política de saúde.

O poder público tem um papel a desempenhar em relação a esse fenômeno, sobretudo em termos preventivos —fortificando as orientações nutricionais, principalmente na atenção básica à população, e estimulando todas as práticas de atividade física. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

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