Elias, salientou o padre Secondin, "era mal-humorado, agressivo". Os próprios padres da Igreja, ao comentar essas passagens bíblicas, sugerem que "Deus tenta endireitar Elias para que se amanse". E o profeta, assim, é enviado para Sarepta, onde recebe uma primeira lição da mulher: a pobreza e a morte enfrentadas com dignidade.
Inicialmente, o profeta, através do milagre do alimento que não acaba, se apresenta em vestes poderosas, taumatúrgicas. Mas depois a morte do filho da viúva o obriga a outra dimensão: sente-se impotente e só pode invocar a Deus, "confiar-se a Deus em nudez", reconhecer que só ele tem o poder "de gritar a sua dúvida e de implorar".
E é então, diante dos seus gestos ternos e da admissão da sua fraqueza, que a viúva reconhece uma outra face de Deus: o "Deus de compaixão", o "Deus de misericórdia", o "Deus que abraça, que carrega, na sua identidade, a nossa ferida".
É uma história que provoca perguntas para a história pessoal de cada um: "Somos capazes de encontrar os pobres para chegar a encontrar a verdade? Ou temos medo de perder a face?". Sabemos reconhecer e abraçar aqueles que têm "um 'bebê morto' no seu coração: violências, traumas de infância, divisões, horrores..."? A nossa palavra é aquela pedante do taumaturgo ou "a palavra que implora"? Diante de situações de dor, "mandamos na frente o canonista", usamos "a vara" ou nos estendemos "os braços para abraçar"?...
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