- Novena com a celebração da Missa -

(Comentários; Dom Frei Wilmar Santin, O. Carm. Bispo de Itaituba-PA; Frei Christopher O’Donnell, O. Carm e  Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Rio de Janeiro).

1º DIA: COMENTÁRIO INICIAL

Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao primeiro dia do nosso novenário de Nossa Senhora do Carmo. A Partir de hoje, iremos percorrer os nove dias com Maria, a Mãe dos Carmelitas e nossa em uma caminhada ao encontro do seu filho, Jesus Cristo.

A devoção a Nossa Senhora do Carmo tem sua origem no Monte Carmelo, onde os primeiros carmelitas, após o fim da Terceira Cruzada (1192), se fixaram e construíram uma capela dedicada a Maria e desenvolveram uma particular devoção à Mãe de Deus.

Na Regra de Vida dada por Alberto de Jerusalém (entre 1206-1214) não havia menção à Bem-aventurada Virgem. A Regra realmente especificou que deveria haver um oratório no meio das celas onde missas diárias deveriam ser celebradas. Pelo relato dos peregrinos, sabemos que a partir de mais ou menos 1231 ou talvez mais tarde, esse oratório foi dedicado à Nossa Senhora. Ainda encontramos indícios desta igreja dedicada à Maria no Monte Carmelo até o século XV. Naquele tempo existiam muitas igrejas dedicadas a Maria em lugares associados à sua vida, com legendas ou liturgias sobre ela.

Ao retornarem à Europa, manifestaram sua especial devoção mariana na dedicação de igrejas e incluindo o nome de Maria no próprio nome da Ordem. Já em 1252 o Papa Inocêncio IV oficialmente denomina os carmelitas como pertencentes a Ordem da Virgem Maria do Monte Carmelo

Várias gestos concretos provaram o amor dos Frades a Senhora do Monte Carmelo, tais como inserir o nome de Maria na fórmula da profissão; Na obrigação de recitar diariamente nos ofícios e na missa a “Salve Regina” e nas diversas festas marianas dedicadas a Mãe de Jesus, tais como;  Purificação, Anunciação, Assunção e Natividade de Maria e, por último, no uso da capa branca.

É com toda essa riqueza espiritual-  mariana que vamos acolher de pé o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos os louvores à Nossa Senhora do Carmo.

2º DIA:  COMENTÁRIO INICIAL

Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao segundo dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.

Os Carmelitas chegaram em 1580 no Brasil. Em 1583 fundaram em Olinda o primeiro convento. Sucederam-lhe as fundações de Salvador (1586), Santos (1589), Rio de Janeiro (1590), Angra dos Reis (1593), São Paulo (1594), Paraíba (1596), São Cristóvão (1600), São Luís (1616), Belém (1624), Alcântara (1647), Recife (1654). Em todas estas fundações, suas igrejas conventuais foram dedicadas à Nossa Senhora do Carmo. Portanto se tornaram centros de difusão da devoção à Virgem do Carmo.

Quando assumiram as missões nos rios Negro e Solimões, também colocaram várias aldeias sob o patrocínio de Nossa Senhora do Carmo.

Relembrando os missionários carmelitas que espalharam a devoção a Nossa Senhora do Carmo e do Escapulário pelo Brasil, vamos acolher de pé o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos os louvores à Virgem do Carmo.

3º DIA:  COMENTÁRIO INICIAL

Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao terceiro dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.

Além de fundar os conventos no Brasil, os carmelitas também foram fundando a Ordem Terceira do Carmo. Estas por sua vez se tornaram centros de vivência e de difusão da devoção a Nossa Senhora do Carmo. A primeira Ordem Terceira foi no Brasil foi a de São Paulo em 1594. Raul. Outras foram fundadas em Salvador, em 1636); Rio de Janeiro, 1648; Recife, 1695 e Santos, em 1742.

Nesta noite, vamos trazer a memória os frades, as freiras e leigos que implantaram essa devoção no Brasil e de modo particular aqui na comunidade da Lapa.

 Agradecendo ao Bom Deus pela presença dos Carmelitas na história do Brasil, vamos acolher de pé o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia cantando louvores a Mãe de Deus e dos Carmelitas. Cantemos!  

