Apontamentos espirituais do Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.

Terça, 4 de fevereiro-2020.  Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. www.olharjornalistico.com.br

 

Na manhã desta terça-feira, aqui estou no meu quarto preparando a homilia para celebrar duas Missas aqui no Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. Hoje me deparo com o Evangelho de Marcos 5, 21-43. Nesta passagem, temos dois milagres de Jesus em favor de duas mulheres.  O primeiro, jesus vai intervir a favor de uma senhora com hemorragia que já durava mais doze anos! Tocar nesta mulher era ficar impuro. Já o outro milagre foi a favor de uma menina que tinha doze anos e que acabava de falecer.

Segundo o confrade, Frei Carlos Mesters, O. Carm,. “A mentalidade da época era que qualquer pessoa que tocasse em sangue ou em cadáver era considerada impura. Sangue e morte eram fatores de exclusão! Por isso, aquelas duas mulheres eram pessoas marginalizadas, excluídas da participação na comunidade”.

Aqui está a chave para os MILAGRES realizados por Jesus Cristo e os “MILAGRES” realizados nos movimentos pentecostais hoje. Sim, porque às vezes fica até difícil saber se determinada Tv é Católica ou Evangélica diante da onda de milagres diários em vários programas.

Para Jesus, o milagre era a porta de entrada para a pessoa passar da exclusão para a vida. Vejamos: “Levanta-te, apanha o teu leito e anda.” (João 5:8); e ainda; “Levanta-te e vem meio” (Lc 6: 6-11). Aqui são apenas duas passagens que comprovam esta afirmação.

Em outras palavras, todo milagre verdadeiro tira a pessoa da marginalidade e da exclusão e restabelece a sua dignidade enquanto ser humano. Portanto, milagre não é mágica, Ibope, Show Bis ou rentabilidade econômica para o templo, milagre é conversão e inclusão social. E tenho dito!