Vereadora foi assassinada na noite desta quarta-feira, na região central da cidade.

RIO — Jornais estrangeiros repercutem o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta a tiros na noite desta quarta-feira, por volta das 21h30m, na Rua Joaquim Palhares, no Estácio.

Os principais veículos de comunicação dos Estados Unidos noticiam a morte de Marielle. New York Times, ABC e The Washinton Post publicaram em suas páginas na internet a notícia do assassinato da vereadora carioca.

A televisão estatal Televisión del Sur, com sede na Venezuela, também já destacou a morte a morte da vereadora em seu noticiário.

"A proeminente ativista brasileira de direitos humanos e a vereadora de esquerda Marielle Franco foi assassinada no Rio de Janeiro. Faz parte de uma geração de jovens brasileiros negros que estão se tornando cada vez mais vocais dentro e fora de casas de estado. Franco foi eleito para a Câmara em 2016".

O site de notícias News Deeply, de Nova York, também destacou o assassinato de Marielle em sua página na internet. O título escolhido para a reportagem foi: "Das favelas a vereadora, lutando pelos direitos das mulheres no Rio".

O site destaca o trabalho de Marielle pelas mulheres negras de favela.

"Quando Marielle Franco decidiu concorrer a um lugar no município do Rio de Janeiro, ela já teve três ataques contra ela nos olhos do público eleitoral: ela é mulher, ela é afro-brasileira e ela vem da favelas, favelas urbanas da cidade. Apesar das probabilidades, ela foi eleita para a Câmara da cidade no ano passado, e desde então tornou prioritário lutar pelos direitos de seus constituintes femininos".

O jornal peruano El Comércio relatou o crime contra a vereadora carioca. A publicação ainda diz que Marielle era uma dura crítica da intervenção federal na Segurança Público do Rio.

O motorista que estava com ela também foi morto na ação. Ela também estava acompanhada de uma assessora, que foi atingida por estilhaços. Marielle estava indo para casa na Tijuca quando foi morta.

A Polícia Civil recolheu pelo menos oito cápsulas no local. Segundo a Polícia Militar, um carro teria emparelhado e os ocupantes abriram fogo, fugindo em seguida. A janela à direita no banco de trás, onde estava Marielle, ficou estilhaçada com os tiros.

A vereadora se formou pela PUC-Rio, e fez um mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com o tema: “UPP: a redução da favela a três letras”. Marielle trabalhou em organizões como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de Marcelo

Freixo.

Em 2005, uma de suas amigas mais próximas morreu, vítima de bala perdida, durante um tiroteio entre policiais e traficantes na Maré. O episódio impulsionou seu engajamento na defesa dos direitos humanos e contra ações violentas nas favelas.

Um ano depois, ela fez campanha para Marcelo Freixo se tornar deputado estadual e, desde então, é sua assessora parlamentar. Na Zona Sul, Marielle esteve entre os cinco candidatos mais votados em quase todos os bairros (no Jardim Botânico, foi a segunda). Na zona eleitoral da Maré, foi a quinta. Fonte: https://oglobo.globo.com