O Papa Francisco saiu do Vaticano e venerou a Salus populi Romani na Basílica de Santa Maria Maior. Depois, na Igreja de São Marcelo na Via del Corso, rezou diante do crucifixo que salvou Roma da peste.

 

Vatican News

Na tarde deste domingo, pouco antes das 16h locais, o Papa Francisco saiu do Vaticano e foi até a Basílica de Santa Maria Maior para rezar diante do ícone de Nossa Senhora Salus populi Romani (protetora do povo romano).

Depois, percorrendo a pé um trecho da "Via del Corso" - no centro de Roma - foi até a Igreja de São Marcelo, onde se encontra o Crucifixo milagroso que, em 1522, foi levado em procissão pelos bairros da cidade para que acabasse a "Grande Peste".

Com a sua oração, afirma o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, o "Santo Padre invocou o fim da pandemia que atinge a Itália e o mundo, implorou a cura para os muitos doentes, recordou as inúmeras vítimas desses dias e pediu que seus familiares e amigos encontrem consolação e conforto. A sua intenção se dirigiu também aos agentes de saúde, aos médicos, aos enfermeiros e àqueles que, com o seu trabalho, garantem o funcionamento da sociedade".

 

Devoção

A devoção especial do Pontífice pela Salus populi Romani é conhecida: Francisco reza diante do ícone não somente por ocasião das grandes festas marianas, mas também antes e depois de uma viagem internacional. Em 593, o Papa Gregório I a levou em procissão para pedir o fim da peste e, em 1837, Gregório XVI a invocou para cessar uma epidemia de cólera.

Levando em consideração a pandemia atual, é muito significativa a segunda etapa deste domingo do Papa Francisco. Segundo estudiosos, a igreja de São Marcelo preserva um crucifixo em madeira que remonta ao século XV, considerado o mais realístico de Roma, que sobreviveu a um incêndio e salvou a cidade da peste. Este mesmo crucifixo, abraçado por São João Paulo II, marcou a Jornada do Perdão durante o Grande Jubileu do Ano 2000. Fonte: https://www.vaticannews.va

Luciano Borges, que atua há 13 anos na favela, fala sobre os impactos da morte de jovens sobre a comunidade e a sensação de insegurança entre os moradores. A reportagem é de Arthur Stabile e Pedro Ribeiro Nogueira, publicada por Ponte, 09-03-2020.

Nascido no Rio de Janeiro, o padre Luciano Borges Basílio, 45 anos, atua há 13 anos como pároco da Paróquia São José, que fica localizada em Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo. “Em Paraisópolis tudo é muito”, afirma, referindo-se tanto ao tamanho dos problemas quanto à grandiosidade de seus moradores: “Esta comunidade, formada 99% por nordestinos, tem uma acolhida espetacular”.

Desde 1º de dezembro, o rebanho que o padre Luciano conduz passou a conviver com um de seus momentos mais difíceis, com o massacre de 9 jovens ocorrido após a ação da PM no baile funk da DZ7, em 1º de dezembro, e o sequestro e assassinato de três jovens por desconhecidos, em 6 de fevereiro.

A resposta natural da população, explicou o padre, é o medo. “A sensação é de insegurança. Medo talvez seja a palavra que mais bem define Paraisópolis”, resumiu o religioso, que cobra mais participação do poder público nos becos e vielas nos quais propaga sua fé.

De acordo com Luciano, o poder público tem sido omisso mesmo depois das mortes. “Muito falou-se desde o massacre e, até agora, pouco se fez”, criticou. Segundo ele, até mesmo a PM deixou Paraisópolis, atua só no entorno, o que “gera distanciamento e não a relação de confiança”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Dysmas de Lassus recebeu La Vie em seu mosteiro da Grande Cartuxa, no momento em que publica um livro, fruto de suas reflexões sobre os abusos em comunidades religiosas. A entrevista é de Sophie Lebrun, publicada por La Vie, 26-02-2020. A tradução é de André Langer.

Este ano, não caiu neve. Dificilmente pode ser encontrada em lugares ao redor das falésias do Grand Som, que se lançam em direção ao céu, erguendo-se a 2.026 metros. Aos seus pés, os vários edifícios do mosteiro da Grande Cartuxa, paredes brancas que sustentam telhados cinzentos, estendem-se em um canto do vale. Apesar das muitas placas indicando “Área de silêncio”, inscritos acima do desenho sumário de um monge, os golpes de martelo em barras de ferro ecoam de uma parede rochosa a outra. “Estamos em um prédio classificado como monumento histórico; sempre há trabalho”, explica Dysmas de Lassus, prior-geral da Ordem dos Cartuxos, que nos recebe em frente ao grande portal vermelho de seu mosteiro.

