Luis Miranda diz que irmão servidor teve acesso bloqueado a sistema do Ministério da Saúde

Irmãos participaram da CPI da Covid para falar sobre suspeitas envolvendo compra da vacina indiana Covaxin

 

Os irmãos Luis Ricardo Miranda e Luis Miranda participam ds CPI da Covid Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo/25-06-2021

 

O Globo

BRASÍLIA — O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou neste domingo que o seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, teve bloqueado o seu acesso a um sistema interno da pasta. Ricardo denunciou suspeitas envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin.

O parlamentar publicou o registro de uma conversa com seu irmão, na qual ele mostra uma foto do Sistema Eletrônico de Informação (SEI) do Ministério da Saúde com a mensagem "Usuário não possui permissões nesse sistema". "Me bloqueadaram no SEI", disse Luis Ricardo ao irmão, que respondeu que isso é "ilegal".

O Ministério da Saúde foi procurado para comentar, mas ainda não retornou.

Na sexta-feira, os dois irmãos foram ouvidos na CPI da Covid para falar sobre as suspeitas envolvendo a Covaxin. Os dois relataram que levaram as informações para o presidente Jair Bolsonaro em março e que, ao ouvir sobre o caso, Bolsonaro citou o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).

"Aos defensores de bandidos, meu irmão acaba de descobrir que bloquearam ele do sistema do @minsaude, vale ressaltar que ele é funcionário de carreira! Isso é ilegal, perseguição e só comprova que eles tem muito para esconder...", escreveu Miranda em sua conta no Twitter.

Como o GLOBO mostrou, um dos documentos apresentado por Luis Ricardo para embasar as suspeitas, que teve sua autenticidade contestada pelo Palácio do Planalto, está disponível no SEI do Ministério da Saúde.

O MPF identificou indícios de crime na compra feita pelo Ministério da Saúde de 20 milhões de doses da Covaxin e vai investigar o caso também na esfera criminal — até então, ele vinha sendo apurado em um inquérito na área cível. A dose da vacina negociada pelo governo é a mais cara entre todas as que foram contratadas pelo Ministério da Saúde, e o processo de aquisição do imunizante foi o mais célere de todos. Fonte: https://oglobo.globo.com