Frei Petrônio de Miranda, O. Carm

Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 18 de julho-2020.

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Depois de passar séculos e séculos esperando a conversão dos pecadores, Deus resolveu dá um basta nos mentirosos, falsos, corruptos, bandidos, assassinos, vaidosos, consumistas e fanáticos.

Chegando em Assis, Itália, se deparou com Francisco, jovem este vaidoso, beberão e mulherengo. Ele – o Todo Poderoso e Onipotente – não teve meia conversa, mandou o jovem Francisco para as cucuias. Chega! Disse Deus, não aguento mais este Chico fazendo bobagens e cometendo erros às 24 horas! Pronto, em questão de segundos, o Senhor das Batalhas pôs-fim na vida sem vida do conquistador dos corações das jovens de Assis.

Resolvido este caso, Deus viajou para Tagaste, região do continente africano. Lá, se deparou com outro depravado que, dias após dias, só dava desgosto para a sua mãe, Mônica. Refiro-me a Agostinho, um jovem metido a intelectual e depravado da época. Com ele não teve muita conversa, porque foram anos de oração da sua querida mãe e ele nem sequer agradecia. Bem... Diante da vida desenfreada, Deus apenas olhou para a Agostinho e mandou ele, dessa para melhor. Foi o fim!

Saindo da África, o Onipotente resolveu passar em Roma. Lá, se deparou com Calisto. Este homem do século 2 vivia embolsando o dinheiro das doações de fiéis, sem falar que era muito encrenqueiro, fofoqueiro, mal humorado e sonegador de impostos. Diante destas falhas humanas que leva o ser o humano ao abismo, o Senhor dos Exércitos tirou este verme da face da terra imediatamente!

Também em Roma, o Deus Altíssimo ouviu falar de um jovem problemático, Camilo de Lellis. Na infância foi uma criança irritadiça e problemática, quando jovem tornou militar, mas por conta de seu caráter agressivo acabou sendo expulso do exército. Logo depois- depressivo e revoltado- este jovem se tornou mercenário, viciado em jogos, drogas e todo tipo de profanidade. Sabendo desse histórico, o Senhor das batalhas não pensou duas vezes e deletou a vida deste estrupício. “Perdi a paciência! Será Benedito”! Disse Javé.

Ainda quando estava na capital italiana, Deus ouviu falar em um tal de Dimas. Dizem que era o ladrão mais famoso de Jerusalém. Além de roubar, matar e se prostituir, também usava da religião- através dos sacerdotes- para se beneficiar da venda das doações no templo. Óbvio que Senhor da Paz não via futuro naquela maldita alma. Resumindo a história, acabou com a infrutífera vida apenas um estalar de dedos.

É meu caro... Já pensou se a paciência de Deus estivesse no limite diante de tais vidas? É possível pensar no movimento ecológico sem o pai da ecologia, São Francisco de Assis? É possível falar na Igreja hoje sem citar o exemplo de simplicidade do Papa Francisco- nome este inspirado no jovem de Assis? É possível falar das grandes reflexões teológicas sem citar o grande teólogo, Santo Agostinho? É possível olhar para a caridade da nossa Igreja sem citar São Camilo de Lellis, enquanto exemplo de amor aos doentes?...

Imagina se Deus perdesse a paciência diante dos nossos erros, das nossas falhas e limitações? E o que dizer dos políticos corruptos que estão desviando o dinheiro do combate ao covid-19? E o que dizer dos empresários que, graças ao coronavírus, estão lucrando milhões com super faturamentos em equipamentos e medicamentos? Sim, meu caro, sim minha cara, ainda bem que temos um Deus amigo, irmão, pai, paciente e compassivo diante das nossas infinitas teimosias, erros, e limitações diárias. E tenho dito!