
Governo informou que briga entre facções rivais deu origem ao massacre, e que boa parte das vítimas foi decapitada
Ao menos 52 presos morreram nesta segunda-feira durante rebelião no Centro de Recuperação Regional de Altamira, a cerca de 800 quilômetros de distância de Belém. De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), ao menos 16 deles foram decapitados durante o conflito entre facções rivais. Os detentos chegaram a fazer agentes penitenciários como reféns, mas eles já foram liberados após negociações com as autoridades. Parte das vítimas podem ter sido asfixiadas depois que os presos atearam fogo a colchões dentro das celas, de acordo com as autoridades. A Susipe informou que a confusão começou por volta das 7h, durante o café da manhã. O Centro tem capacidade para 208 internos, mas contava com 372.
O secretário do Sistema Penitenciário, Jarbas Vasconcelos Carmo, afirmou após o ocorrido que a unidade abriga duas facções, o Comando Vermelho, originário no Rio, e o Comando Classe A, um grupo local. Segundo ele o ataque foi inesperado: "Nós não tínhamos relatório da nossa inteligência aportando um possível ataque, desta magnitude". "Encontramos corpos decapitados e os outros mortos por asfixia. Não tiramos todos porque o local ainda está quente. É uma unidade antiga, em formato de contêiner", informou. Relatos iniciais dão conta de que a maioria das vítimas seria integrante da facção fluminense.
Nos últimos anos a região Norte se tornou uma das principais linhas de frente de embate entre facções rivais, como o Primeiro Comando da Capital, criado em São Paulo, o Comando Vermelho, originário do Rio, e a Família do Norte, manauara. Como consequência estes confrontos pelo domínio de rotas de tráfico e pelo recrutamento de novos filiados dentro dos presídios acabam levando a confrontos atrás das grades, que acabam envolvendo grupos menores com presença local, como o Comando Classe A. Há pouco mais de dois meses outro massacre prisional deixou 55 mortos no Amazonas em quatro unidades diferentes no Estado.
Por outro lado, a acomodação entre estes grupos criminosos na maioria dos Estados levou à redução dos índices globais de homicídio no país, algo que já era verificado em São Paulo, onde o PCC tomou para si o papel de regular os assassinatos nas periferias do Estado. De acordo com dados do Monitor da Violência. a letalidade violenta caiu 10% já em 2018, ano em que foram registrados 57.117 homicídios. Fonte: https://brasil.elpais.com




