Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, Padre Carmelita e Jornalista.

Comunidade Carmelita da Vila Kosmos- Vicente de Carvalho- Arquidiocese do Rio de Janeiro.

 

Segundo o nosso confrade, Frei Carlos Mesters, O. Carm; “Devemos ter um pé na Bíblia e outro no chão”. Tal afirmação se baseia no método de leitura popular da Palavra de Deus que nasce em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, lá pelos 60. Acho que esta afirmação do confrade nunca esteve tão atual como em nossos dias baseado em uma religião fanática e mercadológica onde predomina a teologia da prosperidade do “toma lá, dá cá”.

Quando Jesus fala que é videira e nós somos os ramos no Evangelho deste 5º Domingo da Páscoa (Jo 15,1-8) Ele está afirmando que é impossível está conectado a esta videira- Ele próprio- e ser homofóbico, genocida, corrupto, violento e fanático.

A religião bastante vivenciada antes do Concílio Vaticano II era voltada para as práticas devocionais que, na maioria das vezes, não tinha este “Pé na Bíblia e outro no chão”. Ou seja, rezar é rezar, vida é outra coisa. Pós - Concílio, vida e reza, reza e vida estão interligadas. Impossível dizer que está com Jesus- a Videira- é agir como se nunca estivesse entrado em uma Igreja ou Participado do Banquete Eucarístico. Afinal, comungar é se comprometer com um mundo mais justo, humano e solidário.

Neste Brasil da fome- São mais de 33 milhões que passam necessidades- e no mundo baseado na mundanidade e na Guerra, somos impulsionados a produzir os frutos que Jesus em vida produzia. Ou seja, entrarmos em contato com este Deus  misericordioso, amigo e de paz. Por outro lado, constatamos uma dimensão sagrada muito individual onde o EU sobressai ao NÓS.

Que neste domingo do Senhor, possamos abrir o nosso coração e olharmos se realmente estamos ligados a videira ou não passamos de mais um lobo disfarçado de cordeiro com segundas intenções neste Ano Eleitoral onde a Bíblia, Deus, Jesus e os santos, não passam nada mais nada menos que uma massa de manobra dos nossos interesses políticos, econômicos e religiosos.

Não posso deixar de terminar este olhar sobre o 5º Domingo da Páscoa, sem relatar a atrocidade que aconteceu na última semana em Taubaté, (a 133 km de São Paulo). Na tarde da quinta-feira, 25 de abril-2024, foi encontrado no quintal o corpo de uma mulher de 31 anos, Natalia Aline da Silva. O seu namorado, Manoel Aurino Chaves dos Santos, 52 – confesso do crime- a assassinou e enterrou no quintal da casa, em seguida concretou o cadáver. Lendo e relendo deste caso- que mais parece o enredo dos filmes do mestre do terror, Alfred Hitchcock- eu me pergunto: Será que este senhor já ouviu falar de Jesus? Era católico-cristão? Ele já entrou em uma Igreja? Segundo as últimas pesquisas, de janeiro a março deste ano, 73 casos de feminicídio já foram registrados apenas no Estado de São Paulo. Se falássemos do Nordeste, Norte, Sul, Centro-Oeste... Enfim, se abríssemos a janela para as várias regiões do Brasil, constataríamos as atrocidades contra a vida. Até que ponto somos o maior país católico do mundo? Onde estão os nossos frutos a partir da Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo?...  E tenho dito! 

 

 

 

 

 

“Não vivemos do passado, mas sem ele não temos rumo no presente”. Frei Petrônio de Miranda, O. Carm

OLHAR EUCARÍSTICO... Quando eu era criança, a 90 anos atrás!!!... Quase. Rsss. Não tinha Padres, não tinha Missa, não tinha Igreja. Hoje temos Missa, Padres, Igrejas e, ao mesmo tempo, milhares e milhares de desculpas para não participar do Santo Sacrifício da Missa... Quer dizer, quando morre alguém da família vamos na Igreja com cara de tristeza e piedade. O que será necessário para termos consciência da importância da Santa Eucaristia em nossa vida? Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. www.instagram.com/freipetronio 

 

Por Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ.

