Defesa quer fazer apuração paralela de eleição, mas não há qualquer acordo sobre isso

 

Por Míriam Leitão

O TSE vai soltar uma nota esclarecendo o diálogo com os militares. A informação que eu consegui apurar é que não há decisão sobre os militares enviando QR Code de boletins de urnas para o Comando de Defesa Cibernética do Exército, fazendo essa apuração paralela.

– O Ministério da Defesa não terá qualquer acesso diferenciado às urnas

O que foi conversado naquela reunião em agosto é que as áreas técnicas da Defesa e do tribunal iriam desenvolver uma proposta de viabilidade dessa apuração que os militares querem fazer, para se decidir se seria possível.

A manchete da Folha de S. Paulo é de que os técnicos do Exército disseram que têm projeto para fazer essa conferência paralela, em que não usarão o sistema das informações das urnas disponíveis na internet, como costumeiramente qualquer pessoa pode fazer, mas sim o acesso direto em algumas das urnas. O jornal diz que fontes militares disseram que isso será feito em 385 urnas. Isso é negado pelo TSE.

(Atualização: O TSE divulgou nota no meio da manhã confirmando o que eu escrevi acima: que não houve nenhuma alteração nem qualquer acordo com as Forças Armadas para permitir acesso diferenciado real aos dados enviados para a totalização do pleito eleitoral pelos TREs, cuja realização é competência constitucional da Justiça Eleitoral)

 

Veja a íntegra da nota:

"O Tribunal Superior Eleitoral informa, em relação à apuração das eleições 2022, que não houve nenhuma alteração do que definido no primeiro semestre, nem qualquer acordo com as Forças Armadas ou entidades fiscalizadoras para permitir acesso diferenciado em tempo real aos dados enviados para a totalização do pleito eleitoral pelos TREs, cuja realização é competência constitucional da Justiça Eleitoral.

O TSE reitera informação amplamente divulgada em junho passado (https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2022/Junho/nota-de-esclarecimento-contagem-simultanea-de-votos-ja-e-possivel) sobre a contagem de votos, a partir da somatória dos BUs, ser possível há várias eleições e que para o pleito deste ano, foi implementada a novidade de publicação dos boletins de urnas pela rede mundial de computadores, após o encerramento da votação para acesso amplo e irrestrito de todas as entidades fiscalizadoras e do público em geral.

Independentemente dessa possibilidade, como ocorre há diversas eleições, qualquer interessado poderá ir às seções eleitorais e somar livremente os BUs de uma, de dez, de trezentas ou de todas as urnas." Fonte: https://oglobo.globo.com