4º DIA:  COMENTÁRIO INICIAL

Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao quarto dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.

Quando as pessoas têm devoção a um santo ou a um determinado título de Nossa Senhora, colocam nos filhos o nome do santo de sua devoção. Assim os nomes de santos dados aos filhos demonstram a existência de uma determinada devoção. Em relação a Nossa Senhora do Carmo, temos no Brasil muitas pessoas, principalmente mulheres, com os nomes: Carmem, Carminha, Carmelita, Carmela... e sobretudo Maria do Carmo. Entre os homens temos: Carmelo e Carmo. O mais comum é encontrar a expressão “do Carmo” como segundo nome ou mesmo sobrenome, por exemplo: José do Carmo, Carlos do Carmo, Antônio do Carmo, etc.

Nesta noite, louvemos a Mãe dos Carmelitas presente em nossas famílias, seja através do nome “Do Carmo” ou do Escapulário, como forma de expressão do carinho, amor e confiança na Mãe de Deus.

De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a Nossa Senhora do Carmo nas expressões culturais e familiares em nosso Brasil.    

5º DIA:  COMENTÁRIO INICIAL

Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao quinto dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.

No Brasil há 103 paróquias que têm Nossa Senhora do Carmo como padroeira. Apesar da devoção a Nossa Senhora do Carmo ter chegado ao Brasil já no século XVI, só tardiamente, ou seja, no século XVIII (1743), foi realizada a fundação da primeira Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Isto se deve ao fato de que os carmelitas não assumiam paróquias no início de suas atividades no Brasil.

            No séc. XVIII temos a fundação de apenas duas paróquias Nossa Senhora do Carmo, a saber, as paróquias de Piracuruca (1743) e de Jucás (1755). No séc. XIX são fundadas 31; no séc. XX, 68. Por estes números constata-se um crescimento concreto da devoção.

Hoje, vamos nos unir aos conventos, catedrais, paróquias, comunidades, associações e congregações que também estão celebrando a Virgem do Escapulário.

 De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a nossa Padroeira, nossa mãe e nossa e Rainha do Carmelo.    

 

6º DIA:  COMENTÁRIO INICIAL

Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao sexto dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.

A maior devoção ligada a Nossa Senhora do Carmo é o Escapulário. Apesar de se recordar a visão de São Simão Stock o que mais se divulga é o Escapulário como sinal de proteção nos perigos e na hora da morte.

Segundo a tradição da Ordem do Carmo, Nossa Senhora apareceu a São Simão Stock, carmelita inglês, no dia 16 de julho de 1251. Ele era um homem de grande santidade e devoção, que sempre pedia à Virgem, em suas orações para favorecer a Ordem com algum privilégio único. A Virgem apareceu a ele segurando o Escapulário em sua mão e dizendo: “Isto é para ti e para os teus um privilégio. Aquele que morrer com ele será salvo”.

Esta devoção não chegou ao Brasil só através dos carmelitas, mas também através dos leigos que já tinham a devoção em Portugal. Só isto justifica a presença da devoção em regiões onde os carmelitas não trabalharam e nem sequer tiveram contato. Nas igrejas dos conventos carmelitas e da Ordem Terceira encontramos em geral imagens e pinturas da entrega do Escapulário a São Simão.

No meio do povo a devoção sempre esteve centrada no escapulário e na proteção que Nossa Senhora do Carmo dá para aqueles que o usam. Recentemente esta devoção foi reforçada pela mídia brasileira ao noticiar que vários surfistas aqui no Rio de Janeiro foram tragados por uma grande onda no mar. Apenas um não morreu. Este publicamente afirmou que só se salvou porque usava o Escapulário. O resultado é que todos os surfistas passaram a usar o Escapulário como um sinal de proteção de Nossa Senhora.

Nesta noite, roguemos a Senhora do Escapulário para que, neste período de crise e desemprego, nos auxilie e nos proteja em nossa caminhada e anuncio da Boa Nova do seu filho Jesus Cristo. 

De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a nossa Padroeira e nossa protetora. Cantemos!   