 

Vai Espírito Santo!

Converte os políticos corruptos revestidos de cordeiros

E renova o nosso país sob o domínio do fanatismo e do ódio.  

Abre os nossos olhos nas próximas eleições municipais de 2024

E concede-nos uma sociedade politizada com os pés no chão.  

Destrói a violência em nossas cidades e derruba os muros da homofobia

E fortifica-nos na luta pela justiça social, a ética e a paz.

 

 

Vai Espírito Santo!

Destrói as paredes da discriminação racial, religiosa e étnica

E mostra-nos o caminho do ecumenismo, do respeito e da amorosidade  

Arranca do nosso coração o ódio e toda forma de totalitarismo

E ensina-nos a valorizar o diálogo e a convivência com a diferença.

Deleta da nossa convivência o espírito de competição, destruição e poder

E enche o nosso coração de alegria, compromisso social e solidariedade.

 

 

Vai Espírito Santo!

Liberta os jovens do mundo das drogas e do mundanismo

E orienta-nos a sermos família e irmãos de caminhada.

Conforta os depressivos e vítimas das diversas síndromes    

E livra-nos do vazio existencial e da ausência do sagrado.

Desce nas penitenciárias, quebra as correntes das injustiças sociais

E converte os presos do mundo do crime, do roubo e da banalização da vida.

 

 

Vai Espírito Santo!

Entra no Palácio da Alvorada, ilumina os seus corredores e salas

E inspira ao Presidente da República na governabilidade justa e ética.

Visita o Congresso Nacional e a Câmara dos Deputados

E leva o grito de fome, dor, violência e desemprego do povo brasileiro.

Ó Espírito de luz, ilumina o Supremo Tribunal Federal  

E concede aos nossos juízes e juízas os 7 dons em suas decisões.

 

Vai Espírito Santo!

Ó Espírito de justiça! Entra nos Gabinetes das Câmaras de Vereadores  

E ensina-os a ficarem do lado do povo, e não das propinas e dos seus interesses.

Clareia os corredores e salas do Poder Executivo Municipal

E mostra-os as cidades abandonadas carentes de paz, trabalho e Educação.

Olha para a Ordem dos Advogados do Brasil 

E orienta-os a advogar com justiça e equidade na defesa do pobre.         

 

 

 

 

Vai Espírito Santo!

Ampara as famílias em situação de vulnerabilidade social

E enxuga as lágrimas de suor e dor das crianças que passam fome e frio.

Acompanha os sem-terra, sem teto e sem perspectiva de uma nova vida

E transforma as suas utopias em realidade apesar das noites escuras.

Visita às comunidades quilombolas e as aldeias indígenas

E fortalece-os em suas lutas pela dignidade e justiça.

 

 

Vai Espírito Santo!

Desce nas comunidades, favelas, cortiços, morros, becos e vielas

E protege às famílias com os corações despedaçados e ensanguentados.    

Vem com o teu fogo abrasador e aquece-nos diante da insensibilidade

E converte os difamadores, arrogantes, sanguinários e fanáticos religiosos.

Inspira-nos na confiança e na esperança de um novo dia sem choro ou lagrimas

E não nos deixe desanimar diante dos vírus e das guerras avassaladoras.   

 

Vai Espírito Santo!

Sacode a tua Igreja e liberta-nos das quatro paredes das sacristias e conventos

Ajudando-nos em nossa Missão Sinodal, missionária e misericordiosa.

Ó Espírito Santo, limpa das nossas igrejas a competividade e a ambição

E mostra-nos o caminho da fé autêntica e comprometida com a Boa Nova

Reanima os sacerdotes, religiosos, religiosas e comunidades de vida

E transformam-nos em homens e mulheres do anúncio e da denúncia.   

Vai, vai Espírito Santo....

Org. Frei Petrônio de Miranda, O. Carm

 

Em dois momentos do ano, a Igreja comemora as dores da Santíssima Virgem. O primeiro é o da Semana Santa e o do dia 15 de setembro.