Fato excepcional, o homem de túnica branca e sobrancelhas espessas nos leva além da inscrição gravada em preto em uma placa de madeira “O mosteiro está fechado para visitas”. Nós entramos na Grande Cartuxa. Uma vez transposta a pesada porta de madeira com uma fechadura impressionante – “Ela também é classificada como um monumento histórico”, diz o prior, divertido –, devemos parar. Na nossa frente, um jardim com caminhos de cascalho cercados por sebes, que leva a um enorme edifício de quatro andares.
Em algumas famílias da região, ainda se fala das visitas pelos longos corredores abandonados repletos de mistérios, quando, na primeira parte do século XX, os irmãos estavam exilados na Itália após serem expulsos pelo Estado francês. Não vamos além de quatro dobradiças enferrujadas, gravadas em pedra. “Aqui começa a clausura”, desculpa-se dom Dysmas, ainda mais triste pelo fato de uma mulher não poder atravessá-la, quando um homem teria uma chance...

Teremos que nos contentar com as palavras excepcionais desse religioso normalmente dedicado a uma vida de solidão e de silêncio. Sentado nas poltronas de uma bela sala de estar, sob o olhar de São Bruno, fundador do local e da Ordem dos Cartuxos, Michel de Lassus, que escolheu o nome do Bom Ladrão do Evangelho como nome de religião, confia-se longamente à La Vie, por ocasião do lançamento do seu livro, Risques et dérives de la vie religieuse (Cerf).

 

Eis a entrevista.

 

Por que você toma a palavra hoje?



Não decidi falar, nem escrever sobre os abusos da vida religiosa: isso se impôs a mim. Depois de me tornar prior da Grande Cartuxa em 2014, tive um intercâmbio epistolar que me levou a encontrar uma mulher em perigo; fiquei comovido com o seu testemunho. Eu li as cartas de outras pessoas, e novas vítimas me pediram entrevistas. Em nossa regra, especifica-se que não fazemos direção espiritual: não foi isso que eu fiz, mas posso ter sido uma pessoa que se dispôs a escutar aquelas – principalmente religiosas ou irmãs mais idosas – que não encontraram um ouvido atento. Diante da coerência entre os relatos de abusos em comunidades muito diferentes, fui percebendo aos poucos que estávamos enfrentando um problema sério.

 

Estamos, portanto, diante de uma situação histórica?

A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica indica que, em 2018, 3,8% dos institutos em todo o mundo foram objeto de uma visita apostólica e, portanto, apresentam alguma preocupação. É, ao mesmo tempo, pouco... e muito; se não é preciso dizer que tudo está indo mal, segue sendo um número anormalmente alto. Os abusos espirituais não são novos – são humanos e sempre existiram –, mas não vejo que sejam tantos como os que estamos vivendo hoje.

Atualmente, há a descoberta de um lado totalitário nos fenômenos com os quais somos confrontados. Abordamos muito a questão dos abusos sexuais de menores – é uma bênção que saímos do silêncio sobre esse assunto –, a tal ponto que, nesse sentido, acho que podemos nos orgulhar da Igreja na França e da maneira como ela reage. Eu não teria dito isso antes de 2019... O campo das violências sexuais contra pessoas adultas em um ambiente eclesial permanece menos conhecido. Quanto aos abusos espirituais, são pouco compreendidos e difíceis de compreender.

Minha reflexão somou-se à de outros líderes religiosos na França. Presidente da Conferência Monástica da França, o padre abade da abadia de Maylis, François You, organizou dois anos de estudos sobre os abusos em 2016 e 2017, tendo sido confrontado com o problema. No ano passado, ele propôs que a assembleia regular dos superiores monásticos fosse realizada na Grande Cartuxa para que eu pudesse participar. Não estávamos preparados para receber 40 pessoas ao mesmo tempo! Foi um momento de trocas importantes para uma tomada de consciência geral. Lembro-me das palavras introdutórias de François You: foram os superiores de comunidade que fabricaram situações de abusos, sem sempre ter más intenções. Todos nós podemos estar em risco com esse câncer, por isso é melhor saber do que se trata.

Quais são os sintomas desse “câncer”?

Esta doença é primeiramente tornada visível pelo estado daquelas e daqueles que saem da vida religiosa danificados e destruídos. Ouvi essa frase terrível deles: “Não sei mais quem eu sou”. É totalmente anormal! Existem altos e baixos na vida religiosa, como em toda parte; mas quando dizemos que não encontramos mais o sentido da vida, a urgência da situação deve saltar aos nossos olhos.

Tendo sido mestre de noviços durante 20 anos, deparei-me com um jovem religioso assaltado por pensamentos suicidas. Na mesma noite, enviei-o para a casa de um amigo para que não ficasse sozinho. Quando, atordoado pelo testemunho de uma mulher que acompanhava as irmãs que saíam de uma comunidade – todas, quase sem exceção, tiveram a ideia de pôr um fim às suas vidas –, transmiti as informações para os líderes da Igreja, que estimo em muitos aspectos, não houve nenhuma reação... O grau de anestesia é colossal!


Quais são as causas desta doença generalizada?

