Pai, mãe e 4 filhos morreram após carro da família ser jogado para fora da pista por carreta no sábado (18). Outros dois filhos do casal estão internados em estado grave.

 

Por Henrique Coelho, g1 Rio

Um novo vídeo mostra outro ângulo do acidente que terminou com uma tragédia familiar na Baixada Fluminense. A câmera de um veículo que vinha atrás gravou quando um caminhão perde o controle e bate de frente com um carro que vinha na pista contrária.

O acidente matou seis parentes que estavam no carro. Outros dois foram internados em estado grave.

Um dos sobreviventes, Guilherme Lima Correa, de 14 anos, teve o protocolo de morte cerebral iniciado pelo hospital, na noite desta segunda-feira (20). Horas antes, os corpos de Leticia Gabrielle Fernandes de Lima, 32 anos, de Jhonatan Guimarães Corrêa, 35, e de quatro filhos do casal, com idades entre 2 e 10 anos, foram enterrados no Cemitério Parque Nicteroy, em São Gonçalo.

Christhian Lima Correa, de 16 anos, está entubado no CTI do Hospital Estadual Alberto Torres, após passar por cirurgias no sábado.

 

Motorista responde por homicídio culposo

A imagem parece corroborar o que disse o motorista do caminhão na 67ª Delegacia de Polícia (Guapimirim), onde foi ouvido e liberado.

Em depoimento, ele afirmou que perdeu o controle ao tentar dar espaço para a passagem de outra carreta, na BR-493, a Magé-Itaboraí, na altura do Vale das Pedrinhas, em Guapimirim, próximo ao município de Magé. O vídeo mostra o caminhão desviando parcialmente para o acostamento, onde há um desnível. Ao tentar voltar, o caminhão invade a pista contrária.

"Ela desviou, abriu um pouquinho. Ali, a pista é meio estreita, aí entrou no acostamento. Eles recapearam a pista, mas não o acostamento. Ele bate com a roda traseira nesse declive, perde a direção, foi tentar segurar e atravessou a pista", disse o delegado Antônio Silvino Teixeira, titular da 67ª DP (Guapimirim).

O exame de alcoolemia apontou que ele não havia ingerido bebida alcóolica. O motorista vai responder por seis homicídios culposos – quando não há intenção de matar.

Acidente envolvendo carro e carreta em Magé deixa seis mortos e dois feridos graves

O delegado relatou que a carreta desviou porque vinha outra carreta em sentido contrário, como dito pelo motorista em depoimento. A pista era estreita e, segundo o motorista, havia um desnível.

"Foi recapeado o asfalto, mas não foi recapeado o acostamento. Ele bate com a roda traseira no acostamento, nesse declive que existe ali, perdeu a direção, mas atravessou a pista e colheu esse gol de frente", descreveu o delegado sobre o acidente.

 

Os mortos no acidente são:

Leticia Gabrielle Fernandes de Lima, 32 anos;

Jhonatan Guimarães Corrêa, 35 anos;

Gabrielle Lima Corrêa, 10 anos;

Enzo Gabriell Lima Corrêa, 5 anos;

Isaque Lima Corrêa, 8 anos;

Larissa Lima Corrêa, 2 anos.

Segundo a avó, a família estava a caminho do aniversário de uma outra neta.

“Preparamos a piscina para eles passarem a tarde, mas eles não chegavam. Tentamos ligar, estranhei e identifiquei o carro pelo g1. Tudo batia. Eu liguei uma coisa com a outra, fui no [Hospital] Alberto Torres para saber se era o meu neto, e era ele", disse a avó Valéria de Assis Correia, mãe de Jhonatan.

"Ali sempre tem acidente porque não tem acostamento. Se der uma pane, você tem que parar no meio da estrada. Ali tinha que ter uma melhora na pista. A minha irmã me ligou desesperada e perguntou como eu estou. A ficha só caiu quando vi eles mortos. Eu peço a Deus que os meus outros dois netos se recuperem e vou criá-los como pai. Peço a Deus que eles saiam de lá", disse o avô Jaú Lima Correa.

A caçula de 2 anos, Larissa Lima Correa, chegou a ser socorrida, mas não resistiu.

Ainda nessa segunda (20), as marcas da tragédia ainda eram vistas na estrada. Os motoristas que passam por ali esperam há anos pela duplicação da pista.

Em 2014, o Governo Federal começou as obras que tinham previsão de término em 2018.

A concessionária Eco-Rio-Minas assumiu a gestão da rodovia em setembro do ano passado e diz que a obra está prevista no contrato de concessão, mas que o prazo de conclusão é até 2026. Fonte: https://g1.globo.com