A primeira comemoração é a mais antiga. Teve seu início em Colônia e em outras partes da Europa no século XV e, em 1727, quando a festa se estendeu para toda a Igreja, com o nome das Sete Dores, manteve-se a referência original da Missa e do Ofício da Crucifixão do Senhor.

Na Idade Média, havia uma devoção popular pelas cinco alegrias da Virgem Mãe e, pela mesma época, a festa foi enriquecida com outra festa em honra de suas cinco dores durante a Paixão.

Posteriormente, as penas da Virgem Maria foram aumentadas para sete e não somente compreenderam sua marcha até o Calvário, mas sua vida inteira.

Quando foi fundada a Congregação dos Servitas, os frades receberam a autorização de celebrar a memória das Sete Dores no terceiro domingo de setembro, todos os anos.

As sete dores da Santíssima Virgem que suscitaram maior devoção são: a profecia de Simeão, a fuga para o Egito, os três dias que Jesus esteve perdido, o encontro com Jesus levando a cruz, sua morte no Calvário, a descida da cruz e o sepultamento de Jesus.

 

1ª- Dor: Maria acolhe, com fé, a profecia de Simeão.

O velho Simeão os abençoou e disse a Maria, Sua mãe: "Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma" (Lc 2,34-35).

 

Uma Prece

Ó Virgem dolorosa, intercede junto ao teu Filho pelas mães que tem a espada da dor rasgando o coração ferido pelas drogas destruído a família de Passa Quarta. São jovens que, vitimados por tal vício, fazem as suas mães sofrerem e silenciarem diante das noites escuras da vida e do vício.

 

Canto

Oh Maria concebida, sem pecado original. Quero amar-vos toda a vida, com ternura filial. Vosso olhar a nós volvei, vossos filhos protegei. Oh Maria! Oh Maria! /Vossos filhos protegei (bis)

 

2ª- Dor: Maria foge para o Egito com Jesus e José.

O Anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: "Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito" (Mt 2,13-14).

 

Uma Prece

Ó Virgem dolorosa, leva até o teu Filho o lamento das Marias refugiadas e peregrinas a procura de paz e de pão em suas mesas. Enxuga com o teu manto as lagrimas das mães que- para fugirem da Guerra da Ucrania- deixaram para trás não apenas uma casa, mas a própria história. Acalenta as mulheres que vieram para Passa Quatro de outras cidades, estados e países.

 

Canto

Sois estrela de bonança, entre trevas a brilhar. Sois farol de segurança, a quem sulca o negro mar. Vosso olhar a nós volvei, vossos filhos protegei. Oh Maria! Oh Maria! /Vossos filhos protegei (bis)

 

3ª- Dor: Maria procura Jesus perdido em Jerusalém.

Romaria anual até a Jerusalém. Três ou quatro dias de viagem. Famílias inteiras caminhando. Muita gente! Em Jerusalém triplica a população. As crianças pequenas vão com os pais. Os jovens de doze anos para cima se agrupam entre parentes e pessoas mais achegadas do povoado. À noite do primeiro dia do regresso a Nazaré, Maria e José se dão conta de que Jesus não estava com os parentes, nem com as pessoas mais achegadas. Susto, medo e sofrimento. Imediatamente, voltam para Jerusalém à procura do menino.

Depois de três dias de busca, eles o encontram no Templo, sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas. Menino inteligente! Emoção muito grande para os pais. Mas Maria não esconde seu sofrimento e sua preocupação: "Meu filho por que fez isso conosco? Olhe, seu pai e eu, aflitos, te procurávamos". Maria não tem medo de dizer o que pensa e de perguntar pelo motivo das coisas que ela não entende e a fazem sofrer.

 

Uma Prece

Ó Virgem das Dores, Mãe de Deus e nossa! Consola as mães das 4 crianças assassinadas no dia de hoje em uma creche em Blumenau (SC). Leva até o teu Filho as preces de socorro das mães aflitas diante da fome, do desemprego e ajuda-nos a colocar em pratica a mensagem da Campanha da Fraternidade deste ano: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.