 

7º DIA:  COMENTÁRIO INICIAL

Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao sétimo dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.

A mais antiga devoção mariana entre os Carmelitas é, provavelmente, a invocação da Padroeira. Não significa que a ideia de Mãe, parte da herança cristã comum à toda Igreja, foi ignorada. Mas numa era feudal, a reflexão carmelitana sobre o oratório consagrado à Maria influenciou rapidamente a devoção de Maria como Padroeira.

Assim, na cultura medieval feudal, Maria é vista como a Suserana do lugar, a sua Padroeira, pois tudo está sob seu domínio. O Carmelita é, portanto, um vassalo num incondicional serviço.

A noção de padroeira é tão tradicional e profunda que poderia parecer que pertence à essência do carisma mariano da Ordem. Uma chave para sua compreensão é que, diferente de alguns outros modos de se considerar Maria, o patronato implica num relacionamento de duas vias: Maria protege os Irmãos; os Irmãos servem a Maria. A dimensão deste duplo relacionamento para com Maria é característico do modo de vida carmelitano.

A existência desta devoção em terras brasileiras pode ser demonstrada historicamente pelo menos a partir da chegada dos carmelitas em 1580. Como esta devoção não era um monopólio da Ordem do Carmo - apesar de ter ali sua origem, mas estava eclesial enraizada na religiosidade popular portuguesa, provavelmente chegou antes através de imigrantes leigos que já tinham a devoção em Portugal.

Nesta noite, roguemos a Padroeira do Carmelo para que todos nós, sob a inspiração da Boa Nova do seu filho, coloquemo-nos a serviço do Seu Filho na implantação do Reino.

De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a nossa Padroeira e nossa protetora. Cantemos a nossa Padroeira.   

 

8º DIA:  COMENTÁRIO INICIAL

Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao oitavo dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.

Na devoção a Nossa Senhora do Carmo há um grande número de cânticos. Mesmo depois do Vaticano II continuam a surgir cânticos dedicados à Virgem do Carmo. Gradativamente nos novos cantos está desaparecendo o tema do escapulário. Em vez de se evocar a proteção e ajuda na hora da morte, louva-se a Maria e se manifesta a certeza de que Ela caminha com seus devotos. O título que mais aparece nos cânticos é Flor do Carmelo. Aqui se vê a influência direta do cântico-oração Flos Carmeli, que segundo a tradição carmelitana, foi composto por São Simão Stock e cantado na noite de 16 de julho de 1251 após a Visão de Nossa Senhora.

 

9º DIA:  COMENTÁRIO INICIAL

Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao nono dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.

Hoje, vamos olhar para Nossa Senhora do Carmo com o título de IRMÃ DOS CARMELITAS. A noção de Maria como Irmã pode estar implícita nos títulos de Irmãos da Bem-aventurada Maria do Monte Carmelo. Essa expressão IRMÃOS começou a surgir  apenas no século XV que o passo corajoso foi assumido e divulgado e Maria foi explícita e diretamente chamada de Irmã dos Carmelitas.

O tema de Irmã, que é significativo para a mariologia contemporânea, não foi central no século XV, mas sua importância não deve ser minimizada. O uso de “Irmã” começou mais ou menos como um jogo de palavras com “Irmãos da Bem-aventurada Virgem” e não refletiu um genuíno uso devocional de tal título mariano. 

As fontes desta devoção são, de fato, patrísticas. Reside no fato de que Maria, como nós, é uma filha de Adão. Maria é nossa irmã pelo fato de que todos temos nossa origem em Adão.  Nos tempos modernos, Paulo VI desenvolveu o tema no discurso final da terceira seção do Concílio Vaticano no dia 21 de novembro de 1964.

A noção de irmã reforça o elemento da proximidade de Maria a nós, uma companheira e uma presença amorosa tão característicos da mariologia carmelitana. Esta é, certamente, uma razão a mais para aprofundar esta nossa herança mariana carmelitana.

Nesta última noite, roguemos a nossa irmã- A Senhora do Carmo, que nos ajuda a sermos verdadeiramente sinais de irmãos no sentido pleno de Atos dos Apóstolos.

De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a nossa irmã e Mãe. Cantemos!