1) Oração

Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

2) Leitura do Evangelho (Mateus 17, 22-27)

22Quando estava reunido com os discípulos na Galileia, Jesus lhes disse: “O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens, 23e eles o matarão, mas no terceiro dia ressuscitará”. E os discípulos ficaram extremamente tristes.

24Quando chegaram a Cafarnaum, os que cobravam o imposto do templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: “O vosso mestre não paga o imposto do templo?” 25Pedro respondeu: “Paga, sim!” Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se e perguntou: “Simão, que te parece: os reis da terra cobram impostos ou tributos de quem, do próprio povo ou dos estranhos?” 26Ele respondeu: “Dos estranhos!” – “Logo os filhos estão isentos”, retrucou Jesus, 27“mas, para não escandalizar essa gente, vai até o lago, lança o anzol e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda valendo duas vezes o imposto; pega-a e entrega a eles por mim e por ti”.

 

3) Reflexão   Mateus 17,22-27

Os cinco versículos do evangelho de hoje falam de dois assuntos bem diferentes um do outro: 1) Trazem o segundo anúncio da paixão, morte e ressurreição de Jesus (Mt 17,22-23):  2) Informam sobre a conversa de Jesus com Pedro sobre o pagamento das taxas e impostos ao templo (Mt 17,24-27).

Mateus 17,22-23: O anúncio da morte e ressurreição de Jesus

O primeiro anúncio (Mt 16,21) havia provocado uma forte reação da parte de Pedro que não quis saber de sofrimento nem de cruz. Jesus tinha respondido com a mesma força: “Atrás der mim, satanás!” (Mt 16,23) Aqui, no segundo anúncio, a reação dos discípulos é mais branda, menos agressiva. O anúncio provoca tristeza. Parece que eles começam a compreender que a cruz faz parte do caminho. A proximidade da morte e do sofrimento pesa neles, gerando desânimo. Por mais que Jesus procurasse ajuda-los, a resistência de séculos contra a ideia de um messias crucificado era maior.

Mateus 17,24-25a: A pergunta dos fiscais do imposto a Pedro

Quando chegaram em Cafarnaum, os fiscais do imposto do Templo perguntaram a Pedro: "O mestre de vocês não paga o imposto do Templo?"  Pedro responde: “Paga sim!” Desde os tempos de Neemias, (Séc V aC), os judeus que tinham voltado do cativeiro da Babilônia, comprometeram-se solenemente em assembléia a pagar vários impostos e taxas para poder manter funcionando o culto no Templo e para cuidar da manutenção tanto do serviço sacerdotal como do prédio do Templo (Ne 10,33-40). Pelo que transparece na resposta de Pedro, Jesus pagava este imposto como, aliás, todos os judeus faziam.

Mateus 17,25b-26: A pergunta de Jesus a Pedro sobre o imposto

É curiosa a conversa entre Jesus e Pedro. Quando eles chegam em casa, Jesus pergunta: "O que é que você acha, Simão? De quem os reis da terra recebem taxas ou impostos: dos filhos ou dos estrangeiros?" Pedro respondeu: "Dos estrangeiros!" Então Jesus disse: "Isso quer dizer que os filhos não precisam pagar!” Provavelmente, aqui se reflete uma discussão entre os judeus cristãos anterior à destruição do Templo no ano 70. Eles se perguntavam se deviam ou não continuar a pagar o imposto do Templo, como faziam antes. Pela resposta de Jesus, eles descobrem que não há obrigação de pagar esse imposto: “Os filhos não precisam pagar”. Os filhos são os cristãos. Mas mesmo não havendo obrigação, a recomendação de Jesus é pagar para não provocar escândalo.

Mateus 17,27: A conclusão da conversa sobre o pagamento do imposto

Mais curiosa do que a conversa é a solução que Jesus dá à questão. Ele diz a Pedro: “Para não provocar escândalo, vá ao mar, e jogue o anzol. Na boca do primeiro peixe que você pegar, vai encontrar uma moeda de prata para pagar o imposto. Pegue-a, e pague por mim e por você". Milagre curioso! Tão curioso como aquele dos 2000 porcos que se precipitaram no mar (Mc 5,13). Qualquer que seja a interpretação deste fato miraculoso, esta maneira de solucionar o problema sugere que se trata de um assunto que não tem muita importância para Jesus.

 

4) Para um confronto pessoal

1) O sofrimento e a cruz abateram e entristeceram os discípulos. Isto já aconteceu na sua vida?

2) Como você entende o episódio da moeda encontrada na boca do peixe?

 

5) Oração final

 Nos céus, louvai o Senhor, louvai-o nas alturas do firmamento. Louvai-o, todos os seus anjos. Louvai-o, todos os seus exércitos. (Sl 148, 1-2)