 

Canto

Ao voltar do templo, Jesus não achais, que mágoa sofrestes. Bendita sejais.

Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores.

 

4ª- Dor: Maria encontra-se com Jesus no caminho do Calvário.

"Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam" (Lc 23,26-27).

 

Uma Prece

Ó minha Mãe das Dores, suplico-vos pelas mães que são pais e mães na educação, alimentação e manutenção do lar, muitas vezes carregando a cruz do desemprego, da incompreensão da comunidade e da própria família.

 

Canto

Com a cruz às costas, Jesus encontrais, que dor indizível. Bendita sejais.

Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores.

 

5ª -Dor: Maria permanece junto à cruz do seu Filho.

A mãe de Jesus está em pé junto à cruz do filho. Ela não fala. Mas o seu silêncio é mais eloquente que mil palavras! Ela é apoio silencioso ao filho na hora suprema da sua missão. Enfrenta a noite escura da Cruz e aguarda a madrugada da ressurreição

Jesus “disse à mãe: "Mulher, eis aí o seu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a sua mãe." E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa”. (João 19,26-27). É o "Discípulo Amado" que acolhe a Mãe de Jesus em sua casa. O Discípulo Amado é a nova Comunidade que cresceu ao redor de Jesus, é o filho que nasceu do Antigo Testamento. A pedido de Jesus, o filho, o Novo Testamento, recebe a Mãe, o Antigo Testamento, em sua casa. Os dois devem caminhar juntos. Pois o Novo não se entende sem o Antigo. Seria um prédio sem fundamento. E o Antigo sem o Novo ficaria incompleto. Seria uma árvore sem fruto. (Jo 19,15-27a).

 

Uma Prece

Ó Virgem Dolorosa, rogamos a vós pelas mães que permanecem junto aos seus filhos- Não importando o que eles fizeram ou como eles vivem- Simplesmente são mães  que não desprezam o sangue do seu sangue, a carne da sua carne. A sua presença de mãe muitas vezes é silenciosa mas de suma importância para reerguenes muitos filhos caídos no mundo da depressão e da compreensão da sociedade.  

 

Canto

Uma dura espada, de dores mortais, o peito Vos passa, Bendita sejais.

Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores.

 

6ª- Dor: Maria recebe nos braços o Corpo de Jesus deposto da cruz.

"Chegada à tarde- porque era o dia da Preparação- isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimateia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o Corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o Corpo da cruz" (Mc 15,42).

 

Uma Prece

Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe das Dores e advogada nossa. Vos suplicamos pelas mães que choram os seus filhos vítimas da pandemia do novo coronavírus, da violência no trânsito, das catástrofes e tragédias. Ajuda-nos a valorizar a vida e, mesmo diante da morte sejamos também nós- a exemplo de José de Arimteia- exemplo de consolo, esperança e fé para tantos que choram os seus mortos.

 

Canto

Ó Virgem dolorosa, que aflita chorais, repleta de angústia, Bendita sejais.
Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores.

 

7ª-Dor: Maria leva ao sepulcro o Corpo de Jesus à espera da ressurreição.

"Os discípulos tiraram o Corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus" (Jo 19,40-42a).

 

Uma Prece

Ó Virgem dolorosa, consola as mães que na pandemia, na guerra ou nas tragédias, não poderam está junto ao corpo de seus filhos e filhas. Leva até Jesus as suas preces e acalenta os corações feridos e quebrados por tantas situações de morte e noites escuras que atormentam as nossas famílias.

 

Canto

Manda o céu um anjo, dizer que fujais, do ímpio Herodes. Bendita sejais.

Bendita sejais, Senhora das Dores, ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores.

 

Oração final

Nós vos louvamos, Santa Maria. Mãe fiel junto à cruz do Filho. Bendita sois vós, Rainha dos mártires. Associada à Paixão de Cristo, vos tornastes nossa mãe, sinal de esperança em nosso caminho. Amém!

