Carlos Eduardo Cabral de Moura foi sepultado na tarde deste sábado no cemitério municipal da cidade

 

Carlos Eduardo Cabral de Moura foi sepultado neste sábado no cemitério municipal de Japeri — Foto: Rafael Timileyi

 

Por Rafael Timileyi Lopes

 — Rio de Janeiro

O corpo de Carlos Eduardo Cabral de Moura, de 5 anos, foi sepultado na tarde deste sábado, no cemitério municipal de Japeri, Baixada Fluminense, em meio a forte comoção. O menino morreu após ser atingido por um tiro enquanto caminhava com sua mãe na manhã de sexta-feira (1º) no bairro Nova Belém, onde moravam. Familiares e amigos se despediram da criança, e seus pais, visivelmente abalados, precisaram ser amparados e atendidos em uma ambulância do Samu. O caixão foi carregado por bombeiros militares, que também levaram coroas de flores. Cerca de 50 pessoas acompanharam o cortejo.

O bispo e bombeiro Luiz Xavier, líder da igreja frequentada pela família em Japeri, prestou as condolências militares e ressaltou os sonhos interrompidos do menino. "Momento muito difícil, mas precisamos manter a esperança. Ele era uma criança especial, alegre, inteligente e cheia de vida", disse o religioso.

O avô de Carlos Eduardo, visivelmente emocionado, lamentou a perda: "Meu netinho se foi. Quinta-feira estava brincando com ele. Japeri já foi diferente".

De acordo com a Polícia Militar, agentes da Operação Segurança Presente patrulhavam a Estrada Miguel Pereira quando foram alvos de disparos vindos da comunidade Lagoa do Sapo. O menino foi atingido enquanto estava próximo ao local. Ele chegou a ser levado ao Hospital Municipal de Japeri, onde, em estado grave e com parada cardiorrespiratória, foi submetido a manobras de ressuscitação por 40 minutos, mas o óbito foi confirmado às 11h20.

Carlos Eduardo havia começado a estudar na Escola Municipal Darcílio Ayres Raunheitti, mas não chegou a frequentar a aula naquele dia.

Em entrevista ao RJTV, Kleiton Moura, pai do menino, questionou a violência que levou à morte de seu filho.

"Eu estava trabalhando para dar o melhor para minha família, e recebi a notícia de que meu filho havia sido baleado. O que ele fez para levar um tiro? Ele só tinha 5 anos. Até onde vamos chegar com essa guerra nas ruas?", desabafou.

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Em nota, a Polícia Civil informou que "investiga a morte de Carlos Eduardo Cabral de Moura e agentes realizam diligências para apurar a autoria do crime". Fonte:  https://oglobo.globo.com