Dom Roberto Francisco Ferreria Paz, Bispo Diocesano de Campos (RJ)
Celebramos junto a memória de Santa Luzia, Virgem e mártir, o dia de nossos irmãos cegos e dos que padecem doenças ou deficiências visuais. A eles nossa oração e solidariedade, unindo-nos a suas lutas pelo reconhecimento dos seus direitos.
Lembramos a vida de José Alvares de Azevedo, jovem cego que introduziu o sistema braille no Brasil em 1850, sendo sinal de um testemunho generoso e altruísta em favor de aqueles que como ele precisavam de ser integrados no aprendizado e na participação da cultura, superando as deficiências visuais. Mas Santa Luzia nos ajuda a viver e preparar o Natal, purificando nosso olhar, desembaçando-o de tantas luzes falsas ou traves que nos impedem ver a realidade com amor e esperança.
Ficamos como que aturdidos por uma propaganda mercantil que apela para o consumismo natalino. As pressões sociais de eventos de encerramento do ano, distraem nossa visão do verdadeiro foco. Com um coração puro e virginal é importante concentrar nosso olhar fixo em Cristo que vem para nos salvar.
Ele que é o verdadeiro e único presente como dom do Pai que é capaz de dar-nos a felicidade. Renunciemos como Santa Luzia as idolatrias que nos consomem e escravizam, para com Jesus tornar a nossa vida e história num presépio acolhedor, onde brilhe a luz da fé que transforma e liberta.
Que tenhamos a coragem de Santa Luzia de libertar-nos daquelas programações ou roteiros que outros querem impor para nossas vidas, aceitando com alegria o custo da opção radical por Cristo. Inspirados com o olhar límpido dos pastores ou a visão dos santos reis que desejavam encontrar o Messias e a sabedoria, possamos ver Jesus para adorá-lo e glorificá-lo, construindo com os pobres e os oprimidos um Novo Reino de justiça, paz e fraternidade, pois, como afirma Santo Irineu a Gloria de Deus é a vida plena da pessoa humana. Deus seja louvado! Fonte: http://www.cnbb.org.br