“Regra e Ressurreição”, um assunto intrigante que pode ser analisada de várias maneiras. Neste momento, porém,  não vamos abordar o assunto do ponto de vista científica ou histórica mas vamos à procura de elementos que esclarecem se a espiritualidade da Regra tem que ver algo com a Ressurreição de Jesus e com a Liturgia ressurreccional da Ordem.

Como era de esperar, na Regra de Santo Alberto não há regras que prescrevem pormenorizadamente a maneira como devemos celebrar a nossa liturgia nem há alusões concretas à Ressurreição de Jesus.

Mesmo assim, há certas passagens que falam da oração litúrgica (11, 14), da frequência da mesma (11, 14), do Ano Litúrgico (11, 16), do lugar onde a oração litúrgica se deve realizar (14). Há outros aspectos na Regra que se referem, por exemplo, ao Domingo como dia semanal da Comemoração da Ressurreição em que os irmãos devem tratar da observância da vida comum e do bem espiritual das pessoas (15).

Como a Ressurreição é por definição escatológica, vamos prestar também atenção aos vários aspectos escatológicos que se encontram espalhados na Regra.

1- Referências litúrgicas

A recitação dos salmos ou um número equivalente de Pai Nossos (11).

Na Regra Primitiva não havia prescrições que obrigassem os irmãos a recitar salmos ou Pai Nossos em conjunto. É mais provável que Santo Alberto prescreveu a recitação dos Salmos in deputatis cellulis ou seja privadamente e na solidão. Inocêncio IV prescreve a recitação em comum das horas canônicas para todos os irmãos (clérigos ou leigos) exceptuando-se aqueles que não sabiam ler ou que não eram capazes de rezar as horas canônicas. São esses que deviam rezar o número prescrito de Pai Nossos. Nota-se aqui a transição da oração privada na solidão para a oração litúrgica em comum, ou seja o Ofício Divino. E isso apenas uns 40 anos depois da data em que Santo Alberto deu a Regra.

2-A recitação dos salmos e das horas canônicas deve ser feita de acordo com os legítimos costumes da Igreja. (11)

Antigamente pensavam que “os legítimos costumes da Igreja” estavam relatados aos costumes da Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém e que com estas palavras o Rito do Santo Sepulto era imposto à Ordem. No entanto, é mais provável que a Regra se referia aqui aos legítimos costumes da Igreja Universal.

*A REGRA E A RESSURREIÇÃO. INTERCAB. 23 A 31 DE JULHO DE 2005- RIO DE JANEIRO.