Frei Petrônio de Miranda, Carmelita e Jornalista/RJ.
Ele estava do meu lado quando nasci. Eu aprendi a dar os primeiros passos com ele.
O seu olhar carinhoso estava sempre me vigiando. O olhar não era para punir, castigar ou criticar. Ele estava lá para guiar uma caminhada inocente.
Na adolescência tive os primeiros fracassos. Ele não me deixou em nenhum momento. Ao contrário, ele estava sempre me aconselhando.
Eu fui ingrato quando ele fechou as primeiras portas. Eu não compreendia e insistia em meus projetos, mas ele não me castigou ou esqueceu a minha companhia.
Os anos se passaram. Eu tive que trabalhar e ganhar a vida. Eu precisava botar o pé na tábua e ir à luta.
Ele foi sempre presente nesta aventura. Eu usei o primeiro salário para irmos festejar. Rimos das conquistas e choramos juntos.
Os dias se passaram e finalmente chegou à manhã fatal. Eu ouvia vozes, choro e correria!
Eu estava na janela do meu quarto quando fui avisado sobre a morte dos meus pais.
Alguns perguntavam como eu conseguia ter calma diante da dor de perder alguém.
Eu não tive como negar nesta hora. Olhei ao horizonte e falei... O tempo foi a minha primeira escola e a melhor companhia.
Eu aprendi a ser gente, crescer, construir uma história e ser feliz com ele.
O tempo, este sim, foi o meu melhor amigo!