 

Fontes; Frei Carlos Mesters, O. Carm, https://site.ucdb.br; https://www.miliciadaimaculada.org.br

Patriotas?... É vergonhoso alguém que reza o terço, vai na Missa, Ler a Bíblia, faz parte de uma Pastoral ou Movimento da Igreja e defendem tais fanáticos e criminosos que usam da religião- E do nome Família, Deus e Pátria- para ameaçar e destruir as instituição democráticas. Frei Petrônio de Miranda, Frade Carmelita da Ordem do Carmo, Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. www.instagram.com/freipetronio

Evangelho Dominical: 17º Domingo do Tempo comum (Lc 11,1-13), com Frei Petrônio de Miranda, O Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 24 de julho-2022.

Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Padre Carmelita da Ordem do Carmo e Jornalista.

Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 09 de maio-2022.

 

Nesta segunda-feira, a Palavra de Deus nos adentra na espiritualidade cristológica da porta ou, como muitos dizem, do caminho pelo qual nós optamos: “Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora”... (Jo 10,1-10).

Bem sabemos que as famosas parábolas- ou histórias que Jesus costumava contar- tinha como objetivo deixar uma palavra de conforto e fidelidade para o povo usando da própria realidade do cotidiano. Tal método era tão eficaz que, anos após anos pós-morte e ressurreição de Jesus, tais histórias ficavam na mente do povo e era passado de geração em geração.

É interessante relembrar que Ele conviveu com pastores que sobreviviam dessa cultura, portanto, era a vida que falava da vida sob a ótica da misericórdia de Deus e, ao mesmo tempo, das opções que aquele povo- e também nós- fazemos em nossas relações às vinte e quatro horas da nossa convivência com o nosso próximo.

Pastor, ovelhas, porta... Esta parábola parece bonita, mas por trás da história nos deparamos em nosso dia a dia com várias portas que aparentemente nos levam a Jesus, mas que, muitas vezes nos aliena e nos monopolizam no sentido social, político e religioso.

Hoje, entrar pela porta de Jesus Cristo na maioria das vezes é sinônimo de poder político, prestígio e statu quo. Que o diga o famoso caso do ministro da educação e pastor que, escandalosamente, desviava o dinheiro da pasta para comprar Bíblias. Lembramos ainda   daquele padre que, vergonhosamente comprou fazendas, casas de praia e avião com doações dos fiéis- muitas vezes pobres- para a sua obra evangelizadora. Estes dois casos concretos e recentes comprovavam a complexidade da entrada pela porta oficial de Jesus.

Diante de tais relatos podemos nos perguntar, afinal, que porta é esta que devemos entrar? Ainda é possível encontrar esta passagem que nos leva a Boa Nova de Jesus? Como se livrar desses aproveitadores da fé do povo? Acho que a famosa frase do Sumo Pontífice, o Papa Francisco- repetida por diversas vezes em suas homilias- é um parâmetro para este seguimento. Ele fala que os padres tem que ser “pastores com cheiro de ovelha”. Ou seja, não é apenas um comunicador da TV ou das Mídias Sociais, mas sentir de perto as alegrias e tristezas do povo. Podemos dizer que, todo evangelizador tem que sujar as mãos na construção de um mundo mais ético, humano e solidário.

Portanto, não basta entrar pela “porta de Jesus”, é necessário fazer o que Jesus fazia, falar como Jesus falava. Exemplo: Como pode um cristão seguir a Boa Nova e defender o porte de armas ou espalhar mentiras através das mídias sociais? Como pode alguém dizer que segue Jesus Cristo e ser contra a democracia e as suas instituições? Como pode alguém ler a Bíblia e fechar os olhos para os mais de 12 milhões de desempregados que passa necessidade? Como pode alguém se dizer homem ou mulher de Deus e ser homofóbico. Que Deus nos livre desses “santos e imaculados religiosos e religiosas”. E tenho dito!

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO- Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Direto da Comunidade Capim, Lagoa da Canoa/AL. 1º de maio-2022. Nota: Esta celebração litúrgica foi instituída em 1955 pelo papa Pio XII, diante de um grupo de trabalhadores reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano.

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO- Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Direto da Praia das Gordas, Angra dos Reis/RJ, deixa para você um olhar sobre o Evangelho Dominical deste domingo, dia 6 de janeiro-2021. (Lc 5, 1-11).

O Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Direto de Angra dos Reis/RJ- comenta o suicídio do padre Geraldo de Oliveira, de 77 anos. Ele foi encontrado sem vida, na terça-feira (1°), na Igreja Matriz de São Sebastião, em Surubim, no Agreste de Pernambuco e pertencia a Diocese de Nazaré. Angra dos Reis/RJ. 3 de fevereiro-2022.

A PALAVRA DO FREI PETRÔNIO- Com Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Direto do Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ, deixa para você um olhar sobre o Evangelho desta quinta-feira, 27 de janeiro-2021. (Mc 4, 21-25).

 

Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Comunidade Capim, Lagoa da Canoa/AL. 24 de dezembro-2021.

 

Será que o Menino Deus vai nascer no coração de um corrupto que desviou o dinheiro do combate a pandemia do novocoronavirus, tendo como consequência a morte de milhares neste Brasil de meu Deus?

Será que o Menino Deus vai nascer no coração de um negacionista que, durante todo ano de 2021 humilhou, agrediu- com palavras ou fisicamente- os profissionais da saúde no combate ao coronavírus?

Será que o Menino Deus vai nascer no coração de “cristãos” verdadeiros lobos disfarçados de cordeiros que foram para ruas pedindo a volta da Ditadura Militar, gritaram a favor do porte de armas e tentaram derrubar as instituições democráticas do nosso país?

Será que o Menino Deus vai nascer no coração de consumistas que, mesmo diante da fome, do desemprego- mais de 15 milhões de desempregados- fecharam os olhos para a fome estampada nos olhos de crianças, adolescentes, jovens e adultos?

Será que o Menino Deus vai nascer no coração de pais que, mesmo estando semanalmente na Igreja, foram estúpidos, ignorantes, arrogantes e violentas na família, a ponto de provocar o divórcio e a quebrar a família?

Será que o Menino Deus vai nascer no coração de jovens que se deixaram levar ao logo do ano pela droga, o sexo, o consumismo e a bebedeira, deixando assim os pais tristes, preocupados e deprimidos?

Será que o Menino Deus vai nascer no coração daqueles que, mais um ano foram sinais de fofocas no trabalho, na família, na Igreja e no cotidiano?

Será que o Menino Deus nasce no coração daqueles que destruíram o nosso bioma; a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica o Pantanal e Pampa em nome da lucratividade, deixando assim a mãe natureza chorando?

Será que o Menino Deus vai nascer no coração de alguém que usa a religião para separar, discriminar, condenar e crucificar?

Será... E tenho dito!

Ele está entre nós... Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Comunidade Capim, Lagoa da Canoa/AL. 25 de dezembro-2021.

Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Mosteiro de Itaici, São Paulo. 15 de dezembro-2021. www.instagram.com/freipetronio

 

Aquele frade- preguiçoso e folgado- fugia da oração. De manhã falava que era dor de cabeça ou tinha esquecido o compromisso comunitário. Durante o dia ou à noite, tinha muitas obrigações- desde o atendimento aos pobres, até as intermináveis reuniões- que, dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano, “Consumia” a vida do incansável missionário da Boa Nova.

Tais atitudes ante oração já eram visíveis em sua relação conventual e com o povo de Deus, seja através da arrogância, da prepotência ou da auto-suficiência, sem falar no cansaço físico e mental, levando-o inclusive a adentrar no mundo do álcool, do cigarro e de outros vícios.

“A minha vida já é uma oração” - falava o dito cujo- encontrando desculpas para o encontro pessoal e amoroso com Jesus Cristo, seja através da lectio divina ou de alguns momentos- nem sempre agradáveis- de silêncio, meditação e contemplação.

Dizem os seus confrades que as horas canônicas não faziam parte da sua vida e, muitas vezes, ao celebrar a Santa Missa, parecia que estava subindo para o calvário ou vivia uma eterna amargura espiritual que, nos escritos de São João da Cruz, vai chamar de noite escura.

