Prefeito pediu ajuda e disse que efeito é 'claramente o impacto da mudança climática'

 

VENEZA | AFP

Veneza registrava na noite desta terça-feira (12) uma histórica "acqua alta" (maré alta), com um pico que pode atingir ou superar 1,90 metro, segundo o Centro de Marés da cidade italiana.

Por volta de meia-noite, o Centro de Marés indicava uma altura de 1,87 m, a maior "acqua alta" desde o recorde registrado em 4 de novembro de 1966. O nível das marés é registrado em Veneza desde 1923.

Um nível de maré de 1,87 m não significa que a cidade esteja submersa sob quase dois metros de água. Desta altura deve-se subtrair o nível médio da cidade, que se encontra em entre um metro e 1,30 m.

Segundo jornalistas da AFP. o nível da água atingia 1,20 metro em algumas zonas.

"Enfrentamos uma maré mais que excepcional. Todos estão mobilizados para manejar a emergência", tuitou o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro.

Para o prefeito, a maré é um claro impacto da mudança climática. Ele disse ainda que pedirá a decretação de estado de catástrofe natural, porque a maré deve continuar subindo.

As águas inundaram o vestíbulo da basílica de São Marcos, algo pouco frequente.

O procurador do prédio, Pierpaolo Campostrini, recordou que em toda a história da basílica —construída em 828 e reconstruída em 1063, após um incêndio— o vestíbulo só foi inundado em cinco ocasiões.

O mais preocupante é que três das cinco grandes inundações ocorreram nos últimos 20 anos. A última em 2018.

O fenômeno da "acqua alta" costuma inundar as zonas baixas da cidade, em particular a praça de São Marcos. Na noite desta terça-feira o fenômeno foi agravado pelo siroco, um forte vento saariano.

Para proteger Veneza das marés, que afetam cada vez mais seu patrimônio artístico, em 2003 foi iniciada a construção de 78 diques flutuantes com base no projeto Mose (Módulo Experimental Eletromecânico). Este sistema fechará a lagoa em caso de excessiva elevação das águas do mar Adriático. Fonte: www1.folha.uol.com.br