Beato Frei Tito Brandsma, Camelita, Jornalista e Mártir da 2ª Guerra Mundial.
É de notar que, já no primeiro século da sua existência no Ocidente, a Ordem possui uma vida mística claramente delineada e própria, como tivemos ocasião de explicar. Deste modo o Carmo assume uma posição peculiar na Igreja. Talvez esta graça especial, que a Ordem recebeu para a sua vida mística, seja uma afirmação da sua vocação. Pertence ao Carmelo o privilégio de honrar como modelo e exemplo o grande Profeta do Antigo Testamento e de considerar a vida de Elias como o paradigma da vida que se pratica na escola do Carmelo. Por este modelo a Ordem plasmou a sua escola que descobre na contemplação o ideal mais sublime. "Todos nós que trazemos o sagrado hábito do Carmo somos chamados à oração e contemplação e descendemos da casta daqueles nossos santos Padres do Monte Carmelo que em tão grande soledade e com tanto desprezo do mundo buscaram este tesouro, esta pérola preciosa de que falamos. Todavia, assim digo eu, poucos de entre nós nos dispomos para que o Senhor no-la faça encontrar" (Castelo Interior, Quinta Morada, c. 1).
A Mãe dos Espirituais e o Doutor Místico, Santa Teresa e São João da Cruz, são, nesta escola, os grandes mestres da vida espiritual, exemplos luminosos e os mais conhecidos do misticismo carmelitano. Afora estas grandes e eminentes figuras, porém, a Ordem produziu tão numerosos escritores místicos, tanto homens como mulheres, que ocupa um dos primeiros lugares entre os autores e mestres da vida espiritual. Pela história do antigo Carmelo sabemos que desde o início se manifestou esta vocação especial para a vida mística e já era o seu ideal constate muito antes da reforma de Santa Teresa e de São João da Cruz, que conferiram tão grande relevo à contemplação.
*DO LIVRO: A BELEZA DO CARMELO- O SANTO PROFETA ELIAS.