Moral da história: Oração é igual a vida matrimonial, se o casal não dialoga, vem os problemas e, muitas vezes até o divórcio. Jesus está sempre esperando a nossa visita e o nosso encontro íntimo e sincero. Podemos até falar de Jesus, estudar Jesus, anunciar Jesus, mas se não paramos para o encontrá-lo através da ORAÇÃO, seremos apenas um funcionário do sagrado comprido todas as obrigações que estão na “cartilha”. E tenho dito!

Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Mosteiro de Itaici, São Paulo. 14 de dezembro-2021, Festa de São João da Cruz. www.instagram.com/freipetronio

 

Naquela manhã de sol, a mãe natureza caprichou na beleza matinal. Tudo era bonito – um verdadeiro cenário cinematográfico- desde o canto dos pássaros, as folhas caindo das árvores, os raios luminosos do sol adentrando em cada árvore, o barulho das cachoeiras e rios, a formiga que, como mestres da construção, já estavam na batalha diária a procura de alimentos... Enfim, era algo extraordinário para jamais sair da memória daquele jovem frade que, encantado com tudo aquilo, vivia mais um retiro anual- desta vez, o primeiro pós-ordenação presbiteral- e, sem duvidas alguma, era o início de uma caminhada marcada pelo encanto e encontro como o Cristo através do silêncio, da contemplação, amorosidade e oração daquele memorável dia.

Como tudo passa- já dizia a mestra da oração, santa Teresa de Jesus- aquela experiência também passou na vida do jovem sacerdote. O corre-corre da vida paroquial deixou aquele jovem azedo, amargurado, mesquinho, depressivo e ranzinzo. Ele passou a dominar o sagrado e perdeu de vista o encanto sacerdotal e vocacional. Tudo era muito profissional e lucrativo em sua ação enquanto pastor e evangelizador. Mas onde estava a mística daquela manhã de sol? Onde estava aquele gosto e tesão vocacional vislumbrado nos momentos íntimos com Jesus Cristo? Bem, esta pergunta nem ele sabia responder. Só sei que o seu fim foi triste, sem vida, sem sal e sem açúcar, um verdadeiro estrupício.

Moral da história: As vezes precisamos retornar ao primeiro retiro da nossa vida, ao primeiro encontro, primeiro encanto e primeiras motivações vocacionais, caso o contrário, não passaremos de um funcionário do sagrado ou de um robô do altar e, o que é mais triste, seremos infelizes e machucaremos aqueles que atravessarem o nosso caminho. E tenho dito!

 

Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, Padre Carmelita e Jornalista. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. www.twitter.com/freipetronio  www.instagram.com/freiptronio

 

A cidade estava pegando fogo e todo mundo via, mas mesmo assim, todo mundo queria saber mais e esperava ansiosamente um comunicado do prefeito sobre os motivos das chamas que consumia as suas ruas, praças e casas.

Por sua vez- para desespero dos seus habitantes- o silêncio era sepulcral das autoridades. Onde começou? Alguém é culpado? Até quando viveremos este calor infernal? E Este silêncio macabro do Prefeito? Ele botou fogo para culpar os seus opositores?     

Os dias passaram, as noites passaram, os anos passaram.... Enfim, até hoje a população- mesmo depois de milhares de especulações- não sabem quais foram os reais motivos do início das chamas que destruiu cinquenta por cento de toda a cidade. Quer dizer... Na verdade alguns foram acusados e até julgados, mas, oficialmente não se ouviu nada das autoridades sobre o incidente.

Moral da história: Em tempos de mídias sociais, não deixe as pessoas fazerem especulações. Antes de “pegar fogo”, jogue um baldo de água fria com explicações claras, precisas e objetivas sobre os reais motivos das chamas. E tenho dito!

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO. Missa Solene Presidida por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Próximas Missas em Angra dos Reis/RJ: 10h e 16h, seguida da Procissão.

Evangelho (Mt 5,1-12a)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los:

3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.

4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.

5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.

6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.

7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.

9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.

10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus!

11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

31º Domingo do Tempo Comum (Mc 12, 28b-34). Um Olhar do Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. Domingo, 31 de outubro-2021.