A mais fácil de identificar é uma estrutura piramidal construída em torno de um superior. Ele recebe todas as comunicações, limitando, ou mesmo impedindo, um diálogo aprofundado entre os membros da comunidade. O desvio se situa então no nível do controle. A isso se pode acrescentar a injunção à transparência, um terreno escorregadio que leva ao controle dos pensamentos. José Rodríguez Carballo, secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, destaca o risco de um instituto se considerar superior aos demais, insistindo no papel de “salvador da Igreja” que ele teria recebido.

Esses elementos podem existir em vários graus, e uma graduação devemos ter em mente. Mas quando entram no espírito das pessoas, não conseguem mais lutar, perdem gradualmente a consciência do que é a discrição – no sentido monástico do termo, ou seja, a capacidade de discernir, o poder de fazer uma escolha livre. Elas não sabem mais o que é uma interioridade realizada. Alguns lutam com isso; no entanto, se uma pessoa dentro de uma comunidade desviante pode perceber elementos intuitivamente, ela não pode se convencer a si mesma. Sozinhos, chegamos a pensar que estamos errados, que somos a fonte do problema, que entendemos mal; porque você não pode estar certo contra todos. Nós, então, abdicamos diante dos outros, diante da autoridade.

 

Na vida religiosa, a relação com a autoridade é importante. Como isso chega a ser uma alavanca de perigo?

A maneira de exercer a autoridade geralmente é uma história de transmissão. Como escoteiro jovem, depois oficial de reserva como chefe de seção nas montanhas durante o meu serviço militar, fui recebendo pontos de referência. Foi observando dom André, meu prior durante 20 anos, que me forjou nessa área. Os cartuxos têm nove séculos de tradição – é uma herança pesada, mas oferece uma estabilidade que garante uma grande segurança. Nas novas comunidades, é mais livre, mas não mais fácil. Frequentemente, a estrutura de controle é criada por medo de perder o poder, no nascimento do instituto. No entanto, quando o fundador ou fundadora a cria – não necessariamente por maldade –, a segunda geração a herda: ou a questiona ou a continua de forma idêntica, repetindo os erros do passado.

É difícil questionar sua herança…

Essa dificuldade está aninhada na passagem de uma aventura quase familiar das origens a uma estrutura maior. Eu venho de um ambiente marinho, e uma imagem expressa bem essa realidade: fazer windsurf e comandar um porta-aviões não são atividades realizadas da mesma maneira. Em um pequeno grupo, seguimos as ideias do fundador e tudo é discutido. Quando o grupo cresce, não podemos continuar assim. Os capítulos entre membros e as formações adaptadas a todos tornam-se indispensáveis; as opiniões divergentes são expressas, o movimento de todos torna-se mais lento. Isso permite que a autoridade permaneça suficientemente descentralizada e o espírito do instituto não se perca. A flexibilidade do início dá lugar a uma estrutura mais pesada que não é ruim em si mesma: um porta-aviões é mais pesado que uma prancha de windsurf, e não podemos fazer nada sobre isso! É certo que não é mais suficiente que o fundador ou seus sucessores estalem os dedos para que o conjunto se mova... mas é mais saudável. Todo poder deve requerer um contrapoder; a expressão de contrapesos e de resistências é um dos elementos de equilíbrio.

 

Na história da vida religiosa, os fundadores sempre tiveram um lugar de destaque?

O padre Jean-Marie Gueullette me disse que, para os dominicanos, de cuja ordem ele fez parte, São Domingos foi quem a iniciou. Ele não minimizou sua importância, mas não o apresentou como uma figura gigantesca. O fenômeno do superdimensionamento do fundador é, a meu ver, um reflexo moderno. No entanto, quando se tende a um culto da personalidade, o Espírito Santo tem grandes dificuldades em passar...

Como abordar a questão da obediência?

Há um problema em apreender a obediência na Igreja. Historicamente, passamos de um extremo ao outro sobre esse assunto. Com o Concílio Vaticano II, uma concepção excessivamente rígida da obediência foi questionada; todos concordamos em que a mudança era necessária. Entretanto, o medo de um excesso de regras levou à falta de regras, geralmente com a consequência de que a pessoa que tem mais influência se impõe. Isso, combinado com um desejo de vida no Espírito Santo, pode ter gerado a delegação a uma pessoa uma autoridade que ela não deveria ter.

Nos antigos institutos religiosos, sabemos que o voto de obediência é sempre feito em um contexto. Um beneditino promete obedecer ao seu abade... na medida em que ele se expressa nos limites da regra. Obedecer é um agir: ninguém pode impor um pensamento pela obediência. Isso parece simples, mas podemos ver hoje quantos deslizes em direção aos abusos ocorreram devido ao esquecimento desses fatos tão óbvios. O religioso que obedece sempre guarda uma inteligência e uma responsabilidade. Nenhuma injunção à unidade – muito culpabilizante – deve eliminar o discernimento próprio. Eu costumava dizer aos noviços que só se obedece se quiser. Isso é bastante óbvio em nossa ordem, porque vivemos em solidão. Ninguém monitora o que cada um faz na sua cela – e ninguém deveria. Na vida religiosa, prometemos obediência a Deus através de uma autoridade humana, um prior, um mestre de noviços. Este “através” é fundamental.

