“Sempre, mesmo hoje, a tentação é de querermos seguir um Cristo sem cruz, ou melhor, de ensinar a Deus o caminho certo, como Pedro. Mas Jesus nos recorda que o seu caminho é o caminho do amor, e não existe amor verdadeiro sem o sacrifício de si mesmo. Somos chamados a não nos deixarmos absorver pela visão deste mundo, mas de sermos cada vez mais conscientes da necessidade e o esforço de nós cristãos de caminharmos contracorrente e em subida”.

Jesus completa a sua proposta, disse ainda o Pontífice, com palavras que exprimem uma grande sabedoria, sempre válida, porque desafiam a mentalidade e os comportamentos egocêntricos. Ele exorta: "Quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontra-la". Neste paradoxo, está contida a regra de ouro que Deus inscreveu na natureza humana criada em Cristo: a regra de que só o amor dá sentido e felicidade à vida, comentou Francisco:

“Gastar os próprios talentos, as próprias energias e o próprio tempo apenas para salvar, proteger e realizar a si mesmo, leva realmente à perda de si, isto é, a uma existência triste e estéril. Se, pelo contrário, vivemos para o Senhor e baseamos a nossa vida no amor, como Jesus fez, poderemos saborear a verdadeira alegria. E a nossa vida não será estéril, será fecunda”.

Na Eucaristia revivemos o mistério da cruz, não apenas recordamos, mas realizamos o memorial do sacrifício redentor, no qual o Filho de Deus perde completamente a Si mesmo para se receber novamente do Pai e assim nos reconquistar, nós que estávamos perdidos, juntamente com todas as criaturas. Sublinhou o Papa reiterando que sempre que participamos na Missa, o amor de Cristo crucificado e ressuscitado se comunica a nós como alimento e bebida, para podermos segui-Lo no caminho de cada dia, no serviço concreto aos irmãos.

*Papa no Angelus neste domingo, 3 de setembro-2017. Fonte: http://pt.radiovaticana.va