Eduardo Ferreira, de 10 anos, foi morto durante operação da polícia do RJ no Complexo do Alemão. A criança corria para receber o pai chegando do trabalho, quando foi atingida por um tiro de fuzil disparado por um policial. Eduardo morreu na porta de casa, diante de família e vizinhos.

Eduardo é mais um que entra numa estatística silenciosa: entre 2010 e 2016, o total de crianças e adolescentes assassinados no Brasil chegará a 37 mil [1], segundo a Unicef. A maioria negros que moram em bairros mais pobres. Para se ter uma ideia, na guerra da Síria, morreram 11 mil crianças e adolescentes [2], de 2011 a janeiro de 2014.

Em novembro de 2010, a PM com apoio das forças armadas invadiu o Alemão, matando dezenas de pessoas que seriam "suspeitas". A seguir, oito Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foram instaladas para fazer a gestão militar do território.

Para grupos de direitos humanos, coletivos da comunidade e especialistas em segurança pública, o projeto das UPP fracassou [3] [4] [5]. Além de endemicamente corruptas e arbitrárias, as UPPs no Rio se misturam com a milícia e não resolvem nenhum problema dos moradores. Fonte:http://www.ihu.unisinos.br