Quais são os remédios para os desvios na vida religiosa?

Penso que os desvios sectários ocorrem quando não procuramos mais formar as pessoas, mas corremos atrás de um modo de funcionamento unitário, plano. Ora, o centro da vida religiosa é ajudar seus membros a estar “nas profundezas de Deus”, antes de serem filhos da comunidade. Eles devem então sentir essa liberdade na comunidade, mesmo que não sejam independentes dela: liberdade de expressar suas discordâncias, liberdade de sair sem se ver professar todos os tipos de catástrofes se ainda não estiver comprometido.
O primeiro passo na cura é entender a doença que estamos enfrentando. Técnico por temperamento, penso que mostrar os mecanismos abre a porta para uma consciência do que não é “normal”. Depois, é preciso querer mudar. Os elementos de um desvio sectário se assemelham a uma teia de aranha, com pontos de cruzamento: remova um e o resto desmorona. Por exemplo, para mudar uma estrutura piramidal prejudicial, basta querer mudar, mesmo que as consequências de pequenas transformações nos modos de ação ancorados em uma comunidade e nas pessoas sejam assustadoras. Isso pode levar tempo. É preciso muito para se acostumar com a ideia de um padre agressor. Também é necessário muito para aceitar a ideia de que uma comunidade, mesmo reconhecida e bem estabelecida, possa abrigar abusos em seu interior.

Querer ouvir as vítimas já é uma brecha no sistema abusivo. Nas últimas comunicações do Papa Francisco sobre os abusos – a Carta ao Povo de Deus, a carta apostólica Vós sois a luz do mundo –, ouvi um verdadeiro apelo à libertação da palavra. E que, diante disso, todos nos sintamos envolvidos. É também por isso que meu livro faz parte de um verdadeiro serviço de Igreja.


Diante das revelações dos abusos envolvendo o Jean Vanier, como lidar com um sentimento de prostração?

Antes do meu livro tomar forma, eu já tinha alinhavado minhas reflexões em um texto que constitui minha primeira etapa para escrever sobre os desvios na vida religiosa. Ele circulou em comunidades cristãs e círculos religiosos. Um dia, recebi uma carta de uma superiora de uma antiga ordem me relatando tudo de bom que esse texto, dado em leitura às irmãs, havia produzido. O texto não tinha sido escrito para elas, mas essa superiora achou importante questionar as formadoras de sua província, mesmo que não estivessem em situação de desvio sectário. Afirmo que se tem a capacidade interna, na vida religiosa, de se questionar.

Também estamos vendo congregações duramente atingidas se transformando. Os Irmãos de São João estão fazendo um trabalho interessante a esse respeito: questionar seu fundador, no espaço de seis anos, continua sendo um grande passo adiante em pouco tempo – mesmo que a consideração das vítimas tenha sido bem mais longa. Mas olhe as Fraternidades de Jerusalém: ao final do relato de uma vítima do seu fundador, elas lançaram uma investigação e um pedido de testemunho. Isso teria sido impensável há alguns anos.

 

Este trabalho de escrita teve algum efeito sobre sua própria vida religiosa?

Admito que realmente teve um impacto na minha vida, nos últimos quatro anos, até porque eu não gosto de escrever! Depois, porque este assunto é doloroso. No entanto, sei qual é a vida dos cartuxos e constato, desde que sou prior, que não é mais aquela que eu levo. Estou constantemente em comunicação para garantir a governança da ordem.

Como é a vida de um cartuxo “normal”?

Se tudo correr bem, parece uma bela história de amor, como toda a vida religiosa! É a única coisa que pode justificar uma vida como a nossa; caso contrário, a solidão se torna isolamento. Eu costumava dizer que um cartuxo deveria ser – e às vezes é – o homem menos sozinho do mundo, porque nosso objetivo é estar sempre com Deus. O silêncio e a solidão são apenas os meios para chegar lá.

Esta vida, no entanto, não se parece com a imagem que as pessoas têm dela. Luto sem qualquer eficácia contra a ideia de que ficamos sem peso, quase suspensos “entre o céu e a terra”, como disse Robin Bruce Lockart em um de seus livros. Quando você está em uma comunidade, sente especialmente os pés na lama! Temos uma vida muito próxima da normalidade, com ciúmes, raivas, tempos de fraternidade, também discussões. Porque não somos nem eremitas nem completamente silenciosos.

 

Alguém que entra na cartuxa experimenta uma discrepância entre o ritmo da sociedade que ele está deixando e a sua vida?

