Dom Frei Wilmar Santin, O.Carm. Bispo de Itaituba-PA

A Era Cristã é a que nós utilizamos. Passou a ser usada a partir do século VI por Dionísio, o Pequeno, que tinha sido encarregado pelo Papa para fazer uma nova tabela da Páscoa em continuação à de São Cirilo. Dionísio passa a usar como ponto inicial a data do nascimento de Jesus. Pelas suas contas Jesus nasceu no dia 25 de dezembro do ano 753 da Fundação de Roma, ou seja, 25 de dezembro do 1 a.C. O primeiro ano a Era Cristã (d.C.) seria o ano 754 da Fundação de Roma (“ab Roma condita”). Esse cálculo mostrou-se errado entre 4 e 7 anos, porque o censo foi promulgado no ano 746 da Fundação de Roma e Herodes morreu no ano 750 da Fundação de Roma. Portanto Jesus nasceu entre estes dois anos. No entanto, o uso continua de acordo com os cálculos de Dionísio.

Inicialmente passou a ser usada na Itália já no séc. VI, depois na Inglaterra (séc. VII), Espanha e França, mas nos primeiros tempos somente por cronistas e historiadores.

Nos documentos, os primeiros a usarem esta Era foram os anglo-saxões no início do séc. VIII. Depois o seu uso entrou na França (metade do séc. VIII), Alemanha (séc. IX), Espanha (séc. XIV), Grécia e Portugal  (séc. XV). A Igreja passou a usá-la oficialmente através da cancelaria pontifícia sob o pontificado de João XIII (965-72) – no período anterior há o uso isolado em algumas cartas papais. No Ocidente uso da Era Cristã começa a se generalizar a partir do século X.

Há 3 datas para o início do ano:

  • 1º de janeiro, como se usa atualmente;
  • 25 de dezembro, com o nome “do Nascimento”;
  • 25 de março, com o nome “da Encarnação”.