Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista.

Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 29 de dezembro-2018.

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Ei, você que evangeliza na Pastoral do Batismo...

E se chegar na sua pastoral um casal gay querendo batizar os seus filhos (as)? Você está preparado para esta nova realidade? Ou melhor, o padre da sua paróquia está preparado?  

 

Ei, você da Pastoral da Juventude...

E se aparecer aí no seu grupo um jovem tatuado, tipo “fora dos padrões paroquiais" querendo caminhar na comunidade. Você e os seus irmãos estão preparados para acolher esta nova realidade?

 

Ei, você do grupo de adoração, renovação carismática ou um outro movimento “cheio do Espírito Santo”...

E se aparecer um travesti para caminhar no teu movimento, você, os seus irmãos e o seu padre está preparado para acolher este “novo rosto” no seio da sua comunidade?

 

Ei, você do grupo terço dos homens, grupo da Mãe Rainha ou cursilho de cristandade

E se aparecer um pai ex-drogado, ex-prisioneiro ou um ex-traficante, será que a sua comunidade-paroquia vai abrir as portas para esta realidade das grandes metrópoles?

 

Ei, você do Apostolado da Oração, Legião de Maria, Ordem Terceira do Carmo, de São Francisco ou de São Domingos...

E se aparecer uma mãe com o coração partido pós-divórcio a procura de uma palavra amiga e de uma família religiosa para ser acolhida, qual será a sua atitude? Você acha que esta irmã na fé vai encontrar espaço e apoio para caminhar na sua comunidade?

 

Ei, você “igrejeiro” e “misseiro”...

E se o seu filho (a) confessar que é gay? E se a sua irmã- piedosa e caridosa- da comunidade depois de 36 anos resolver pedir o divórcio? Qual será a sua reação? Você vai acolher ou, em nome da Sagrada Família de Nazaré vai jogar pedras e crucificar esta pobre alma?

 

Ei... Ei... e Ei... 

São interrogações e mais interrogações que não se resolve com palavras, doutrinas, tradições ou imposições, mas com amor, humildade, abertura e diálogo a exemplo da exortação apostólica do Papa Francisco- Amoris Laetitia- uma tentativa para responder a realidade e os desafios das famílias. E tenho dito!