A diferença entre o mundo e a nossa vida é colossal. Guardo em mim uma lembrança inesquecível do meu primeiro Natal na cartuxa, aos 21 anos: sou de uma família numerosa e, naquela noite, estava sempre muito cercado de pessoas. Aqui, não há nada antes do dia 26 de dezembro. Foi um choque. Aqueles que se juntam a nós hoje não têm problemas em ficar sem telefone, sem internet. A verdadeira dificuldade decorre da fragilidade das psicologias, que são encontradas com muito mais frequência do que antes. O engajamento “para sempre” não é mais adquirido na sociedade. Os perfis que encontramos enfrentam situações familiares fragmentadas, percursos pouco lineares. A questão da fidelidade até o fim da vida é muito mais complicada para eles entenderem. Nós reforçamos a formação inicial, porque eles trazem consigo um pouco do “bazar” deste mundo que nem sempre os estruturou bem. Mas alguns descobrem o coração da nossa vida.

É uma vida bonita, porque tudo o que a habita tem um sentido. Quantas pessoas hoje levam uma vida sem sentido? Depois, é um longo caminho, porque conosco, os cartuxos, o Senhor não tem pressa. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

“Pés Trocados”- Trabalho de conclusão de curso de Bacharelado em Comunicação Social com Habilitações em Jornalismo, Rádio, TV e Internet na Fapcom- Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação -  é um documentário que visa explorar a questão social e estética que visa explorar a questão social e estética da cirurgia de mudanças de sexo e troca do nome de registro no Brasil. Dramas comuns na vida das pessoas transexuais. Um Filme de José Petrônio, Charles Godini, Jhonny Rodrigues, Maria Bonfim e Michael Batista. São Paulo- 2013. Divulgação: Rio de Janeiro-2019.

ACREDITE SE QUISER!... Imagem de Nossa Senhora verte mel
(Reportagem do Olhar Jornalístico direto da Igreja do Carmo da Esplanada/SP no último dia 5 de maio/ 2019. 

HISTÓRICO DA IMAGEM

Feita de gesso, a imagem foi trazida de Fátima (Portugal) em 1991, para a cidade de Mirassol, São Paulo. (Diocese de São José do Rio Preto) No dia 13 de maio de 1993 começou a lacrimejar mel. Em cada região, seu corpo apresenta uma manifestação diferente. A imagem já foi tema de reportagem do Fantástico, na Rede Globo. Além de mel, dos olhos da Virgem Santíssima saem também azeite e sal. 
Cientistas de várias universidades brasileiras e americanas já estudaram a imagem para tentar encontrar uma explicação para o mel e azeite que a mesma verte, mas definiram o fenômeno como “sem explicação natural”. 
A Igreja Católica ainda não reconhece o acontecimento como milagre, mas o que se sabe, com depoimentos, é que muitos fiéis depositando seus pedidos aos pés da Santa, já conseguiram graças e bênçãos especiais. 
No dia 13 de maio de 1993 esta imagem “chorou” pela primeira vez somente lágrimas.
No dia 13 de maio de 1994 ela chorou sal.
No dia 22 de maio de 1994 ela chorou mel.
No dia 27 de maio de 1994 ela chorou azeite.
De 1994 até os dias de hoje, em cada lugar que passa seu corpo apresenta uma manifestação diferente: ora chorando lágrimas, mel, sal, azeite.
A imagem já foi tema de reportagem do Fantástico.
Cientistas de várias Universidades brasileiras e americanas já estudaram a imagem para tentar encontrar uma explicação para o mel, azeite, sal e lágrimas que a imagem verte, mas definiram como “sem explicação natural.
No ano de 2017 a Imagem Milagrosa foi enviada para ser restaurada numa empresa em São Paulo, que depois de muitas tentativas, por meses seguidos, não conseguiram pintá-la novamente por a mesma não cessou de verter mel ficando assim uma cor escura semelhante a cor da imagem da padroeira do Brasil Nossa Senhora Aparecida. O fato aconteceu exatamente no ano em que se celebrava o Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima e os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba.
São muitos os depoimentos de fiéis que, depositando seus pedidos aos pés da Imagem Milagrosa ou usando do mel que verte da mesma, já conseguiram graças, milagres e bênçãos especiais. Fontes: www.facebook.com/paroquiaasbhttp://regiaonoroeste.com

bênçãos especiais. Fontes: www.facebook.com/paroquiaasb; http://regiaonoroeste.com

“Vá se queixar ao Bispo de Bragança”

A influência e o poder do primeiro chefe da Diocese de Bragança

Poucas pessoas foram tão poderosas quanto ele na cidade de Bragança Paulista. Monarquista, conservador e defensor ferrenho da moral e dos bons costumes, Dom José Maurício da Rocha não pensava duas vezes antes de acionar as maiores autoridades do país em busca de preservar os seus interesses e os da Igreja.

A autoridade do primeiro de bispo de Bragança Paulista era algo sem comparação. Ninguém, nem mesmo o prefeito da cidade, ousava contrariar sua vontade.

A influência de Dom José Maurício era tanta que ultrapassou as fronteiras da Diocese. Bem relacionado, gozava de muito prestígio na vida política e social do país, a ponto de se atribuir a ele a origem do jargão: “Vá se queixar ao Bispo de Bragança”. Dizem que era isso que ouviam políticos e empresários quando não conseguiam algum objetivo junto às autoridades.

