Informações foram repassadas pela Polícia Civil; arcebispo disse que padre foi suspenso assim que denúncia chegou à Diocese de Cascavel
Foto por REPRODUÇÃO/POLÍCIA CIVILPadre foi preso no domingo (24) em Cascavel
Escrito por Da Redação
Investigação da Polícia Civil do Paraná aponta que o padre de Cascavel, preso por estupro de vulnerável no domingo (24), teria dopado um jovem de 19 anos e abusado sexualmente dele enquanto oferecia tratamento contra o vício em drogas. Ainda conforme a investigação conduzida pela delegada Thaís Zanatta, denúncias anteriores contra o religioso foram abafadas por superiores na Igreja, permitindo que ele continuasse a atuar por anos.
A polícia formalizou a denúncia por três crimes de abuso de vulnerável, mas a delegada afirma que o número de vítimas pode ser ainda maior. Um dos casos mais recentes, de 2019, envolve um jovem de 19 anos que buscou ajuda do padre para tratar o vício em drogas. Segundo a investigação, o padre teria pedido que o jovem pernoitasse em sua casa para receber uma medicação. Segundo a polícia, a vítima foi dopada a estuprada na terceira noite.
As investigações revelaram que o histórico de abusos do sacerdote não é recente. A investigação aponta que o primeiro registro contra ele é de 2010, quando ele ainda era seminarista. Na ocasião, a vítima foi outro seminarista, que, embora maior de idade, estava em estado de sonolência, sendo considerado vulnerável.
As denúncias anteriores, inclusive casos com crianças, teriam sido abafadas pela hierarquia da Igreja, o que fez com que o padre continuasse na função.
O arcebispo de Cascavel, Dom José Mário Scalon Angonese, informou por meio de comunicado que o padre foi suspenso de suas atividades em 14 de agosto, assim que a denúncia chegou oficialmente à diocese. Um processo de investigação eclesiástica foi iniciado e, caso os crimes sejam confirmados, o sacerdote poderá ser "demitido do estado clerical", conforme a decisão do Vaticano. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não se manifestou sobre o caso.
O padre, cujo nome não foi divulgado, está detido na Cadeia Pública de Cascavel e será transferido para o sistema penitenciário. Fonte: https://tnonline.uol.com.br
Arcebispo de Cascavel se pronuncia após prisão de padre acusado de assédio sexual
Em sua fala, Dom José Mário expressou consternação e sofrimento diante da situação, ressaltando que a Igreja deseja que a verdade venha à tona.
O Arcebispo de Cascavel, Dom José Mário, realizou na manhã desta segunda-feira (25) um pronunciamento oficial em resposta à prisão de um padre cascavelense acusado de assédio sexual. O religioso, cujo nome não foi divulgado, já estava afastado de suas funções há alguns dias, desde que a Igreja Católica recebeu a denúncia e tomou conhecimento da investigação dos fatos.
Em sua fala, Dom José Mário expressou consternação e sofrimento diante da situação, ressaltando que a Igreja deseja que a verdade venha à tona. “Se o padre, de fato, cometeu delito, ele deve responder por isso”, afirmou. O arcebispo destacou ainda que, ao assumir a liderança em Cascavel, instituiu para todos os presbíteros um código de conduta, com orientações claras sobre o comportamento esperado dos padres.
Segundo Dom José Mário, a denúncia foi recebida formalmente pela Igreja, o que permitiu a adoção imediata dos procedimentos recomendados pelo direito canônico. O padre foi suspenso de suas atividades e um processo de investigação foi aberto. “Temos um prazo de 90 dias na diocese, depois encaminhamos para a Congregação da Doutrina da Fé, ou do Clero, em Roma, no Vaticano, onde eles farão o julgamento”, explicou o arcebispo. Ele acrescentou que, caso seja confirmada a prática de pedofilia, a decisão do Vaticano tem sido a demissão do estado clerical, o que implica o desligamento do padre de suas funções religiosas.
O arcebispo também comentou sobre as transferências de padres entre paróquias, explicando que se trata de uma prática comum na Igreja, visando o dinamismo e a renovação do trabalho pastoral. No caso específico, o padre investigado já estava há nove anos na mesma paróquia, ultrapassando o período considerado ideal, motivo pelo qual sua transferência já estava sendo avaliada pelo conselho dos presbíteros.
Dom José Mário enfatizou o compromisso da Igreja em apoiar possíveis vítimas de abuso, oferecendo auxílio para superar as dificuldades e curar as feridas. “É uma atitude positiva da igreja, de solidariedade, de ajuda e de compreensão e de acompanhamento destas pessoas”, declarou.
Ao final do pronunciamento, o arcebispo destacou que a Arquidiocese de Cascavel conta com 74 padres, ressaltando que a grande maioria é composta por homens justos e dedicados à missão religiosa. Ele pediu que a comunidade católica continue orando pela Igreja e por seus padres e reforçou a importância de denúncias formais em casos de conduta inadequada. “Se eventualmente tiver algum comportamento equivocado de qualquer um dos presbíteros ou diáconos, por favor, ofereçam-nos a denúncia e nós vamos acolher”, concluiu. Fonte: https://cgn.inf.br/noticia




