Prefeito de SP exaltou combate à 'ideologia de gênero'; pároco é investigado por suposta participação em plano golpista pró-Bolsonaro

 

Guilherme Seto

SÃO PAULO

Prefeito de São PauloRicardo Nunes (MDB) apresentou em 2016, como vereador, uma homenagem ao padre José Eduardo de Oliveira, que nesta quinta-feira (8) foi alvo de operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o pároco é citado como membro do núcleo jurídico da trama, que supostamente auxiliava na elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária.

Segundo a PF, o padre possui um site "no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigados em inquéritos correlacionados a produção e divulgação de notícias falsas".

Em 2016, Nunes justificou a concessão da salva de prata, maior honraria da Câmara Municipal de São Paulo, pela atuação do padre contra o que chama de "ideologia de gênero". O termo foi cunhado por setores conservadores da Igreja Católica nos anos 1990 e é utilizado em contraposição a discussões sobre identidade de gênero, diversidade e orientação sexual.

Nas redes sociais, o emedebista escreveu que a homenagem se deu pelo "excelente trabalho que desenvolveram junto ao Plano Nacional e Municipal da Educação, valorizando a família contra a ideologia de gênero".

A homenagem promovida por Nunes foi alvo de protesto de militantes LGBTQIA+ na Câmara.

Candidato à reeleição, o emedebista conta com o apoio de Bolsonaro, que viu a pré-candidatura de seu aliado Ricardo Salles (PL-SP) naufragar. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br