José Maurício da Rocha nasceu na cidade de Lagoa da Canoa (AL), em 18 de junho de 1885. De família tradicional, realizou seus primeiros estudos na sua terra natal e depois ingressou no Seminário de Olinda.

Foi ordenado sacerdote, em 29 de junho de 1908, na Catedral de Maceió, com dispensa, por ter apenas vinte e três anos de idade. Imediatamente, foi nomeado professor do Seminário Menor de Maceió, e secretário da Cúria Diocesana. Em 10 de maio de 1919, foi nomeado, pelo Papa Bento XV, bispo diocesano de Corumbá. Tomou posse em diocese isolada, com pouco patrimônio e poucos padres. Teve que fazer muitas viagens penosas pelo sertão, em lombo de burros, para realizar visitas às paróquias e comunidades. Permaneceu em Corumbá até 1927, quando foi transferido para a recém-criada Diocese de Bragança Paulista. Fez de sua posse um dos maiores eventos da história da cidade.

Além do rigor e da dedicação à formação dos padres, governou com visão empreendedora. Multiplicou em pouco tempo o patrimônio da diocese, transformando-a em uma das mais poderosas do Estado de São Paulo. Gostava de investir em imóveis e incentivava as doações dos fiéis.

Suas virtudes como administrador e intelectual (produziu diversos artigos, cartas pastorais, discursos e homilias inesquecíveis muito prestigiadas pela Igreja) entravam em contradição com seus ideais políticos. Era defensor incondicional da monarquia, embora tenha tido sempre boas relações com republicanos. Uma de suas grandes preocupações com a modernidade era a “dissolução dos costumes”.

Dom José permaneceu à frente da Diocese de Bragança por 40 anos. Morreu em 24 de novembro de 1969. Antes do enterro, corpo ficou exposto à visitação pública por dois dias. Bragança recebeu visitas pessoas de diversas partes do país e de autoridades como o Cardeal Agnelo Rossi, então arcebispo de São Paulo; Dom Humberto Mozzoni, então Núncio Apostólico no Brasil, o ex-presidente Jânio Quadros, o general Milton Tavares e o Ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e Silva. Fonte: http://braggente.blogspot.com

Frei Pedro Jansen, O. Carm. In Memoriam (*07/02/1938 + 22/06/2010)

O fato que vou narrar se deu há 30 anos. Data exata não sei mais. O lugar foi Governador Valadares, na estrada do seminário. A pancada jamais esqueci e a muita gente transmiti. Quer saber o que foi que aconteceu?

Na diocese as reuniões do bispo com os padres eram feitas no  seminário. Ficava na periferia da cidade a uns cinco quilômetros do centro. O encontro ocupou o dia todo e terminou no começo da noite. Para não enfrentar sozinho mais de 150 Km. em estrada de chão, para chegar em casa, resolvi dormir no seminário. No dia seguinte, bem cedo, entrei no carro e desci a rampa do seminário e entrei na estrada que vinha da roça para o centro. De imediato vi 3 figuras femininas: uma senhora com idade de vó, uma senhora de meia idade e uma jovem de uns 15 anos. Cada uma carregava uma cesta com produtos de horta, verduras e legumes. Hesitei, mas parei o carro e ofereci carona, caso fossem para o centro. Elas se entreolharam e olharam para mim e a vó decidiu: nós vamos aceitar.

A conversa mexeu nos assuntos corriqueiros de sol e chuva, das dificuldades da vida e das alegrias. Curioso, eu não pude deixar de perguntar de onde vinham e para onde iam. Outra vez a vó conduziu a conversa: tinha um sítio, traziam verduras para vender no mercado, porque com a filha viúva, a neta para criar, abandonada pelo marido, era isso o meio de sobreviver. Refleti sobre o que a vó tinha dito e arrisquei um palpite: “Vó, na falta de homem no sítio, porque a senhora não vende a terra, muda para a cidade. A filha poderá se empregar, a neta poderá estudar e a senhora cuida da casa.

Quando a vó ouviu a palavra vender ela se mexeu na poltrona, virou para mim e disse.

“Meu senhor, vosmecê não falou por mal, mas eu não posso vender a terra. A mulher que vive agora com meu marido, não ama “ele”. Quem amo meu marido sou eu. Ela aproveita dele, enquanto tiver algum recurso e saúde. No dia em que ele- meu marido- ficar doente, ela vai abandonar “ele”. E então, quando isto acontecer, sem a terra eu não vou poder cuidar dele. Porque, quem ama meu marido sou seu.”

É inútil dizer que eu esperava todas as respostas, menos a que eu acabava de ouvir. Foi como um pancada na cabeça.

Logo chegamos no ponto em que elas deviam descer do carro. Agradeceram a carona e me desejaram muita felicidade. Retribui os votos. Sozinho, tive que parar o carro para me recuperar da pancada que a vó me tinha dado. Eu, como padre e religioso, me senti pequeno, vencido. Agradeci a Deus aquele testemunho de fé e de amor.

Não sei se a vó precisou realizar o que o seu compromisso de fidelidade lhe inspirava. Sei que nunca ouvi história semelhante. pude conta-la apropriadamente muitas vezes, no decorrer da minha vida e nos diversos lugares em que cheguei a morar.

Para a Semana da Família seria uma bênção se tivesse uma centena de vós deste tipo, dando pancada por aí.

Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para outro. Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro: Companheiro, você entende de leis?  Não – Responde o barqueiro. E o advogado compadecido: É pena, você perdeu metade da vida! A Professora muito social entra na conversa: Seu barqueiro sabe ler e escrever? Também não – Responde o remador. Que pena! – Condói-se a mestra! – Você perdeu metade da vida!  Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco. O canoeiro preocupado, pergunta: Vocês sabem nadar? Não! – Respondem eles rapidamente. Então é uma pena – Concluiu o barqueiro – Vocês perderam toda a sua vida!”

MORAL DA HISTÓRIA...

O que você acha que nos ensina esta história?...

de: “A flecha de fogo” de Nicolau “Gallus” (ano 1270 )

Na cela nos é mostrado o tesouro inestimável, e incomparável de contemplação cheia de perfume, de maneira que, desprezadas totalmente as cousas caducas da terra, a nossa alma se consome inteiramente no desejo fervente da contemplação; ... na cela recebemos as verdadeiras delicias do paraíso que de tal modo deleitam e restauram o nosso homem interior, que o seu desejo ao mesmo tempo aumenta a nossa sede e é saturado.

De um manuscrito medieval

 

Um padre deve ser, ao mesmo tempo,

pequeno e grande,

de espírito nobre, como de sangue real,

simples e espontâneo como um colono,

um herói no domínio de si,

um homem que lutou com Deus,

uma fonte de santificação,

um pecador que Deus perdoou,

senhor de seus desejos,

um servidor humilde para os tímidos e fracos,

que não se rebaixa diante dos poderosos,

mas se curva diante dos pobres, discípulos de seu senhor,

chefe de rebanho,

um mendigo de mãos largamente abertas,

um portador de inumeráveis dons,

um homem no campo de batalha,

uma mãe para confortar os doentes,

com a sabedoria da idade e a confiança de um menino,

voltado para o alto, os pés na terra,

feito para a alegria, experimentado no sofrimento,

longe de toda a inveja, que vê longe,

que fala com franqueza,

um  inimigo da preguiça, sempre fiel,

tão diferente de mim

Na nona reflexão proposta ao Papa Francisco e à Cúria romana, o padre Tolentino recordou que as periferias “não são somente lugares físicos, são também pontos internos da nossa existência, são lugares da alma que têm necessidade de serem pastoreados”.

Cidade do Vaticano

A periferia está no DNA do cristão e é um horizonte no qual a Igreja deve redescobrir-se. Com estas palavras o padre José Tolentino Mendonça iniciou sua reflexão na tarde desta quinta-feira. “Onde está o meu irmão?”. A partir desta pergunta de Deus contida no Livro de Gênesis, nasce a nona reflexão dos Exercícios Espirituais ao Papa e à Cúria, dedicada ao tema “escutar a sede das periferias”.

O convite do sacerdote português é o de “olhar com olhos bem abertos a realidade do mundo ao nosso redor” e de procurar o nosso irmão entre os pobres e os últimos do mundo, não separando a “sede espiritual” da “sede literal”.

“ Um dos critérios para entender o que é “centro” e o que é “periferia” no mundo, é de fato o acesso à água, direito inalienável da pessoa. ”

Como já afirmado na Laudato Si e reiterado pelos dados das organizações internacionais, três pessoas em cada dez, ou seja, cerca de 2 bilhões de seres humanos, não têm a possibilidade de desfrutar de água potável.

Uma multidão literalmente sedenta, diante da qual se “torna urgente adotar uma autêntica conversão de estilos de vida e do coração”, “que vá em direção contrária à cultura do descarte e da desigualdade social”. Enquanto os países ricos desperdiçam os seus recursos, de fato, “os outros vivem no suplício”.

Jesus “homem periférico”

Neste contexto, “a Igreja não deve ter medo de ser profética e de colocar o dedo na chaga” e não pode que não confrontar-se com as periferias do mundo. “Um discípulo de Jesus deve saber disto com convicção”, antes de tudo porque “o próprio Jesus é um homem de periferia”.

Não era cidadão romano, nem fazia parte da elite judaica, nasceu na periferia da Judeia, por sua vez periferia de Israel e do Império. E se dirige às periferias, dando dignidade aos doentes, oprimidos, pobres, estrangeiros e pecadores:

“ A periferia está no DNA do cristão, o aproxima de seu contexto originário, mas também ao seu programa. É uma chave indispensável para a sua hermenêutica espiritual e existencial. Em todas as épocas permanecerá, para a experiência cristã, o lugar privilegiado onde encontrar e reencontrar Jesus. ”

O próprio cristianismo é depois, pela sua natureza, uma “realidade periférica”.

Vitalidade do projeto cristão está nas periferias

Pode-se ver isto concretamente onde os centros das cidades tornaram-se “um polo de atividades burocráticas e comerciais” e “uma vitrine do passado” para os turistas, enquanto “a vitalidade do projeto cristão se joga nas periferias”, “onde frequentemente não há nem mesmo a presença de uma igreja de alvenaria e onde tudo é mais precário, rarefeito, improvisado”.

“ Para a Igreja, a periferia é portanto um horizonte e não um problema e é onde pode sair de si mesma e redescobrir-se. ”

A escolha do encontro com as periferias não é unicamente um imperativo da caridade, é uma mobilização histórica e geográfica, que consente o encontro com aquilo que o cristianismo foi e com aquilo que ele é. Também as periferias da Igreja têm sede: de serem ouvidas.

Como advertia São João Crisóstomo, a Igreja deve evitar o “terrível cisma” entre “o que separa o sacramento do altar, do sacramento do irmão, o que perigosamente dissocia o sacramento da eucaristia do sacramento do pobre”.

Periferias como lugares da alma

As periferias existenciais, todavia, não são somente econômicas, conclui padre Mendonça, “e sabemos todos como entre nós e quem está ao nosso lado, existem frequentemente distâncias infinitas a serem abraçadas e vencidas”.

Por isto a humanidade deve ser abraçada, e mesmo que não consigamos impedir as lágrimas no rosto do próximo, podemos oferecer a ele um lenço e dizer “estou aqui”, “não estás sozinho”.

As periferias, de fato, “não são somente lugares físicos, são também pontos internos da nossa existência, são lugares da alma que têm necessidade de serem pastoreados”. Fonte: http://www.vaticannews.va

Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista.

Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 3 de novembro-2017.

 

Naquele túmulo frio

Descansa um homem que em vida aqueceu vidas

Naquele túmulo prisioneiro de corpos

Descansa um homem que libertou vidas

Naquele túmulo escuro e cinzento

Descansa um homem que iluminou uma família

Se ele é santo? É sim, senhor!

 

Naquele túmulo com o lenho da cruz

Descansa um homem temente a Deus

Naquele túmulo simples

Descansa um homem que valorizou as pequenas coisas

Naquele túmulo silencioso

Descansa um homem que valorizou as palavras

Se ele é santo? É sim, senhor!

  

Naquele túmulo de ossos e lagrimas

Descansa um justo que fez da justiça o seu hino

Naquele túmulo de terra e barro

Descansa um agricultor que da terra tirou o seu ganha pão

Naquele túmulo de fétidas carnes

Descansa um homem que, com suor e lagrimas, uniu uma família

Se ele é santo? É sim, senhor!

 

Naquele túmulo simples

Descansa um homem que valorizou as pequenas coisas

Naquele túmulo com pedras e terra

Descansa um homem que abriu caminhos

Naquele túmulo de mistério incompreensível

Descansa um homem que foi um livro aberto

Se ele é santo? É sim, senhor!

 

Naquele túmulo sem brilho e sem cor

Descansa um homem que deu cores a vida

Naquele túmulo impenetrável

Descansa um homem misericordioso, atencioso e amigo

Naquele túmulo símbolo do desengano da vida

Descansa um homem que fez da vida um canto de louvor

Se ele é santo? É sim, senhor!

 

Naquele túmulo expressão do nada 

Descansa um homem que fez tudo por todos

Naquele túmulo berço sepulcral

Descansa um homem que cativou vidas com um sorriso

Naquele túmulo de silêncio perpétuo

Descansa um homem silencioso, atencioso e sincero

Se ele é santo? É sim, senhor!

O seu nome é Manoel Artur de Miranda. 

*Manoel Artur de Miranda  (*15/10/1930 + 03/11/2016)  

Cidade do Vaticano (RV) - A Ordem Carmelita é uma ordem que surgiu no final do século XI, na região do Monte Carmelo, na Palestina. Homens e mulheres de oração, os membros da Ordem são religiosos/as e leigos/as contemplativos. Definem sua missão como “Seguir Jesus Cristo, na Contemplação, na Fraternidade e na Missão Profética, inspirando-se em Elias e Maria, um mundo em transformação, a serviço da Vida e da Esperança”. Mas as obras sociais não ficam de lado.

O Frei Petrônio Miranda, que leva em peregrinação neste Ano Eliano Missionário a imagem do Profeta Elias, ressalta o trabalho da Associação São Martinho, entidade filantrópica que atua desde 1984 na área da infância e juventude no Rio de Janeiro. Ouça a entrevista.

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http://br.radiovaticana.va/news/2016/07/29/carmelitas_contempla%C3%A7%C3%A3o_e_obras_sociais/1238138